Crítica: Dexter – New Blood (2021, de Marcos Siega e Sanford Bookstaver)

Séries que são feitas após a séries finale me deixam com um pé atrás, afinal o que mais a história poderia nos dar que, na sua versão original, não o fez? No caso de Dexter, acredito que foi uma necessidade pela forma que terminou, deixando muito mais perguntas do que respostas, que contribuiu para um final fraco e preguiçoso. E é a partir daí que entramos nessa nova temporada, por assim dizer, confira o que achamos a seguir e cuidado com os spoilers.

Michael C. Hall está como se nunca tivesse saído do personagem. Dexter agora morando no interior de uma cidade pacata, está completamente adaptado a sua nova realidade, vivendo como um bom moço, namorando a xerife da cidade e principalmente, sem mortes. Mas é como dizem, velhos hábitos são difíceis de mudar.

Após um longo período de seca, algo dentro dele desperta, mas diferente das outras vezes, ele não parece ser mais o mesmo, e talvez pela primeira vez, ele deixa um rastro de pistas e pontas soltas e para piorar, seu filho vem à sua procura.

Diga-se de passagem que a ideia de mudarem seu “passageiro sombrio” para a figura de sua irmã Debra (Jennifer Carpenter) foi excelente, ela está melhor do que nunca como a voz da razão e consciência do irmão, fazendo-o sempre se questionar antes de agir. Harrison (Jack Alcott) parece ter sido incluído para justamente dar esse “sangue novo” na série, e fazer Dexter sair de sua farsa. Acredito que muita gente ficou se perguntando que fim ele teria tido após o término da série. A resposta não é a das mais felizes.

Aos poucos fica claro que Harrison tem algum tipo de escuridão dentro de si, o que deixa em aberto a interpretações, ele é como é por ser filho do Dexter ou porque teve uma vida difícil? Do ponto de vista de seu pai é claro que é algo genético, e depois de muita relutância, a verdade vem à tona. E quando finalmente pode contar à alguém sobre seus instintos e vontades, a história passa a tomar outro rumo. Como sempre, Dexter parece ter um ímã para grandes vilões, sendo ele mesmo um, parece absurdo dois serias killers viverem na mesma pequena cidade, mas o fato é que, na medida que a série caminha para o fim e as mentiras vão se afunilando, nosso querido personagem precisa tomar uma decisão.

Quando toda a verdade sobre quem ele é finalmente é exposta, fica claro que Harrison não é assim tão parecido com ele como gostaria, pelo menos não agora. A história segue um mesmo padrão das anteriores, com um final não tão surpreendente, mas mesmo assim, interessante. Tentando por fim esclarecer alguns pontos deixados em aberto.

A série se torna válida e possui uma história que serve mais para explicar a anterior do que para contar uma nova, e tal qual as anteriores, assistimos um episódio atrás do outro. Com um final fechado e com poucas brechas, fica difícil imaginar uma continuação, mas não impossível.

Título Original: Dexter: New Blood

Direção: Marcos Siega e Sanford Bookstaver

Episódios: 10

Duração: Aproximadamente 1 hora

Elenco: Michael C. Hall, Jack Alcott, Julia Jones, Johnny Sequoyah, Alano Miller, Jennifer Carpenter, Clancy Brown, David Zayas, Jamie Chung

Sinopse: O mundo acredita que Dexter Morgan morreu em um trágico acidente de barco e, de certa forma, o mundo não está errado. Longe da vida que ele conhecia, vivendo com um nome falso na pequena cidade de Iron Lake, NY, Dexter derrotou com sucesso o seu Passageiro Sombrio por quase 10 anos. Com um emprego normal e namorando a Delegada da cidade, parece que Dexter tem a vida sob controle… até que seu filho aparece e vira seu mundo de cabeça para baixo. Aturdido, Dexter cede aos seus impulsos homicidas e logo se encontra em rota de colisão com uma pessoa muito perigosa.

TRAILER:

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