Crítica: Oferenda ao Demônio (2023, de Oliver Park)

Levanta a mão quem pensa “de novo” quando o assunto é filme de entidades demoníacas ou possessão. Se essa crítica fosse uma palestra, provavelmente toda a plateia levantaria a mão, já que são inúmeras as produções do subgênero sobrenatural. Porque desde o apoteótico O Exorcista, muitos longas-metragens foram feitos, mas poucos deles chegam a ser memoráveis. Na minha opinião talvez só Exorcista – O Início e O Exorcismo de Emily Rose. Ambos são boas produções e podem te fazer querer dormir de luz acesa.

Entretanto, quando falamos da estreia Oferenda ao Demônio temos dois destaques de relevância em seu enredo: o primeiro é que o filme é sobre o judaísmo e o segundo é que a entidade não necessariamente possui ninguém (somente quando algum ritual é feito), ela se manifesta das mais diversas formas e seu objetivo é levar as crianças por onde passa.

Tudo começa com Yosille (Anton Trendafilov) fazendo uma espécie de ritual para evocar a entidade e na ocasião a entidade o possui, ele se mata e consegue predê-la em um amuleto fixado em um colar. Depois de morto, o corpo de Yosille é levado à funerária de Saul (Alan Corduner) e após a chegada de seu corpo ao local, diversas coisas estranhas começam a acontecer. Além disso, na mesma ocasião chegam ao local o filho de Saul, Arthur (Nick Blood) e sua esposa Claire (Emily Wiseman), vale destacar que a mulher está grávida.

O que era para ser um passeio e encontro de família, se torna um dos piores pesadelos para o casal. Pouco tempo após a chegada do corpo de Yosille na funerária, o pai de Arthur morre de forma misteriosa, mas como não há sinais de violência ou suicídio, eles não interpretam como algo fora do comum. Mas, como coisas estranhas permanecem acontecendo, Arthur acaba investigando o passado do cadáver misterioso que ainda se encontra em sua residência.

Com direção de Oliver Park (A Night Of Horror: Nightmare Radio, 2019) e roteiro de Hank Hoffman e Jonathan Yunger, temos um conjunto de coisas que se propõem a serem diferentes, em alguns aspectos até cumpre o requisito, mas em outros peca não pelo excesso, bem comum nesse estilo de terror, mas pelo oposto, a ausência de elementos que expliquem melhor o que estamos assistindo, principalmente por ser uma religião pouco vista em filmes do gênero.

Os roteiristas Hank Hoffman e Jonathan Yunger parecem acertar ao determinarem o judaísmo como pano de fundo, para um subgênero que, normalmente, é abordado da perspectiva cristã. Talvez se tivessem se aprofundado mais na religião, na representatividade e até na ancestralidade que teria dado origem aquela personificação demoníaca, geraria mais conexão com o espectador para entenderem o que estão assistindo.

Porém, o filme é bem corrido, para quem assiste já fica claro de cara o que vai acontecer: a entidade maligna quer pegar a criança que Claire está esperando. Esse que, do meu ponto de vista, é o ponto central do filme, o momento de maior clímax começa por volta dos 25 minutos para o fim do filme, e então o que acontece é o público ficar sem maiores esclarecimentos.

Tirando esse detalhe, que é relevante, não estraga-se todo o longa-metragem. Pois a obra tem uma boa estética de filmes de terror, com cenários sombrios, elementos satânicos e a própria figura do mal. Uma das coisas que mais assustam é a sua transmutação, porque você pode estar falando com alguém da sua família e essa pessoa pode ser o mal em pessoa, no sentido mais literal da palavra. O final, provavelmente é o momento mais interessante do filme, mas para quem já está acostumado com o tema, vai sacar e achar bem previsível. Triste dizer, mas no final é mais do mesmo.

Título Original: The Offering

Direção: Oliver Park

Duração: 94 minutos

Elenco: Nick Blood, Emily Wiseman, Allan Corduner, Anton Tredafilov, Paul Kaye, Daniel Ben Zenou, Sofia Weldon

Sinopse: O filho de um agente funerário volta para casa com sua esposa grávida na esperança de se reconciliar com seu pai. Mas um antigo mal está à espreita dentro de um cadáver que tem planos sinistros para o bebê ainda não nascido.

Trailer:

Me conta, está curioso (a) para assistir ‘Oferenda ao Demônio’? Se já viu, me fala qual a sua opinião sobre o filme?

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