Crítica: Cruel Summer 1ª temporada (2021, de Bert V. Royal)

Cruel Summer - Série 2021 - AdoroCinema

Cruel Summer, é uma série lançada em 2021 pela Amazon Prime Vídeo, tendo como público alvo adolescentes, porém, para os amantes de um thriller cheio de mistério, suspense e mentiras, a série acaba por agradar a todos os públicos, principalmente pelo seu aspecto diferenciado de uma narrativa com o tempo não linear.

A trama se passa em uma cidade do interior dos Estados Unidos, no Texas, na década de 90, já trazendo aqui um grande destaque para a direção de arte, desde os cenários, até a maquiagem e cabelo dos personagens ao longo da trama. A presença de objetos antigos, como uma máquina fotográfica de vídeo K7 também impressiona, demonstrando todo o cuidado artístico da produção com a série, além do fato da trama trazer aspectos dos anos 90, tanto nas músicas tocadas, no próprio nome da série e nos apelidos utilizados ao longo da trama.

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O grande destaque aqui, porém, é a trama com a passagem do tempo não linear que permeia toda a obra. A série com 10 episódios de aproximadamente 40 minutos cada, nos transporta para o mundo juvenil, do colegial de suas protagonistas muito diferentes. Vemos Chiara Aurelia, que interpreta Jeanette, uma adolescente simples e que tem o sonho de se tornar popular, e que ao descobrir a possibilidade de não ser assim tão certinha, acaba se viciando por adrenalina e dando uma reviravolta em sua vida. Por outro lado temos Olivia Holt, que interpreta Kate, uma adolescente patricinha,, criada para agradar a todos e se mostrar, mas que se cansa da prisão familiar em que vive em busca da perfeição.

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Crítica | Cruel Summer (2021)

A trama porém acaba por se tornar muito mais complexa com a inserção de um sequestro que acaba por mudar a vida de todos na cidade e sua noção de mundo. Ao gerar uma curiosidade no público, a cada episódio, ao longo das trocas de tempo, tais como feitas em The Witcher, a trama nos apresenta um personagem ou uma situação, a resolve ao mesmo tempo em que gera inúmeras pontas soltas, prendendo o espectador na tela até o último minuto, de forma que a série é maratonada pelos cinéfilos de plantão rapidamente.

Cruel Summer, porém, traz um diferencial quando se comparada a The Witcher, se isso é algo positivo ou negativo, é uma questão de opinião. Enquanto em The Witcher demoramos para compreender qual o tempo a qual estamos assistindo, pois as mudanças são sutis, presentes fortemente na história e nos diálogos, necessitando de uma atenção muito mais precisa à trama, em Cruel Summer, toda a série é pautada em torno da mudança de tempo, de forma que é inegável perceber a qual tempo estamos falando, havendo mudanças desde figurino, cabelo e maquiagem de todos os personagens, até mesmo na direção de fotografia, de forma que toda a série é pautada em três momentos muito distintos e que geram ainda uma preferência do espectador e um incômodo visual tão grande quanto o incômodo das protagonistas, conforme a trama se torna cada vez mais complexa e conforme esses três tempos são intercalados sem qualquer pudor visual.

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As diferenças, conforme podem ser notadas nas imagens acima, não são sutis, trazendo aqui uma necessidade de transformação pessoal nas atrizes para se encaixarem tanto nos três momentos de suas vidas, como darem sentindo à mudança brusca de personalidade e maturidade frente a situação, com um aspecto que ao mesmo tempo que auxilia o público a entender a história, gera ainda mais suspense ao tentar decifrar o caráter das personagens e quem está de fato mentindo ou não.

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Essa dúvida, porém, se mantem até o último episódio da temporada, em que apesar da trama ser solucionada, a série permeia uma reviravolta tão grande de acontecimentos, que até a última cena nos dá a impressão de que poderia ou não ser adicionada, pois nos últimos cinco segundos tudo muda novamente de perspectiva, e o espectador termina surpreso, com algumas dúvidas, questionando o caráter das personagens que acreditavam ter compreendido, e claramente querendo mais dessa história tão pouco convencional.

Cruel Summer, está disponível no streaming da Amazon Prime e já foi confirmada para uma segunda temporada, antes mesmo da primeira ter sido concluída, porém, ainda sem data de estreia. Se você gosta de séries surpreendentes e que te prendem, essa é a programação perfeita pra você.

Os Rabiscos da Geadas - Cruel Summer, uma série de suspense

Título Original: Cruel Summer

Direção: Bert V. Royal

Episódios: 10 episódios

Duração: 40 minutos

Elenco: Olivia Holt, Chiara Aurelia, Froy Gutierrez

Sinopse: Cruel Summer acompanha a pequena cidade fictícia de Skylin, no Texas, onde a linda adolescente popular, Kate Wallis (Olivia Holt), é sequestrada sem deixar vestígios. Em 1995, uma garota tímida e nerd chamada Jeanette Turner (Chiara Aurelia), aparentemente sem nenhuma ligação a Kate, deixa de ser vista como uma doce garota e muda de personalidade completamente. Jeanette, aos poucos, assume tudo em relação a vida de Kate, os amigos, o namorado, a vida social, e acaba se tornando a menina mais popular da escola. Teria Jeanette uma conexão com o desaparecimento de Kate?

Trailer:

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