Crítica: Casablanca (1942, de Michael Curtiz)

Casablanca é um filme romântico e dramático que retrata o contexto da Segunda Guerra Mundial em uma cidade litorânea do Marrocos, que faz parte de uma rota de fuga para perseguidos políticos da época. A obra apresenta Rick, um americano dono de um bar, que, entre franceses e alemães, dizia-se neutro, mas precisou tomar uma decisão e envolver-se no conflito. Todo o filme usa de pano de fundo o conteúdo romântico, mas também serve de metáfora para a situação dos Estados Unidos da América, que naquele momento ainda não havia decidido intervir na guerra.

Michael Curtiz (As Aventuras de Robin Hood) teve, em Casablanca, seu principal trabalho, visto que o longa angariou três estatuetas do Oscar, incluindo o prêmio principal de Melhor Filme. Quando o assunto é referente a clássicos do cinema, Casablanca é figura marcada, sem dúvidas. O longa impressiona por sua capacidade de emocionar o espectador, enquanto ostenta uma fotografia ímpar, assim como sua trilha sonora.

As atuações dos protagonistas é uma seara à parte, que merece atenção particular. Assim, nota-se Humphrey Bogart (Uma Aventura na África) que interpreta um homem desiludido com a vida, mas que ostenta um charme incutido e um senso de bondade adormecido. Com atenção ainda mais especial, Ingrid Bergman (Interlúdio) brilha imensamente, é uma atriz que diz muito com o olhar e parece sempre ter o remédio para a dor do personagem de Bogart.

Além disso, vale constar que a obra teve algumas curiosidades acumuladas, o que reforça mais ainda o seu simbolismo histórico. Uma delas é que o diretor francês responsável por popularizar a Novelle Vague, François Truffault (Os Incompreendidos), recusou realizar um remake de Casablanca. Outro interessante fato é que duas séries homônimas foram feitas com inspiração na obra, uma de 1955 e outra de 1983.

Há alguns clássicos que conseguem gerar inúmeras discussões ao mesmo tempo que roubam palavras do público, e é nessa contradição mágica do cinema que Casablanca se eternizou. Talvez uma ínfima revolta contra os argumentos positivos supracitados frente ao filme seja relativa à exploração da cidade de Casablanca, já que pouco se falou da cultura marroquina contemporânea à obra. Mas nada disso tira o peso ou qualidade da película, embora asteriscos sejam importantes.

Por fim, algumas obras para quem gostou de Casablanca devem ser indicadas, como: A Noviça Rebelde (1965), Gata em Teto de Zinco Quente (1958) e Um Só Pecado (1964).

Título Original: Casablanca

Direção: Michael Curtiz

Duração: 102 minutos.

Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Pau Henreid, Claude Rains

Sinopse: Durante a Segunda Guerra, um exilado norte-americano encontra refúgio na cidade de Casablanca, no Marrocos, e passa a administrar uma casa noturna. Ele reencontra uma antiga paixão, que agora está casada e precisa de ajuda para fugir dos nazistas.

Trailer:

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