Crítica: Tico e Teco – Defensores da lei (2022, de Akiva Schaffer)

Um dos mais recentes lançamentos do Disney Plus e que bombou a internet com notícias do assunto, é o novo longa-metragem Tico e Teco: Defensores da Lei, o filme chegou ao streaming da Disney+, que vem buscando conquistar um público mais abrangente, chamando a atenção principalmente por novamente pegar um desenho antigo do canal e transformá-lo em um longa, apostando fortemente para a nostalgia do público, tal como os mais recentes live-actions lançados.

Para quem não sabe, Tico e Teco foram originalmente personagens coadjuvantes, vilões dos desenhos do Tio Patinhas, em meados de 1943, porém os personagens ganharam o carisma do público e como toda boa jogada de mestre da Disney, lançaram um programa específico para a dupla, uma animação seriada e posteriormente a nova variação desta, a série de Tico e Teco: Defensores da Lei. E agora em 2022, o longa-metragem baseado na série.

E como todo bom filme baseado em um programa anterior pré-existente da Disney, o longa traz um forte senso de nostalgia que pode-se dizer que é a principal característica do filme e o que a produtora claramente utilizou como intuito de prender o público até o final do filme.

Tico e Teco: Defensores da Lei conta a história de como a dupla se conheceu, desde seus tempos de colégio até conseguirem estrelar em seu próprio programa de TV, mas em como toda boa parceria, ocorrem desavenças e o programa tem fim. Mas Tico e Teco se unem novamente em mais uma missão de detetive para ajudar a salvar seus amigos.

Ao ler uma sinopse como essa, de início acreditamos se tratar de um filme muito interessante, mais uma adaptação mas com muita nostalgia e ação, e para os que pensaram dessa forma, não estão totalmente enganados.

Tico e Teco: Defensores da Lei se mostra porém uma tentativa da Disney de ampliar seu público ao longo do filme, inserindo personagens de desenhos antigos e novos, e apelando completamente para a nostalgia dos adultos, buscando um humor que não funciona, misturados a um roteiro de animação extremamente pobre e que não prende totalmente a atenção, classificando-o como uma animação infantil das mais simples.

Um dos maiores aspectos do marketing do filme, além da própria adaptação para um filme de Tico e Teco obviamente, é a inserção do Sonic feio à trama, que aparece como amigo de Teco. É uma tentativa cômica que até funciona em um primeiro momento, mas que é repetida com tanta frequência que acaba se tornando irritante, em um personagem que aparentemente está ali sem grande motivo e que apenas no final é sugerido que ele pode ajudar a solucionar o clímax do filme.

Além do Sonic feio, a principal referência estética do filme claramente é o longa-metragem Uma Cilada para Roger Rabbit, qualquer pessoa que já tenha assistido ao famoso filme que mistura personagens humanos em live-action com personagens de animação, nota a semelhança logo nas primeiras cenas do filme, mas novamente a Disney decide que apenas referências para os amantes do antigo filme não são suficientes, e o próprio Roger Rabbit é inserido para reforçar essa ideia.

Ao longo da obra essas animações e referências surgem ainda mais, e com o desenrolar da trama, a partir da metade do segundo ato, você começa a realmente se importar com o que de fato está acontecendo e se envolvendo na jornada de detetive de Tico e Teco, porém as piadas não ficam melhores, e há um diferencial que deve ser mencionado.

Ao longo da trama, uma opção de plástica surge, de forma que os personagens 2D podem se transformar em animações 3D, justificando a aparição de Teco em 3D, enquanto Tico continua em 2D e indicando o interesse da Disney a continuar a fazer esse tipo de adaptação, como ocorreu em O Rei Leão (2019) e Mogli (2016), filmes que também aparecem como referência no filme, com inserção de Pumba e de Balu em 3D.

Todas as referências acabam por divertir o público até certo ponto, mais até do que as próprias piadas ao longo do filme, entretendo principalmente os adultos que pela grande maioria das referências se tratarem de desenhos antigos, os mais velhos reconhecem os desenhos. Porém a grande problematização aqui é justamente a presença e necessidade de agradar ao público adulto em um filme claramente infantil, pois são inseridas até mesmo referências a desenhos adultos como Big Mouth, South Park e Rick and Morty, que para os que não conhecem essas séries animadas adultas, podem passar despercebidas.

Mas para além das animações, há uma personagem que merece destaque, a única humana com um protagonismo maior ao longo do filme, onde os demais são apenas coadjuvantes ou figurantes, a atriz KiKi Layne, que interpreta Ellie, uma integrante da polícia local que ajuda Tico e Teco a desvendarem o mistério do filme e que arrasa em sua interpretação ao percebermos que a atriz foi uma das únicas que atuou realmente no filme, interagindo o tempo inteiro apenas com animações gráficas inseridas posteriormente no longa.

Para os amantes de animações simples e para passar o tempo, mas repletas de nostalgia, Tico e Teco: Defensores da Lei pode ser uma boa opção para o seu dia. O longa está disponível hoje no streaming do Disney Plus.

Título Original: Chip ‘n Dale: Rescue Rangers

Direção: Akiva Schaffer

Duração:  98 minutos

Elenco: Andy Samberg, John Mulaney, KiKi Layne, Will Arnett, Eric Bana, Keegan-Michael Key, Seth Rogen e J.K. Simmons

Sinopse: Depois de fazerem sucesso na série Tico e Teco os Defensores da Lei, os protagonistas Tico e Teco foram esquecidos. Anos mais tarde, a dupla retorna quando Teco recebe uma cirurgia computadorizada e pede ajuda para Tico. Reunidos, a dupla vai em busca dos outros integrantes do grupo, onde cada um deles tem um vício diferente por conta da fama.

Trailer:

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