Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (2023, de Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson)

Cinco anos depois, a continuação da animação Aranhaverso chegou. Com novos diretores, a obra se estabelece ainda mais, com a exploração maior do multiverso dos aracnídeos. É uma obra que funciona como a primeira parte desse arco e chegou entregando bastante aos fãs, pois não é somente um filme genérico sobre super-heróis.

A qualidade da animação mantém-se – ou até se supera nas cenas de ação. Esse estilo de misturas e texturas de animação tornou-se tendência, inclusive serviu para o lindo filme Gato de Botas 2: O Último Pedido. Também temos o uso de aquarelas quando a Mulher-Aranha tem seu foco dramático trabalhado. Miles Morales divide mais seu protagonismo, o que era de se esperar, visto os infinitos aranhas que estão nessa continuação.

A obra tem uma missão muito difícil, que é manter o nível do primeiro longa, que para muitos é o melhor filme do Homem-Aranha já realizado. Até consegue chegar perto, chega a criar uma trama episódica mais urgente e complexa – realmente parece ser difícil Miles resolver os problemas implantados. No entanto, a animação não consegue ser tão emocionante quanto a primeira, o que não é um demérito propriamente dito, mas uma expectativa inocente do público, que se encantou demasiadamente com o antecessor.

Muito provavelmente o próximo Oscar deve trazer novamente esse universo como pleiteante a uma estatueta. Não é para menos. Nota-se que a obra foi feita com muito capricho, talvez pelo tempo de hiato entre o primeiro e o segundo. É esperado, sempre, que os próximos filmes de super-heróis tratem com mais humanidade e arte seus universos – não adianta apenas criar bonecos ocos para pôr na prateleira.

O filósofo Epicteto disse: “O fatalismo nos lembra que a vida é um fluxo contínuo de eventos imutáveis, e nossa tarefa é encontrar significado dentro dessas limitações”. Essa sentença pode não fazer muito sentido para quem não assistiu o filme, mas o fatalismo é o grande antagonista em questão, e Miles tenta fugir do conformismo.

Por fim, é destacável que esses dois filmes estão marcando a história, não são obras comuns, há um propósito artístico maior, sem dúvidas!

Título Original: Spider-Man: Across the Spider-Verse

Direção: Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson

Duração: 136 minutos

Elenco: Shameik Moore, Hailee Steinfeld, Oscar Isaac, Daniel Kaluuya

Sinopse: Depois de se reunir com Gwen Stacy, Homem-Aranha é jogado no multiverso, onde ele encontra uma equipe encarregada de proteger sua própria existência.

Trailer:

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