Crítica: Toy Story 4 (2019, de Josh Cooley)

Foi difícil ouvir que teríamos um novo Toy Story e não pensar: será que precisa? A resposta imediata era: não, ainda mais depois do que o 3 deixou de legado: além de lágrimas, um Oscar de Melhor Filme de Animação e um de Canção Original (por We Belong Together) e as indicações para Filme, Roteiro Adaptado e Edição de Som.
No entanto, após as luzes se apagarem e a nova animação dos nossos brinquedos prediletos começar, logo notamos que talvez a nostalgia seja eterna. Os minutos iniciais do filme são dedicados aos eventos entre o segundo e o terceiro filme, quando Bo Peep (ou Betty) é doada junto de seu abajur no meio de uma noite chuvosa. Então, em segundos passamos pelo início e fim do terceiro, para voltarmos ao quarto de Bonnie, a nova morada dos brinquedos de Andy.


Quando Bonnie então resolve fazer um novo brinquedo, em seu primeiro dia de adaptação ao jardim de infância (o hilário Garfinho) é que a aventura dessa nova animação começa. Não se enganem, no entanto. Diferente dos outros três longas, não vemos aqui mais uma aventura de brinquedos perdidos e que retornam ao fim. Estamos diante de uma jornada de autoconhecimento, de ouvir a voz interior e de entender exatamente o que é estar perdido.

Woody, nesse novo filme da franquia, tem um arco dramático muito bem construído. O nosso famoso xerife boneco de pano, passa por uma situação específica que não havia passado ao longo de toda essa jornada, transformando as motivações do personagem, mas, sem nunca deixar sua essência. A entrega do brinquedo para que Bonnie se adapte às novas situações da vida, enquanto ele se adapta ao seu novo papel diante dos brinquedos, emociona durante todo o filme.

No entanto, a emoção do longa (seja de ação, seja de drama), chega no seu ápice quando duas personagens aparecem: Betty, nossa pastora de ovelhas mais elegante que surge como a força do filme. A boneca de porcelana comanda a ação do longa e ainda faz Woody se situar sobre o que é de fato estar perdido. Que delicadeza incrível do roteiro de colocar uma personagem “frágil” como a fortaleza do filme. A outra é Gabby Gabby, a vilã da animação. Sinceramente, o último vilão que elogiei por suas motivações foi Erik Killmonger de Pantera Negra, e a Disney aqui fez um trabalho incrível de criar uma antiheroína tão complexa e ao mesmo tempo tão simples e verdadeira em sua motivação principal.

No entanto, não é só de um arco dramático belíssimo e muito relevante que vive Toy Story 4. Temos também, além do Garfinho, novos personagens que encantam e arrancam gargalhadas do público: Coelhinho e Patinho (vozes de Key e Jordan Peele) e Duke Caboom (Keanu Reeves). Diversão e emoção se confundem, e, torna-se muito difícil passar ileso do ato final do filme, onde, particularmente, alternei choro e gargalhadas por pelo menos três vezes.

Disney: obrigado por isso!


Título Original: Toy Story 4

Direção: Josh Cooley


Duração: 100 minutos

Elenco: Tom Hanks, Tim Allen, Annie Potts, Keanu Reeves, Tony Hale, Jordan Peele, Keegan-Michael Key, Wallace Shawn, Christina Hendricks e Joan Cusack. 

Sinopse: Woody, Buzz Lightyear e o resto da turma embarcam em uma viagem com Bonnie e um novo brinquedo chamado Forky. A aventura logo se transforma em uma reunião inesperada quando o ligeiro desvio que Woody faz o leva à sua amiga há muito perdida, Bo Peep.

Trailer:

E vocês? O que acharam do filme? Se empolgaram e emocionaram também? Contem pra gente 😉

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