Vicente Amorim é um diretor austro-brasileiro que já dirigiu longas que exploram assuntos e temáticas de outras nacionalidades, como: Princesa Yakuza (2021) e Corações Sujos (2011), ambos japoneses. Mas dessa vez, o diretor resolveu promover um encontro entre o Brasil e a Itália. Em Duetto acompanharemos a história de Cora (Luisa Arraes) que viaja para a Itália com a avó Lúcia (Marieta), logo após perder seu pai (Rodrigo Lombardi) em um acidente de carro.
Apesar do filme ter como foco principal a jornada da jovem brasileira buscando o seu lugar no mundo, o foco do espectador acaba sendo direcionando ao drama e ao mistério de Lúcia. Desde o momento em que perde o filho Marcelo, ela parece sentir uma espécie de culpa e imediatamente toma a decisão de retornar a Itália com a neta. Deixando claro que tem algo pendente, isso se confirma quando a Lúcia informa a Cora que não quer que sua família na Itália saiba da morte de seu filho Marcelo. Mesmo sem entender, Cora acata o pedido da avó.
Desde o Brasil, Cora escuta e acompanha a carreira do cantor italiano Marcello Biachini (Michelle Morrone) e para a surpresa da jovem, está acontecendo um festival de música na cidade no qual Bianchini irá se apresentar. Mas, assim que avó e neta se hospedam no antigo casarão da família e vão conhecer o restaurante deles, Cora descobre que Bianchini é um velho frequentador do local e tem até uma relação amistosa com sua família italiana.
Porém, entre os diversos segredos que os rondam, Cora vai perceber que o seu ídolo também é cercado de mistérios e problemas, quando ela encontra ele na rua discutindo com outro homem de atitudes suspeitas, sem contar que apesar de ser uma pessoa acessível, ele é um homem que vive distante em seu próprio mundo e isso só piora depois quando perde injustamente o festival de música.
O roteiro de Rita Buzzar talvez seja o que mais peque no filme, pois tinha potencial para entregar algo majestoso, levando em consideração o excelente elenco, mas falha com subtramas que até instigam, porém não levam a lugar nenhum. Pois é a sensação que temos ao terminar o filme, que tem coisas que não tem resposta ou explicação e fica por isso mesmo. Por exemplo, o mistério em torno de Marcello Bianchini, o que acontece com a mãe de Cora depois de ir atrás da filha na Itália e que Cora decide permanecer na Itália.
Quem se dispuser a assistir ao filme Duetto, provavelmente vai impulsionado pela premissa que é interessante e pelo elenco que é instigante. Vai se encantar com a fotografia deslumbrante com cenas externas que foram gravadas na Itália e as cenas mais reclusas gravadas aqui pelo Brasil mesmo, mas se passando pela Itália da década de 60. Vai se envolver pela bela trilha sonora, principalmente as cantadas pelo galã Michelle Morrone. Porém, se decepcionará com um roteiro que promete muito e não entrega quase nada.
Título Original: Duetto
Direção: Vicente Amorim
Duração: 102 minutos
Elenco: Marieta Severo, Luisa Arraes, Michele Morrone, Giancarlo Giannini, Gabriel Leone, Maeve Jinkings, Elisabeta Del Palo, Rodrigo Lombardi
Sinopse: Duetto se passa na Itália, em 1965, e conta a história de encontro entre Cora, uma adolescente brasileira, e o famoso e controverso cantor italiano Marcello Bianchini. Mas a história começa em São Paulo. Depois da trágica morte de seu pai em um acidente de carro, Cora viaja com a avó, Lúcia, para a sua cidade natal, na Apúlia. Entre o passado familiar, os dramas e histórias da cidadezinha italiana, Cora trilhará seu caminho para a maturidade e a vida adulta.
Trailer:
Me conta, está animado para conferir essa mistura de Brasil e Itália? O que você espera do filme? Se já assistiu, me conta o que achou!