Crítica: O Livro de Boba Fett (2021, de Jon Favreau)

Precisamos lembrar que a história de Boba Fett (Temuera Morrison) começa lá em Star Wars, puxando para si alguns flashbacks e de fato mesclando passado e presente para nos apresentar a ascensão do personagem até ele se tornar o Daimyo. Assim como em Mandalorian, a galáxia vive tempos estranhos após a queda do Império e muitos agora podem abusar do pouco ou muito poder que tem.

Não parece ser uma premissa ruim, porém se torna uma quando a direção muda completamente a forma de agir do personagem. No fundo não achei tão ruim transformarem Boba em alguém com consciência e até mesmo muito honrado na forma de agir com os outros, apesar de sabermos que na realidade ele é um mercenário, caçador de recompensas, sem escrúpulo algum. Afinal ele próprio foi quem entregou Han Solo para Jabba The Hut. Talvez as experiências de quase morte o fizeram ver que, a vida que levava não era de fato tão boa assim, ou talvez foi só uma manobra da produção para o que está por vir.

A grande questão aqui é que tentaram fazer muita coisa, ponto. Ao mesmo tempo que assistíamos a luta por respeito em Mos Espa, também descobríamos como o personagem sobreviveu à queda no poço de Sarlacc (O Retorno de Jedi) e quase morreu no processo. Até que foi capturado pelo Povo do Deserto e aos poucos, foi ganhando seu respeito até ser parte da tribo. Essa é uma parte importante da história, já que vimos que, pela primeira vez em muito tempo, ele fazia parte de algo à mais, e era aceito, como parte da família.

E logo em seguida, temos a participação do Mandaloriano (Pedro Pascal), mais conhecido nos últimos tempos, que acaba roubando a série para si. Porém não sei dizer o que seria da série sem essa participação. Mesmo com participações e uma mescla grande de histórias e personagens, ela não empolga como deveria. Erraram em não focar a série naquele personagem que conhecemos a tantos anos, apesar de nunca ter sido a parte principal dos filmes. E erraram em fazer o personagem, que carrega o nome da série, como coadjuvante de sua própria história. Afinal, fica a questão: o que a série quis passar?

Era sobre a ascensão do personagem? Sobre lutar contra os fantasmas do passado? Ou um prelúdio do que viria em The Mandolorian? Porque o personagem não vai lá para ajudar Boba e ser parte integrante de algo, pelo contrário, ele segue sua vida, até o momento de entrar em ação em Tatooine e roubar a cena completamente. E eu não vou nem tocar no assunto do treinamento de Grogu, que mais parecia um déjà vu de o Império Contra Ataca, só que ao contrário, onde no caso, o “baby Yoda” é quem é treinado por Luke, não o contrário.

A série patina entre passado e presente, tentando fazer uma junção entre a nova era e o passado obscuro que foi o Império. A direção, assim como o roteiro, falharam em construir um ambiente e uma história favorável a esse personagem memorável, que tem 15 minutos de aparição dependendo do episódio. Com medo de me repetir, mas dizendo mesmo assim, tentaram fazer muita coisa. Não teve profundidade, não tivemos grandes revelações e nem mesmo grandes conflitos ou construção de algo a mais por vir. Tudo parece tão mediano quanto não deveria ser. Uma grande decepção, vindo dos roteiristas e produtores Jon Favreau e Dave Filoni.

Título Original: The Book of Boba Fett

Direção: Bryce Dallas Howard, Dave Filoni, Jon Favreau, Kevin Tancharoen, Robert Rodriguez, Steph Green

Duração: 334 minutos

Elenco: Temuera Morrison, Ming-Na Wen, Pedro Pascal, Jennifer Beals, Timothy Olyphant, Rosario Dawson, Mark Hamill, Phil LaMarr, Paul Sun-Hyung Lee, Robert Rodriguez, Leilani Shiu, Jon Favreau

Sinopse: The Book of Boba Fett segue o caçador de recompensas Boba Fett de The Mandalorian e outras mídias de Star Wars enquanto ele se estabelece como o novo senhor do crime do antigo território de Jabba, o Hutt.

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