Crítica: Dançando no Silêncio (2023, de Mounia Meddour)

Chega aos cinemas do Brasil, com distribuição da Pandora Filmes o longa-metragem franco-argelino que acompanha uma bailarina humilde e que ganha a vida como camareira, mas que sonha em viver da dança. Este é o drama Dançando no Silêncio.

Nesse filme será possível ver uma dupla que já esteve junta em Papicha (2019), são elas: a diretora Monia Meddour e a protagonista Lyna Khoudri. Em Dançando no Silêncio, elas desempenham a mesma função. Lyna vive a protagonista Houria, que quando não está trabalhando como camareira, dedica todo o seu tempo livre ensaiando na esperança de ser uma bailarina de sucesso.

Segundo entrevistas da diretora Monia Meddour, ela queria dar liberdade para as dançarinas e explorar esse universo, porque na Argélia, o país de origem do longa-metragem, as mulheres ainda são muito colocadas num lugar onde sofrem preconceitos se escolhem a dança como profissão, ou em que a dança é vista apenas de forma sensual.

Meddour busca apresentar a força feminina através da história de Houria, pois a bailarina demonstra-se uma brava lutadora na expectativa de alcançar seus sonhos, até mesmo depois de ser atacada por um homem e ter sua mochila roubada. Durante a ação, a jovem bailarina acaba rolando um lance de escadas e se machucando feio. Isso a impede por um tempo de praticar balé. Além disso, ela também não volta a falar depois da tragédia, por isso o título Dançando no Silêncio.

Durante a reabilitação e sessões de fisioterapia, Houria conhece um grupo de mulheres que, assim como ela, passaram por algum trauma e estão ali em busca de recuperação e de retomarem suas vidas. No início, Houria demonstra-se mais reservada em relação ao grupo, mas ao mesmo tempo observa aquelas mulheres e resolve se juntar ao bando. Nessa turma, Houria encontra forças, volta a dançar e coloca até as colegas para dançarem junto, e diante disso encontra até um novo sentido para a sua vida.

Dançando no Silêncio é um filme sensível e delicado que aborda através das sutilezas, algumas pautas importantes para a sociedade como o feminismo e a sororidade. Tem uma interpretação incrível por parte de Lyna Khoudri. Além de uma trilha sonora delicada, assim como o próprio longa-metragem. Se você busca filmes estrangeiros e com uma pegada sensível, esse é uma excelente pedida.

Título Original: Houria

Direção: Monia Meddour

Duração: 104 minutos

Elenco: Lyna Khoudri, Francis Nichim, Rachida Brakni, Salim Kissari, Amira Hilda, Douaouda, Ali Damiche, Marwan Faris

Sinopse: Uma jovem apaixonada por balé passa por um trauma, conhece outras mulheres que passaram por situações semelhantes e encontram uma forma criativa de perseguir sua paixão.

Trailer:

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