Crítica – Thor: Amor e Trovão (2022, de Taika Waititi)

(Esta crítica contém leves spoilers)

Thor: Amor e Trovão já é o quarto filme solo do Deus do Trovão, sem contar as inúmeras participações do herói nos filmes da franquia Vingadores, ou seja, já faz um tempo que acompanhamos a jornada de Thor (Chris Hemsworth) na busca de se tornar o líder que estava destinado a ser, além de bancar o herói, guerreiro, parceiro de Jane (Natalie Portman) e talvez a mais difícil de todas: a busca por si próprio e a paz interior.  

O longa-metragem parte dessa premissa: Thor já anda perdido faz algum tempo, depois de tantas perdas, incluindo a de sua família, sua amada Asgard e para completar um pé na bunda de sua ex-namorada Jane Foster (Portman).

Ele busca um novo sentido para sua longa e exaustiva jornada pelo espaço, agora na companhia dos Guardiões da Galáxia, eles seguem viagem juntos desde o aclamado filme Vingadores: Ultimato (2019), até que em meio as batalhas rotineiras se deparam com o grande vilão da vez. Ele é Gorr (Christian Bale), conhecido como Carniceiro dos Deuses, o vilão já vem dizimando diversos deuses pelo universo e ao saberem disso, Peter Quill (Chris Pratt) e Thor acham melhor se separarem para ir atrás do novo vilão e novamente combaterem o mau.

Antes de partir, Quill aconselha Thor a buscar as respostas no amor, pois agora que Thor seguirá sozinho e nitidamente está perdido, o amor passará a ser o seu guia. Com base nisso Thor retorna a Nova Asgard, uma espécie de colônia de asgardianos na Terra para pedir ajuda ao Rei Valquíria (Tessa Thopson).

Thor ainda é surpreendido ao reencontrar Jane, agora vestindo o manto dele e carregando o Mjölnir, o clássico martelo mágico. Jane tem um câncer avançado, talvez por isso o martelo a tenha escolhido ou por ela ser o grande amor de Thor, sem spoilers nesse momento. O que vale destacar é que Jane se revela uma brava e forte guerreira, se destacando até mais que o próprio Thor em determinados momentos.

DIREÇÃO, ROTEIRO E O QUE ESPERAR DE THOR: AMOR E TROVÃO

Taika Waititi (diretor em Thor Ragnarok, 2017) retorna à direção do filme do super-herói, ele assina o roteiro com a colaboração de Jennifer Kaytin Robinson (roteirista em Alguém Especial, 2019). A junção dos dois fica clara em dois principais aspectos do filme: o primeiro é que Waititi traz as mesmas características de Ragnarok para Amor e Trovão, o que significa comédia e piadas o tempo todo, e, segundo com a colaboração de Robinson no roteiro fica evidente o destaque para a força feminina seja personificada no papel de Jane ou de Valquíria.

Se compararmos o universo MCU com o da DC, por exemplo, não tem o que discutir. MCU aborda as histórias de seus super-heróis sempre de forma mais leve, tem a emoção, mas tem umas sacadas bem-humoradas sem perder a comoção e a empatia gerada em torno da história do herói, que também tem seus medos, anseios e dores. No entanto nesse filme o diretor/roteirista peca no exagero com as piadas, parece que nada é levado a sério, nem mesmo as mortes, ou seja, zero emoção no filme, o que é bem contraditório em um filme que se propõe a falar de amor e a busca pela seu eu interior e a melhor versão de si.   

Em resumo, o longa aponta para uma direção e toma um rumo completamente diferente ao que se propõe. Isso estraga até a saga do herói, pois no momento em que ele deveria se firmar como tal, ele parece ficar ainda mais patético, o que pode deixar os fãs ainda mais desanimados e frustrados para as próximas produções com a presença do Deus do Trovão.  

O QUE ESPERAR DO ELENCO JÁ CONSAGRADO E NOVOS INTEGRANTES

Com certeza, parte da grande expectativa do público é em relação ao elenco, principalmente com a estreia de Christian Bale no universo da Marvel, o ator que por anos interpretou Batman: O Cavaleiro das Trevas, agora encarna o vilão Gorr, um assassino de deuses. Bale carrega muitos vilões em seu currículo, um dos mais conhecidos é Psicopata Americano (2000), com uma bela atuação de causar arrepios. Porém, o vilão é pouco explorado no filme, sua introdução é interessante, mas nas demais cenas iniciais tem suas ações resumidas em flashs narrados e seu embate final está longe de ser épico. Gorr lembra bastante Voldemort (Ralph Fiennes), o temido vilão da franquia Harry Potter, tanto na aparência como nas ações.

Quem chega para integrar o elenco é Russel Crowe como Zeus, ator incrível, mas que parece ser uma verdadeira piada. Pois resolveram apresentar Zeus como um velhote que só pensa em farra e orgias, e quando Thor chega para pedir apoio ao grande deus de todos os deuses, se depara com um Zeus egocêntrico e pirado.   

O elenco conta ainda com participações especiais como: Matt Damon interpretando Loki no teatro, Luke Hemsworth (irmão de Chris) interpretando Thor e Melissa McCarthy como Hela no Teatro de Nova Asgard.

CENAS PÓS-CRÉDITO (SEM MUITOS SPOILERS)

Dificilmente um filme da Marvel termina sem uma cena pós-créditos, pois trata-se de um universo de histórias interligadas, portanto não seria diferente com Thor: Amor e Trovão. A primeira cena tem a ver com uma reviravolta no filme indicando os novos rumos e os possíveis confrontos a serem enfrentados por Thor. A segunda conta com o destino de Jane.

Título: Thor Love and Thunder

Direção: Taika Waititi

Duração: 119 minutos

Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Christian Bale, Tessa Thompson, Taika Waititi, Russell Crowe, Jaimie Alexander, Chris Pratt, Dave Bautista, Karen Gillan, Matt Damon, Luke Hemsworth, Melissa McCarthy

Sinopse: ‘Thor: Amor e Trovão’, da Marvel Studios, encontra o Deus do Trovão numa jornada diferente de tudo o que já enfrentou – a procura pela paz interior. Mas a reforma de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que procura a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Rei Valkiria, de Korg e da ex-namorada Jane Foster, que – para surpresa de Thor – empunha inexplicavelmente o seu martelo mágico, Mjolnir, e se intitula a Poderosa Thor. Juntos, eles embarcam numa angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais.

Trailer:

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