Crítica: Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023, de Peyton Reed)

Antes de começar a crítica, eu quero ressaltar aqui que essas novas fases, da 4° para cá estão bem complicadas. As histórias são rasas, tem muito personagem sendo jogado só pra gerar mais brinquedo, alguns personagens sendo subutilizados, a crise dos efeitos especiais, sem dizer que aquela vontade de ir ao cinema e ver um filme de super-herói tá diminuindo. Eu fui ao cinema ver apenas Homem-Aranha: Sem Volta pra Casa e Shang-Chi, mas enfim…

Atualmente, quando eu penso em um filme do Homem-Formiga, eu penso em algo mais descontraído, sei que vai ser um filme com piadas no padrão Marvel, vai ter aquele personagem que conquista a gente, não necessariamente o protagonista, Paul Rudd sendo Paul Rudd e claro, vai ter algo importante nesse filme que vai ser usado bem lá na frente na história para salvar o dia, vimos isso em Homem-Formiga e a Vespa, com o Reino Quântico sendo usado em Vingadores: Ultimato. Nesse aqui, a fórmula se mantém. Temos uma exploração maior do mundo que foi apresentado pra gente no segundo filme e as consequências de se viajar por ele, tanto para o bem quanto para o mal e é exatamente nesse ponto que entra o Kang (Jonathan Majors).

A atuação dele está muito boa, embora eu prefira ele como Aquele que Permanece da série Loki (2021, de Kate Herron). Kang é algo grandioso e chega pra ser a nova ameaça da Marvel, com muitas ressalvas. Toda a propaganda feita em que Kang O Conquistador vai ser ameaçador, nesse filme não é uma coisa que funciona, claro que estamos falando da apresentação dele, o cara já não vai chegar com os dois pés na porta e desbancar todo mundo, não é assim que a Marvel faz, mas confesso que poderia ser.

O enredo raso me incomodou muito. A promessa desse filme era de apresentar Kang a nova ameaça da Marvel e deixar aquele gostinho do que está por vir, mas a verdade real é que deixou um gosto de que poderia ser melhor, e poderia mesmo. Kang tem a sua introdução feita e o seu objetivo de estar ali e só. Não é a primeira e acredito que não vai ser a última vez que isso vai acontecer. A sua história não se desenvolve e isso é algo bem pontual, acredito que isso tenha sido proposital já que veremos mais variantes de Kang nos próximos filmes.

Sabemos que a Marvel gosta de jogar alguns personagens para serem aproveitados lá na frente e aqui não é diferente, fica bem nítido, até porque como tem saído muita coisa sobre o futuro da Marvel, a gente já consegue ver aonde e quando esses personagens vão ser utilizados novamente.

O que tem me preocupado muito nas produções da Marvel é que ela tem deixado a desejar no roteiro em seus filmes e até em algumas séries, e acredito que isso seja por conta de diversos fatores. Um é que os seus primeiros 10 anos de universo foram de altos e baixos, mas eram seus heróis mais conhecidos, os mais famosos, os que estão na boca do povo, e tentar seguir sem eles tem se tornado um desafio. Podemos notar que sempre tem uma referência a eles nos filmes, seja no legado do Capitão América que vimos na série, nas referências do Homem de Ferro em Pantera Negra: Wakanda para Sempre, para citar apenas dois que são os que mais tem homenagens/referências, pois foram os pioneiros e carregam um peso enorme com os seus nomes e na liderança das equipes e fases.

Em toda a duração do filme, eu pensei que o título do longa poderia ser: Star Wars X – Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, porque a obra usa e abusa das referências de Star Wars. E quando digo isso é sem medo de afirmar que há alguns personagens muito parecidos com a franquia, inclusive alguns cenários e isso pode ser bom e ruim, pois gera mais conexão com os produtos Disney/Marvel, mas também mostra uma falta de criatividade em criar novos mundos. Além das referências de Star Wars, em alguns momentos, tem da franquia Matrix também.

Como o diretor é o mesmo dos 3 filmes, a essência permanece, as piadas não estão forçadas, é um filme descontraído, um filme para a família e claro, um filme pra vender mais produtos. O filme é ok, você vai rir e se divertir, mas sem grandes expectativas. Ouso dizer que você vai sair do cinema satisfeito se não criar muitas expectativas.

Ahhh, as duas cenas pós-crédito foram o que me deixaram mais intrigado do que está por vir, do que o filme em si inteiro, vale a pena ficar para assistir.

Obs. 1: Se você não assistiu a série Loki, recomendo, vai te ajudar a entender algumas coisas que acontecem no filme.

Obs. 2: MODOK é algo que não sei definir se gostei ou não (haha).

Título Original: Ant-man and Wasp: Quantumania

Direção: Peyton Reed

Duração: 125 minutos

Elenco: Jonathan Majors, Paul Rudd, Michelle Pfeiffer, Evangeline Lilly, Michael Douglas, Bill Murray, Kathryn Newton.

Sinopse: Scott Lang lida com as consequências de suas escolhas tanto como super-herói quanto como pai. Enquanto tenta reequilibrar sua vida com suas responsabilidades como o Homem-Formiga, ele é confrontado por Hope van Dyne e Dr. Hank Pym com uma nova missão urgente. Scott deve mais uma vez vestir o uniforme e aprender a lutar ao lado da Vespa, trabalhando em conjunto para descobrir segredos do passado.

Trailer:

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