Anatomie d’Une Chute, de Justine Triet, se consagra como o grande vencedor do Festival de Cannes

Neste sábado, foram anunciados os vencedores do Festival de Cannes 2023. Na mostra competitiva, o grande vencedor foi Anatomie d’Une Chute, de Justine Triet. A francesa foi a terceira mulher a vencer a Palma de Ouro na história – antes dela, Jane Campion venceu por O Piano em 1991, e Julia Ducournau venceu por Titane em 2021.

O segundo e o terceiro lugar – em Cannes, o Grande Prêmio do Júri e o Prêmio do Júri, respectivamente – ficaram com A Zone Of Interest, de Jonathan Glazer, e Kuoleet Lehdet, de Aki Kaurismaki. O prêmio de Melhor Direção foi para Tran Ahn Hung, por The Pot Au Feu, o de Melhor Atriz ficou com Merve Dizdar, por Kuru Otlar Ustune, e o de Melhor Ator com Koji Yakusho, por Perfect Days – novo trabalho de Wim Wenders, responsável por clássicos como Paris, Texas e Alice nas Cidades.

Os outros prêmios entregues foram o de Melhor Roteiro – que foi vencido por Sakamoto Yuji pelo filme Monster de Hirokazu Kore-Eda –, Melhor Curta-Metragem – que ficou com Flora Anna Buda, por 27 – e o Câmera de Ouro – que premia cineastas iniciantes, e, nesse caso, contemplou Thien An Pham, pelo filme Ben Trong Vo Ken Vang.

Neste ano, o júri contou com cineastas como Julia Ducournau (Titane) e Damian Szifron (Relatos Selvagens) e intérpretes como Brie Larson (O Quarto de Jack), Denis Ménochet (Bastardos Inglórios) e Paul Dano (Sangue Negro). O presidente foi Ruben Ostlund, que venceu duas vezes a Palma de Ouro, inclusive a do ano passado, por Triângulo da Tristeza, além da de 2017, por The Square – A Arte da Discórdia.

Vale citar que concorreram ao prêmio cineastas de grande renome internacional, como Todd Haynes (Velvet Goldmine, Não Estou Lá, Carol), que levou May December ao festival; Ken Loach (duas vezes vencedor da Palma de Ouro, com Ventos da Liberdade e Eu, Daniel Blake), que compareceu com The Old Oak; Wes Anderson (Rushmore, Moonrise Kingdom, Grande Hotel Budapeste), com Asteroid City; e o brasileiro Karim Ainouz (que, em sua última vez no festival, em 2019, venceu o prêmio da mostra Un Certain Regard, pelo filme A Vida Invisível), que debutou no festival seu primeiro longa produzido fora do Brasil, Firebrand.

Outras mostras


Além da mostra competitiva, o Festival de Cannes também sedia outras mostras. A mais relevante é a Un Certain Regard, que abriga filmes de uma escola mais alternativa e tende a premiar diretores iniciantes. Neste ano, o júri da mostra foi presidido pelo ator John C. Reilly (Boogie Nights, O Aviador), e o principal vencedor foi How To Have Sex, dirigido por Molly Manning Walker.

Após ter sido o grande vencedor da Un Certain Regard em 2019 – com A Vida Invisível, de Karim Ainouz –, o Brasil voltou a marcar presença na mostra, e teve como vencedor A Flor do Buriti, realizado pela produtora mineira Entre Filmes, que retrata a resistência dos indígenas Krahô, do Tocantins. O filme foi dirigido por João Salaviza e Renee Nader Messora e venceu o prêmio de Melhor Equipe.

Também é costume do festival sediar a estreia de grandes filmes aguardados do ano, geralmente fora de competição. Dessa vez, houveram duas principais estreias: uma delas foi a de Indiana Jones e o Chamado do Destino, dirigido por James Mangold, que deve encerrar a saga do herói interpretado por Harrison Ford.

A outra foi o aguardadíssimo Killers Of The Flower Moon, dirigido por Martin Scorsese e protagonizado pelos dois maiores colaboradores do diretor: Robert De Niro e Leonardo DiCaprio. O filme se passa nos Estados Unidos dos anos 20, e conta a história de assassinatos misteriosos de indígenas da tribo Osage, que levam a uma investigação de dimensão nacional.

Se a recepção de Indiana Jones foi mista, com uma aprovação de 51% no agregador Rotten Tomatoes, o longa de Scorsese foi amplamente aclamado, conta com uma aprovação de 96% no mesmo site, e foi citado por vários presentes na única exibição do filme como uma obra-prima.

Fica a expectativa para a estreia de todos os filmes do festival no Brasil.

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