Crítica: Bao (2018, de Domee Shi)

O que você consegue fazer em 8 minutos? A Disney por exemplo conseguiu fazer esse belíssimo e sensível curta-metragem. A direção, que ficou por conta de Domee Shi é um importante passo no entretenimento, já que é o primeiro curta-metragem da Pixar a ser dirigido por uma mulher – pasmem. Nada mais adequado, já que o curta é uma analogia sobre o “ninho-vazio”.

O filme é livremente inspirado em experiências da diretora, que é filha única de pais chineses que imigraram para o Canadá. Domee Shi entrou na Pixar como estagiária e foi contratada para integrar a equipe de Divertida Mente (2015). Trabalhou, também, em O Bom Dinossauro (2015) e Os Incríveis 2 (2018).¹

Bao começa com a uma mãe solitária, que se vê sozinha em casa, quando seu marido sai para trabalhar. Mas algo acontece quando ela está fazendo bolinhos, um deles ganha vida! Justamente quando ela mais precisava de companhia.

Mas com o passar do tempo, o bolinho começa a crescer e querer ter uma vida fora das “asas” da mãe, e é então que os conflitos começam. Tentando de todos os modos proteger o bolinho que deu vida, ela acaba o sufocando e o afastando, enquanto ele só tenta seguir a vida. Alguém tem uma história parecida para contar?

Em apenas 8 minutos somos levados a um turbilhão de emoções, que nos faz rir, nos dá alegria e nos emociona. Sentimos a tristeza profunda de uma mulher que, aparentemente não conseguia ser feliz, mostrando os conflitos de ser uma mãe superprotetora, chegando ao ápice de querer engoli-lo para evitar que ele a deixe. O curta deixa claro as dificuldades enfrentadas sobre ambos os lados, a mãe que se vê cada vez mais de lado, ao passo que o filho, se vê cada vez mais preso e sem escolhas. É de se admirar que em tão pouco tempo, foi possível passar toda uma vida e suas complexidades da relação entre mãe e filho.

Talvez a escolha do bolinho para representar o filho, seja justamente para abranger a incrível diferença entre pais e filhos, e que, mesmo assim, os pais – ou a mãe no caso – tenta de todas as formas criá-lo a sua vontade. Só para fechar com chave de ouro, e mostrar que nada é por acaso, Bao é o nome dado carinhosamente a crianças pequenas nas famílias chinesas.

  1. Trecho tirado do site Mulher no Cinema.

Título Original: Bao

Direção: Domee Shi

Duração: 8 minutos

Elenco: Sindy Lau, Daniel Kailin

Sinopse: Uma chinesa sem filhos ganha outra chance de ser mãe quando um de seus bolinhos vem à vida, mas ela terá que lidar com a amarga condição de que nada permanece fofo e pequeno para sempre.

TRAILER:

E você? Já assistiu?

Deixe uma resposta