Crítica: Morte Morte Morte (2022) | O filme dirigido por Halina Reijn é um Slasher sobre a geração Tik Tok

O novo filme da produtora A24, Morte Morte Morte, acaba de chegar ao Brasil. O filme da diretora Halina Reijn (Instinto, 2019) que já tinha estreado em Março desse ano nos E.U.A. em um festival e em Agosto nos cinemas de lá, chega agora aos cinemas nacionais prometendo assustar os espectadores, mas com um toque de humor.

Afinal, quando você busca informações sobre o longa-metragem no Google, na descrição vem “slasher com humor ácido” e posso adiantar que essa é de fato a melhor explicação resumida do que se trata o filme.

Nele acompanharemos Sophie (Amandla Stenberg, Tudo e Todas Coisas, 2017) e Bee (Maria Bakalova, Borat 2, 2020). Elas são namoradas e resolvem se reencontrar a uns amigos de Sophie em uma mansão isolada. Apesar de ter uma tempestade em vista, o grupo de jovens resolvem se unir assim mesmo para uma House Party, com muitas drogas, bebidas e gente nem tão conhecida assim.

Parece até aquele trecho da música do Legião Urbana: “festa estranha com gente esquisita”. A vibe do lugar e da galera é essa, e como Bee é a mais novata ali, de cara ela percebe que está pisando em ovos com o pessoal bem peculiar, mas ao mesmo tempo ela quer se demonstrar agradável para não ficar mal com a namorada e seus amigos.

Além de Sophie e Bee, completam essa turma: Alice (Rachel Sennot, Shiva Babys, 2020), David (Pete Davidson, O Esquadrão Suicida, 2021), Emma (Chase Sui Wonders, On The Rocks, 2020), Jordan (Myha’la Herrold, Modern Love, 2020), Greg (Lee Pace, Guardiões da Galáxia, 2014) e Max (Conner O’Malley, Palm Springs, 2020), eles resolvem jogar um jogo chamado “Bodies, Bodies, Bodies” que é todo mundo tira um papel e quem tirar o “x” é o assassino, o assassino vai “matando” os integrantes do jogo e quem encontrar um dos corpos, grita: “Bodies, Bodies, Bodies” e começa um jogo de polícia e ladrão para desvendar quem é o assassino.  

Tudo estava indo bem, até que David aparece degolado no jardim e isso divide todo grupo na dúvida de quem possa ter feito aquilo. Afinal, o jogo parece ter se tornado algo sério e agora elas lutam pela sobrevivência. O roteiro de Sarah DeLappe traz uma abordagem que por hora parece um daqueles slasher movies dos anos 2000, como Pânico. Mas, apesar de lembrar em partes, o que temos aqui é algo completamente novo e que no fim das contas vai surpreender.

A produtora A24 já é conhecida por apresentar produções independentes e com uma liberdade criativa maior, por isso recentemente fomos surpreendidos com longas como: X – A Marca da Morte (2022) e Men: Faces do Medo (2022), filmes que apesar de não serem blockbusters de horror com muitos espectadores, ganharam uma visibilidade positiva apenas com os elogios e indicações positivas, reflexos dessa liberdade e exploração de novos temas, visões, ângulos, etc.

Em Morte Morte Morte, diretora e roteirista resolveram fazer um recorte dos jovens e adolescentes contemporâneos,  imersos na onda do Tik Tok, militâncias e com nomes difíceis, que classificam tudo que é condenável, como: gaslight, as relações tóxicas, entre outros termos que são pautas recorrentes da Geração Z.     

Mas, o principal que elas acabam destacando é que apesar de terem todas essas militâncias, não há confiança entre elas, mesmo se tratando de amizades de longa data. Trata-se de relações superficiais, onde em qualquer momento de crise todas essas bandeiras e causas parecem não fazer sentido. Por outro lado, o legal de se ver aqui é o protagonismo feminino, as amigas apesar da desconfiança, se mantem unidas até o fim, quebrando aquela tradição básica de se separarem para buscar mais pistas e solucionar o problema. Em resumo, um caos completo que termina com algo estúpido e que acaba sendo cômico.

Título Original: Bodies Bodies Bodies

Direção: Halina Reijn

Duração: 114 minutos

Elenco: Amandla Stenberg, Maria Bakalova, Rachel Sennot, Pete Davidson, Chase Sui Wonders, Myha’la Herrold, Lee Pace, Conner O’Malley

Sinopse: Quando um grupo de ricos de 20 e poucos planeia uma festa de furacão numa remota mansão familiar, um jogo de festa torna-se mortal neste olhar fresco e engraçado sobre traições, amigos falsos e uma festa que correu muito, muito mal.

Trailer:

Me conta, já assistiu Morte Morte Morte? Se ainda vai ver, o que espera desse slasher de humor ácido?

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