
Spiderhead é um dos mais recentes filmes de destaque da Netflix. O longa já traz em sua capa três grandes atores de destaque, que roubam a cena no filme e a atenção do público que se interessa pelo gênero de ficção científica: Chris Hemsworth, Miles Teller e Jurnee Smollett.
O filme conta a história de um presídio em que os detentos tem a opção de se voluntariarem a serem cobaias de um programa de testes de drogas que manipulam sentimentos. Apenas ao ler a sinopse, já nos deparamos com inúmeras reflexões sociais.
Frente a estes três personagens, Miles e Jurnee interpretam Jeff e Lizzie, dois presos condenados por crimes dos quais ambos se arrependem; e Chris Hemsworth interpreta Steve, o gerente dos testes e que os aplica em cada condenado.

Um diferencial deste filme já se mostra na importância dada ao se aprofundar nas distintas personalidades de cada um dos protagonistas, de forma que apesar de cada um ser extremamente diferente, ao longo de toda a trama, conhecemos os personagens profundamente, desde seus medos mais profundos, às suas reflexões mais sutis, que são reveladas aos poucos na narrativa, unindo os pontos na mente do espectador que em nenhum momento é subestimado.
Um destaque neste sentido é o personagem de Steve, um perfeito cientista manipulador, que se considera superior aos demais em muitos sentidos, mas que ao mesmo tempo se sujeita aos seus próprios testes, ilustrando as camadas profundas do personagem muito bem trabalhado e com uma interpretação que gera identificação e empatia por sua narrativa.

É inegável o caráter social do filme, que gera reflexões do espectador tanto frente a punição necessária de presos de crimes horríveis, à manipulação de emoções que parece algo fora da moralidade, visto o fato de que são drogas testadas para venda posterior, mas ao mesmo tempo a moralidade frente ao fato de que nada pode ser feito sem que a palavra CONSEDIDA, seja verbalizada pela cobaia; além do fato de que as trocas de quem é o protagonista e o antagonista do longa acontecem com frequência, trazendo novamente a mensagem de que ninguém é completamente malvado ou bonzinho.
O filme traz ainda inúmeros plot twists, adicionando novas informações e invertendo papéis constantemente, de forma que o longa nos transporta, a partir da trilha animada e descontraída, por atos em que nos deparamos com um filme ora de ficção, ora de ação e ora até mesmo de suspense e comédia, prendendo nosso olhar à tela a todo momento e gerando respiros ao longo da trama.

Um bom exemplo da qualidade técnica cinematografia do filme é justamente estes respiros e alterações de gênero, em que movimentos de câmera, enquadramentos e velocidade dos cortes auxiliam a gerar estas emoções.
O filme ainda esbanja visual em um ambiente completamente diferenciado para o presídio, em que ao mesmo tempo nos deparamos com laboratórios, refeitórios e até mesmo fliperamas para as cobaias, fatores que no início parecem estranhos, mas que rapidamente são explícitos como mais uma forma de manipulação dos mesmos.
O custo de produção de Spiderhead também surpreende, nos trazendo uma típica produção americana que não poupa gastos em seus filmes, trazendo jatinhos, barcos, e um cenário diferenciado.

Se você gosta de filmes de ficção científica com ação e muita reflexão social, este pode ser o filme perfeito para você, que nos faz até mesmo relembrar filmes de gênero como A Ilha. O longa está disponível hoje na Netflix!


Título Original: Spiderhead
Direção: Joseph Kosinski
Duração: 106 minutos
Elenco: Chris Hemsworth, Miles Teller, Charles Parnell
Sinopse: Em Spiderhead, em um futuro próximo, os condenados terão a chance de se voluntariarem como cobaias em experimentos médicos com finalidade de diminuir sua pena. Quando um dos condenados se submete para o teste de uma nova droga capaz de gerar sentimentos, ele começa a questionar a realidade de suas emoções.
Trailer:
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