Crítica: Rogai por Nós (2021, de Evan Spiliotopoulos)

 


É nítido como os filmes do gênero terror vem ganhando o mercado nos últimos anos, porém essa mesma onda faz com que esse gênero, por vezes, fique saturado e principalmente, com roteiros bobos e buscando apenas o “jump scare” ou seja, assustar o telespectador em determinado momento e só. Rogai por Nós tenta ser diferente mas se perde ao longo do filme, tenta nos fazer refletir sobre a história mas erra em diversos momentos no roteiro. Confira o que achamos! 

Cuidado com os spoilers!!!

O filme traz boas atuações de um modo geral, nomes conhecidos integram o elenco mas nada salva um roteiro mal produzido. No começo do filme conhecemos um jornalista em decadência, que vai até uma pequena cidade pesquisar uma história, neste mesmo lugar, após encontrar uma boneca antiga no pasto, ele a quebra para dar continuidade à sua história, já que na verdade, não havia história alguma. 

Depois disso, coisas estranhas começam a acontecer, uma garota local surda, começa a falar e dizer ter visto a Virgem Maria e que Ela teria a curado. Então o circo em volta da cidade começa.

Gerald (Jeffrey Dean Morgan) por ter tido contado com Alice (Cricket Brown), consegue ganhar a confiança da moça, que lhe dá diversas entrevistas sobre o que ela vê e o que a suposta Maria quer dela, aos poucos ele começa a perceber algo estranho nessa “aparição” e como bom jornalista que um dia foi, vai à fundo na história da cidade, descobrindo seus podres.
 
Até aqui o filme mantinha uma linha aceitável de pensamento, era óbvio que Alice estava sendo enganada por alguma outra entidade e mesmo assim, era incapaz de notar a diferença. O grande problema é quando Gerald, ao pesquisar sobre a cidade, começa a ter algumas visões e é perseguido por essa entidade, o filme peca e muito na forma de transmitir isso, forçando a barra diversas vezes, chegando ao ridículo. Uma história tão boa e com uma ideia excelente que se perde para seguir um padrão de jump scares que não funcionam mais, diminuindo a qualidade até então apresentada.

Infelizmente a moral do filme acaba se perdendo nesses momentos por uma grande besteira, filmes de terror não necessariamente precisam ter situações assustadoras ou que nos fazem pular da cadeira. Claro que isso é um fator, mas quando bem usado pela direção. Aqui esses pontos são desperdiçados e estragam toda uma construção da história. A originalidade que o filme poderia trazer é literalmente jogado fora quando somos imersos em clichês nada bem construidos, a essência do filme foi perdida no momento que a ideia de profanar uma crença se mistura com as desnecessárias e constantes cenas de efeitos especiais, que por sua vez são exagerados.
 
No fim, podemos perceber com clareza que a ideia do filme era nos dar alguma moral sobre acreditar piamente em falsos profetas e em falsos milagres. Nada é de graça e nem tudo que parece divino de fato é. Uma pena ele ter se perdido no roteiro, tinha potencial mas foi totalmente esmagado pela ideia de assustar o telespectador com fatores já gastos.
 

Título Original: The Unholy

Direção:
Evan Spiliotopoulos

Duração: 90 minutos

Elenco: Jeffrey Dean Morgan, Cricket Brown, Jordana Brewster, Marina Mazepa, Diogo Morgado, Cary Elwes, William Sadler, Katie Aselton, Christine Adams
 
Sinopse: Alice é uma jovem com deficiência auditiva que, depois de uma suposta visitação da Virgem Maria, consegue, inexplicavelmente, ouvir e curar pessoas. Conforme a história se torna conhecida e mais fiéis viajam para testemunhar seus milagres, um jornalista decadente (Jeffrey Dean Morgan), esperando reviver sua carreira, visita a pequena cidade de New England para investigar. Quando eventos aterrorizantes começam a acontecer, ele passa a questionar se esses fenômenos são obras da Virgem Maria ou de algo sinistro.
Trailer:

 

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