Estreia no streaming brasileiro o filme Insanidade, do gênero terror/slasher que mescla comédia com jump scares absurdamente exagerados. Mas aparentemente isso foi feito de maneira a ironizar o próprio estilo de alguns filmes, no entanto acabou soando pouco interessante para uma história de senso de humor tão duvidoso.
GUERRA DE GERAÇÕES
Ela, Olive (Amanda Crew, A Morte e Vida de Charlie) é uma millenial, ou seja, nascida na geração da velocidade, da tecnologia. Ela tem problemas com a mãe, um casamento horrível que termina logo de cara; e quando conquista essa libertação acaba sendo demitida e resolve seguir os conselhos das amigas endinheiradas (e nada sensatas) de gastar o pouco que tem viajando e relaxando.
Seguindo então uma das mais conhecidas convenções do gênero, Olive viaja para o campo e se hospeda no Airbnb de Mike (Ray Wise, Twin Peaks), intitulado como baby boomer, ou seja, um idoso nascido entre os anos 45 e 64. Porém, muito além que isso, ele é um homem revoltado com a própria crença de sua geração ter sido menosprezada pelos mais novos e acaba criando dentro de si uma vontade absurda de matar, dizendo-se velho e faltando tal ação para se sentir enfim realizado na vida.
Primeiramente ele mata uma amiga da família, depois começa a seguir um cowboy que Olive marcou um encontro. Faz isso numa ideia meio justiceira, ao vê-lo colocar algo na bebida dela. Ao matar o cowboy descobre que no hotel do homem há uma mulher em cárcere privado, e arrumando mais um motivo para cometer assassinatos, liberta a alma da mulher amarrada no chão do banheiro. Mata ela por uma suposta pena. Mike esquarteja o cara e veste sua roupa de cowboy texano e sem ficar muito claro a razão para tal, simplesmente volta para casa. Se era para ser engraçado, não foi.
Esperando o rapaz morto que jamais vai chegar para o encontro, Olive toma um LSD e viaja no campo astral, reencontrando seus ex namorados e o pai que cometeu suicídio. Há coisas com a mãe que precisam ser revistas para reestabelecer uma relação saudável, enquanto a mãe se isola no meio do mato numa colônia hippie.
Quando Mike vai enfim tentar matar Olive, reviravoltas acontecem em todos os núcleos envolvidos e acaba sendo um desfecho engraçado que supera algumas falhas estruturais do filme, mas não consegue passar de uma simples obra de realização “legal”.
A fotografia do filme é o ponto forte, com enquadramentos estáticos e bonitos em alguns momentos, se utilizando de lentes grande angular que engrandecem as diversas mensagens subliminares ao redor das personagens. A direção de câmera torna, aos amantes da atmosfera do terror, a experiência de assistir agradável; os cenários são lindos e muito bem iluminados, com a tonalidade mais adequada possível de saturação. Paleta de cores azuladas, relacionando bem a dualidade entre o bem e o mal.
Pessoas muito críticas sentirão falta de algo a mais, no entanto há de ser um filme divertido para quem deseja passar o tempo sem muitas pretensões ou aprofundamento nas próprias pautas levantadas pelo filme.
Título Original: Tone-Deaf
Direção: Richard Bates Jr.
Duração: 124 minutos
Elenco: Robert Patrick, Amanda Crew, AnnaLynne McCord, Keisha Castle-Hughes
Sinopse: Uma mulher vai para o campo para passar um fim de semana tranquilo depois de perder o emprego e ter seu último relacionamento complicado chegando ao fim. Ela aluga uma casa de campo de um viúvo à moda antiga, que luta para esconder suas tendências homicidas.
Trailer:
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