A Equipe do Blog Indica: Filmes LGBTQ+ para relembrar os 50 anos de Stonewall


Em anos não muito distantes, em que os Estados Unidos possuía uma política (ainda mais) repressiva e institucionalizada ao mundo LGBTQ+, apenas um bar de “temática gay” existia em toda a cidade de Nova York. Stonewall Inn era o refúgio de transexuais, drag queens, lésbicas, homens gays afeminados, jovens de periferia e sem-teto. Como é possível imaginar, as batidas policiais para repreender quem ali estivesse eram comuns. Porém, no dia 29 de junho de 1969, após uma ação truculenta e desmedida da polícia, um grupo de frequentadores do bar resolveu resistir, e resistiram por uma semana toda, de protestos, ocupações e marchas que ficariam conhecidos por “Revolta de Stonewall”.

Desde então, o mês de junho é celebrado como o mês do orgulho LGBTQ+, e o dia 28 a data a ser lembrado como o estopim da luta pelo direito de ser quem realmente somos. E em 2019, no aniversário de 50 anos da revolta, alguns membros da equipe resolveram deixar aqui uma lista comemorativa com indicações de filmes, documentários e séries relacionados ao tema. O critério utilizado fora basicamente simples: representatividade e marcos LGBTQ+ no foco principal do enredo. 

Também há uma outra lista de indicações direcionadas ao catálogo da Netflix que pode ser acessada aqui. Assim como um especial sobre a representação da transexualidade no cinema de horror, muito pertinente ao tema deste especial. Ou seja, as indicações e o debate vão muito além dos elementos aqui apresentados.

Eduarda Souza recomenda: 

Tomboy
(2011, de Céline Sciamma)

Laurie, uma menina de 10 anos com dificuldades de socializar, se faz passar por garoto para fazer amizade com as crianças da vizinhança, mas sua crescente conexão com a amiga Lisa acaba gerando dúvidas de qual é sua real identidade.

Guilherme Rergert recomenda: 
Hoje Eu Não Quero Voltar Sozinho  (2014, de Daniel Ribeiro)

Leonardo (Ghilherme Lobo), um adolescente cego, tenta lidar com a mãe superprotetora ao mesmo tempo em que busca sua independência. Quando Gabriel (Fabio Audi) chega na cidade, novos sentimentos começam a surgir em Leonardo, fazendo com que ele descubra mais sobre si mesmo e sua sexualidade.

Crítica aqui


Guilherme Amado recomenda: 
Rocketman 
(2019, de Dexter Fletcher)

Extremamente talentoso mas muito tímido, o pianista prodígio Reginald Dwight muda seu nome para Elton John e torna-se uma estrela da música de renome internacional durante os anos 1970. Rocketman, além de ser a biografia de Elton John, também ganha notoriedade por ser um filme de temática gay, com cenas de sexo, que fora lançado por um estúdio grande, sem ser por ramificações que trabalham com filmes alternativos/indies.

Pose 
(2018 – 2019, de Ryan Murphy, Steven Canals e Brad Falchuk)

Nova Iorque, 1986. As pessoas experimentam um estilo de vida nunca visto antes na história da cidade, onde se começa a instaurar a ascensão da cultura de luxo. Paradoxalmente, esta parte da sociedade que vivencia o aumento do consumo e de privilégios entra em conflito com outro segmento, que enfrenta o declínio da literatura na região. 

Tatuagem 
(2013, de Hilton Lacerda)

Paulete, a estrela de um ousado grupo de teatro, recebe a visita de seu cunhado militar, o jovem Fininha. Surge um tórrido relacionamento entre os dois, e agora o soldado precisa lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura.

Paris is Burning 
(1991, de Jennie Livingston)

Documentário sobre drag queens de classe baixa de Nova York. Elas são entrevistadas e observadas enquanto se preparam para competir, mostrando as pessoas, as roupas e todo o ambiente e seus preparativos.


Igor Motta recomenda:  

Antes de Stonewall // Depois de Stonewall 
(1984, de Greta Schiller //1999, de Jonh Scagliotti)
Uma indicação dupla. São dois documentários que contam o antes e o depois da Revolta de Stonewall, suas conquistas, suas batalhas antecessoras e como tal revolta deixara marcas eternas na comunidade LGBTQ+, progredindo a luta por igualdade e aceitação. Os documentários são distintos, não existindo uma ligação concreta entre as produções além do tema abordado, mas ajudam a mapear e compreender todo o universo que antecedeu e sucedeu o fatídico 28 de junho de 1969.

Queer as Folk 
(2000 – 2005, de Ron Cowen e Daniel Lipman)
Queer As Folk narra a história de um grupo de amigos, de diferentes sexualidades, vivendo na cidade de Pittsbutg, lidando com paixões, festas, preconceitos locais e a aceitação de toda a comunidade. Queer as Folk é um remake de uma série britânica, mas elevou a temática LGBTQ+ e misturou com elementos do início dos anos 2000, quebrando alguns vários tabus para a época.

The Normal Heart 
(2014, de Ryan Murphy)

A história do início da crise da AIDS em Nova York nos anos 80, com foco no esforço de vários ativistas gays e seus aliados na luta para expor a verdade sobre a epidemia para uma nação que se recusa a enxergar os fatos. 

Desobediência 
(2017, de Sebastian Belio)
Ronit (Rachel Weisz) precisa voltar para sua cidade natal após a morte de seu pai distante – um rabino. Mas ela causa um rebuliço no pacato local ao recordar uma paixão proibida pela melhor amiga de infância, que atualmente é casada com seu primo.



João França indica:

Milk: A Voz da Igualdade
(2008, de Gus Van Sant)

Em 1972, Harvey Milk e seu namorado Scott Smith, mudam-se de Nova York para São Francisco. Milk, determinado a fazer algo importante em sua vida, abre uma loja de câmeras no distrito de Castro e ajuda a transformar a área em um ponto de encontro para gays e lésbicas. Em 1977, ele se torna o primeiro homossexual assumido em um cargo público, eleito para o Conselho de Supervisores. Milk logo estabelece uma difícil relação profissional com Dan White, o homem que iria acabar com sua vida.

Transamérica 
(2005, de Duncan Tucker)

Prestes a realizar uma cirurgia para readequação de gênero em Nova York, a travesti Bree descobre que tem um filho adolescente e problemático. Aconselhada pela psicóloga a resolver essa questão antes da operação, Bree vai encontrá-lo em São Francisco. 

Karol Melo recomenda: 

120 Batimentos por Minuto 
(2017, de Robin Campillo)
França, início dos anos 1990. O grupo ativista Act Up está intensificando seus esforços para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento em relação a Aids, que mata cada vez mais há uma década. Recém-chegado ao grupo, Nathan (Arnaud Valois) logo fica impressionado com a dedicação de Sean (Nahuel Pérez Biscayart), apesar de seu estado de saúde delicado.

A Criada 
(2016, de Chan-wook Park)


Coreia do Sul, anos 1930. Durante a ocupação japonesa, a jovem Sookee é contratada para trabalhar para uma herdeira nipônica, Hideko, que leva uma vida isolada ao lado do tio autoritário. Só que Sookee guarda um segredo: ela e um vigarista planejam desposar a herdeira, roubar sua fortuna e trancafiá-la em um sanatório. Tudo corre bem com o plano, até que Sookee aos poucos começa a compreender as motivações de Hideko.




Leonardo Costa indica: 

The Rocky Horror Picture Show  (1975, de Jim Sharman)

Os namorados Brad e Janet têm um pneu furado durante uma tempestade e descobrem a misteriosa mansão do louco cientista Dr. Frank-N-Furter. Eles encontram uma casa cheia de personagens selvagens, incluindo um motociclista e um mordomo assustador. Através de danças sistemáticas e canções de rock, Frank-N-Furter revela sua mais recente criação: um homem musculoso chamado Rocky.

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Moonlight 
(2016, de Barry Jenkins)

Três momentos da vida de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do universo do crime e das drogas. Uma jornada de autoconhecimento enquanto tenta escapar do caminho da criminalidade de Miami, encontrando amor em locais surpreendentes.

Crítica aqui

Rodrigo Zanatelli indica: 

Uma Criança Como Jake 
(2018, de Silas Howard)

Alex
(Claire Danes) e Greg Wheeler (Jim Parsons) têm grandes expectativas
para seu filho Jake (Leo James Davis), um brilhante e precoce filho de
quatro anos que prefere Cinderela à GI Joe. Na véspera do ciclo de
admissão para os jardins de infância de Nova York, ciente de que os pais
de Jake não poderiam pagar a taxa de matrícula da escola privada, Judy
(Octavia Spencer), diretora da pré-escola do menino, encoraja-os a
acentuar a expressão “variante de gênero” de Jake para que ele se
destacasse e conseguisse uma bolsa de estudos. 

Crítica aqui


O que acharam da lista? Quais outras produções vocês colocariam na lista? Deixem nos comentários e fiquem ligados na programação do MVDC

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