Crítica: Círculo do Medo (1962, de John Lee Thompson)

Círculo do Medo é um thriller da década de 1960 que traz a história de certa família que sofre perseguição de um ex-presidiário que tem uma história pregressa maníaca e sede de vingança, que o inspira. O elenco é estrelado visto à época em que o filme foi lançado, participaram da obra os grandes atores Robert Mitchum (O Rio das Almas Perdidas), Gregory Peck (A Princesa e o Plebeu) e Martin Balsam (12 Homens e uma Sentença). Comandando esse time, o diretor inglês John Lee Thompson (Os Canhões de Navarone) realizou uma obra muito intensa.

Em 1991, Martin Scorsese (Touro Indomável), contando com atuações de Robert De Niro (Taxi Driver) e Juliette Lewis (Assassinos por Natureza), dirigiu um remake que popularizou o título. Ambas as obras são marcantes e valorosas, mesmo que a de Scorsese consiga ser mais profunda em alguns aspectos. Assim, rememorar a obra original torna-se de suma importância para contemplação da mais recente.

Mitchum interpreta Max Cady, um psicopata digno do estereótipo do cinema americano – aquele típico arquétipo do insano charmoso. Em franca oposição, Peck é o cidadão americano ideal, marcado por sua família perfeita e sua honra intacta, mas que são colocadas à prova durante o filme. O enredo da obra consegue ser eficiente ao expor essa dualidade, que em nenhum momento é forçada e sempre é muito clara.

É muito importante que clássicos desse valor sejam ressuscitados, mesmo que os remakes ajudem na revitalização dos títulos. Por exemplo, Círculo do Medo é um bom material para estudo, pois ostenta planos inspirados e tem uma montagem dinâmica. Mesmo que Scorsese, gênio que é, dê sua versão para essa história, Thompson é um grande diretor pouco valorizado, que possui indicações ao Oscar e ao BAFTA, por exemplo.

O filme tem, no seu terceiro ato, grande poder, já que as melhores cenas estão nessa parte, assim como um clima de tensão estupendo é construído – é realmente muito bom. Até parece sobrar uns 15 minutos em algum lugar, mas seria chatice demasiada reclamar disso. Outro aspecto que merece nota é a trilha sonora, que ajuda bastante na construção da atmosfera da obra.

Portanto, vale salientar que Círculo do Medo é muito bom, logo, nem se toma conta do tempo gasto para assisti-lo. Desse modo, também é importante checar a versão de Scorsese, que traz mais aperitivos ao filme. Por fim, possuem seus valores as seguintes indicações, ao público que gostar de Círculo do Medo, como as películas: Pacto Sinistro (1951) e Animais Noturnos (2016).

Título Original: Cape Fear

Direção: John Lee Thompson

Duração: 106 minutos

Elenco: Gregory Peck, Robert Mitchum, Lori Martin, Martin Balsam

Sinopse: Gregory Peck e Robert Mitchum estralam a clássica história de Hollywood sobre a vingança e assassinato. Robert Mitchum está inesquecível como Max Cady, um ex-presidiário determinado a uma terrível vingança contra Sam Bowden (Gregory Preck) e sua família. Sam é advogado numa pequena cidade e seu pior pesadelo se torna realidade quando o criminoso que ele defendeu retorna para perseguir sua jovem esposa (Polly Bergen) e sua filha adolescente (Lori Martin). Apesar da ajuda do chefe da polícia local (Martin Balsam) e de um detetive particular (Telly Savalas). Sam não tem poderes legais para impedir Max neste jogo sádico de gato e rato. Finalmente Sam deve colocar a vida de sua família numa terrível armadilha e enfrentar seu inimigo em um dos mais aterrorizantes confrontos já mostrados no cinema.

Trailer:

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