Crítica – John Wick 4: Baba Yaga (2023, de Chad Stahelski)

Em primeiro lugar, gostaria de destacar uma homenagem ao saudoso Lance Reddick que faleceu poucos dias antes do lançamento de John Wick 4: Baba Yaga, ator icônico que interpretou um personagem aqui do universo de John Wick. Sua carreira foi marcada por inúmeros sucessos, como: A Escuta (2002-2008), Castlevania (2017-2021) e Invasão ao Serviço Secreto (2019). Por fim, creio que seu legado é intocável, e este último trabalho foi marcante e digno à sua história.

Só o tempo dirá quanto a um quinto filme, visto que a quarta parte dessa franquia está rendendo muitos resultados financeiros positivos. No entanto, acredito que a obra possui uma atmosfera de uma última dança de Keanu Reeves no papel, porém sei que cifras mudam tudo. Mais uma vez a ação pela ação toma conta do longa e agrada mediante certa suspeição da descrença por parte do público.

Na minha opinião, o segundo capítulo continua sendo o melhor, mas é invejável como Stahelski sempre se reinventa, sem perder a essência. Essa coisa de arte pela arte, remete um parnasianismo – forma pela forma – e uma estética límpida que faz muito bem ao universo de John Wick. A cena em Tóquio é perfeita, de tirar o fôlego, de chorar e de sorrir. As expressões corporais dos atores enquanto lutam são os verdadeiros diálogos aqui, visto que quando tenta expor demais a mitologia, de forma narrada, a obra tropeça.

A qualidade de Keanu na atuação sempre foi interrogada, mas John é perfeito para o ator, visto que pouco fala e apenas reage às situações imperativas impostas pelo enredo. Em John Wick 4: Baba Yaga isso é mais marcante ainda, o que torna o personagem um avatar lacônico de um game, aparentemente imortal. Vejo que Stahelski percebeu que o prazer gerado por suas cenas precisavam de uma retroalimentação constante dessa vez, devido a um terceiro capítulo abaixo dos demais justamente por tentar valorizar a trama alheia à ação.

Além disso, destaco um personagem tão bom, mas tão bom, que conseguiu roubar a atenção de John Wick, e trata-se de Caine, interpretado pelo astro do cinema chinês Donnie Yen (O Grande Mestre). Talvez seja o filme com os mais interessantes personagens secundários da franquia, e, mesmo com uma menor atenção à mitologia da série, é aquele que melhor justifica outras obras no mesmo universo.

Por fim, é bom ver como os filmes de John Wick sempre deram mais um passo, sem nenhum vexame na trajetória. Há muito empenho criativo envolvido, dá pra ver o esmero da direção. Quero muito apreciar trabalhos do Stahelski com outras pegadas, acho que seria muito interessante uma direção sua com algum super-herói.

Título Original: John Wick: Chapter 4

Direção: Chad Stahelski

Duração: 169 minutos

Elenco: Keanu Reeves, Lance Reddick, Donnie Yen, Scot Addkins, Ian McShane

Sinopse: Com o preço por sua cabeça cada vez maior, o lendário assassino de aluguel John Wick leva sua luta contra o High Table global enquanto procura os jogadores mais poderosos do submundo, de Nova York a Paris, do Japão a Berlim.

Trailer:

Gostou do filme?

Deixe uma resposta