Noite Infeliz traz um “climão” satírico de Natal (2022, de Tommy Wirkola)

Tommy Wirkola é um cineasta norueguês vindo do cinemão B e trash, onde chamou a atenção com os sangrentos, malucos e hilários dois filmes de Zumbis na Neve, onde a população nórdica precisa lidar com zumbis nazistas! O sucesso foi tanto que logo Hollywood voltou seus olhos para Wirkola, sendo contratado para dirigir o divertido e subestimado João e Maria: Caçadores de Bruxas. Ele também trabalhou no competente (e mais sério) Onde Está Segunda? da Netflix, outra obra esnobada.

Agora ele lança Noite Infeliz, uma mescla de ação e comédia, que traz de forma boba e ácida, deboches do clima de Natal e de fim de ano. Com sangue, palavrões e personagens horríveis, cria-se um verdadeiro “climão” entre a esnobe família protagonista, sequestrada por assaltantes. É aí que um violento Papai Noel surge no melhor estilo John Wick, porém bêbado e desacreditado na vida …

Revelar mais do que isso é estragar a diversão. Noite Infeliz necessita de descrença no que tange roteiro e senso crítico, e o bom é que ao ser uma obra que nunca se leva a sério, nunca tenta ser épica, ou maior além do que deve, e ao cumprir exatamente o que se propõe, corajosamente sem dar muitas explicações coerentes, cabe ao público aproveitar a bobagem toda, que é sim muito divertida.

David Harbour é um estouro, mais um papel que cabe como uma luva nele. Violento e grosseiro, mas carismático e de bom coração, Harbour é o melhor trunfo do longa. Dá pra dizer que ele consegue até mesmo entregar mais do que precisava aqui. John Leguizamo, um bom ator no geral, traz um vilão canastrão do tipo que esse tipo de obra pede. Agora o restante do elenco é bem fraco, porém de alguma forma isso encaixa bem com a proposta apresentada. Quantos filmes familiares e natalinos você já assistiu na Netflix, em DVD ou em algum canal da TV paga, com atuações terríveis de fraquinhas? Agora imagina se um desses filmes simplesmente fosse invadido e lotado de mortes, palavrão e gore? A impressão que dá é de que o diretor quis basicamente fazer isso, numa espécie de sátira aos filmes bobinhos de Natal.

As cenas de ação são boas, com tiroteios empolgantes, golpes bem feitinhos, membros decepados e por aí vai. É um estilo de ação mais corporal e brutal, “à la dublês” que vem tomando conta do cinema desde John Wick, passando por Atômica, Resgate, Anônimo, etc. A parte técnica do filme no que diz respeito a visual e som é ok, nada espetacular. O roteiro é clichê, mesmo satirizando os arquétipos natalinos, poderia ousar-se de alguma forma a mais além da presença de sangue, talvez algum tipo de insanidade acrescentada na trama, alguma originalidade ou expansão da mitologia natalina que a obra propõe. Mas opta-se pelo básico, assumidamente bobo.

Noite Infeliz não chega a ser espetacular, mas cumpre sua proposta de forma divertida, com cenas descabidas, algumas boas piadas (os nomes de comida natalina dos vilões são hilários) e traz uma boa ação. Nessa época de fim de ano onde muitos procuram um entretenimento temático, é uma opção mais sarcástica e de teor alternativo. Bacaninha, pode ter uma continuação ainda mais insana.

Título Original: Violent Night

Direção: Tommy Wirkola

Duração: 101 minutos

Elenco: David Harbour, John Leguizamo, Alex Hassell, Alexis Louder, Edi Patterson, Cam Gigandet, Leah Brady, Beverly D’Angelo.

Sinopse: Quando uma equipe de mercenários invade um complexo familiar rico na véspera de Natal, levando todos de reféns, a equipe não está preparada para um combatente surpresa: Papai Noel está no local, e ele está prestes a mostrar por que ele não é nenhum santo.

Trailer:

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