Crítica: O Crime é Meu  (2023, de François Ozon)

Você já deve ter ouvido a expressão: “matar dois coelhos com uma cajadada só”. É o dito popular que melhor define o que as amigas Madeleine (Nadia Tereszkiewicz) e Pauline (Rebecca Marder) fazem para conseguirem se dar bem na vida. Madeleine é uma atriz jovem, porém pobre e pouco talentosa e sua amiga Pauline é uma advogada desempregada. Quando Madeleine é acusada de matar um produtor famoso, as duas amigas passam a ver o crime como uma oportunidade de dar a volta por cima.

Ambientado nos anos 30 de Paris, as duas pensam em tudo, desde o que falar, a como agir durante o julgamento para que Madeleine consiga sair inocentada por legítima defesa pelo assassinato de Montferrand (Jean-Christophe Bouvet). Pauline, se dá bem no aspecto profissional por ter ganho a causa da amiga. Após arquitetarem tudo, a duas conseguem se safar e Madeleine e Pauline passam a viver uma vida de luxo e sucesso. Até o momento em que a verdade pode vir à tona com o surgimento de Odette Chaumette (Isabelle Huppert).

O filme dirigido por François Ozon, que também assina o roteiro com colaboração de Philippe Piazzo e Georges Berr, nos entregam uma comédia policial. Pois, apesar de ser definido como drama policial, passa longe do gênero dramático, ainda mais que até a polícia é trambiqueira, tudo que querem é o reconhecimento de terem crimes solucionados, não importando de que forma isso seja feito.

O Crime É Meu é uma utopia em que o crime pode compensar quando diversos segmentos da sociedade trabalham em equipe para que tudo dê certo e todos se saiam bem. O longa-metragem, além de um roteiro intrigante e divertido, têm por destaque sua cenografia que é rica e muito bela. Nas poucas cenas externas, a impressão que o espectador terá é de estar imerso na Paris dos anos 30, tamanha a beleza e a riqueza de detalhes. Os figurinos são exuberantes, principalmente na fase nobre da vida das amigas golpistas.

Portanto, o que temos nessa obra é o que de melhor um longa-metragem francês pode oferecer. Beleza, boas atuações, diálogos inteligentes e um roteiro curioso e divertido ao mesmo tempo. Uma verdadeira homenagem à Paris, praticamente um filme dentro do filme com atuações que alternam entre belas e excêntricas, mais parisiense impossível. Inclusive, quando a narrativa demonstra memórias, apresenta isso no formato preto e branco e mudo, uma nítida homenagem ao cinema francês clássico, berço do cinema.

Título Original: Mon Crime

Direção: François Ozon

Duração: 102 minutos

Elenco: Nadia Tereszkiewicz, Rebecca Marder, Isabelle Huppert, Edouard Sulpice, André Dussollier, Dany Boon, Jean-Christophe Bouvet

Sinopse: Paris, 1930. Madeleine, uma atriz jovem, pobre e sem talento é acusada de assassinar um famoso produtor. Sua melhor amiga, Pauline, uma advogada desempregada, a defende e ela é absorvida por legítima defesa. Uma nova vida de fama e sucesso começa, até que a verdade por trás do crime é finalmente revelada.

Trailer:

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