
Bridgerton, a série romântica e de época da Netflix finalmente ganhou sua segunda temporada, que estreou na plataforma de streaming no último dia 25 de Março e em menos de uma semana já bateu recorde de visualizações e foi para o topo das paradas do streaming.
Para os que assistiram a primeira temporada, além do caráter romântico, a caracterização perfeita de época, a série trouxe ainda um toque de Gossip Girl, ao adaptar a revista de fofoca a um jornal de fofoca local para a elite Inglesa.
A série conta a história da família Bridgerton, da elite Inglesa, que conta com a mãe viúva e seus 8 filhos, que vão chegando um a um em sua idade de se casar e passar pela temporada casamenteira, com a benção da Rainha da Inglaterra. O que poucos sabem porém, é que a série é baseada em uma saga de livros de Julia Quinn, que contando com 8 livros no total, cada um deles trata da história da escolha pelo cônjuge perfeito de cada um dos filhos Bridgerton.

Os livros porém, trazem um aspecto mais focado na família Bridgerton, não se estendendo profundamente nos personagens coadjuvantes e mais ainda, todos os livros da saga apresentam um mesmo formato literário e dramático, de forma que após ler a 2 ou 3 livros, estes já se tornam cansativos e extremamente previsíveis, um aspecto em que a série, em sua direção e roteiro diferenciados, consegue contornar maravilhosamente bem, se tornando uma das poucas produções cinematográficas em que se pode dizer com certeza, que a adaptação audiovisual é melhor do que a obra literária original.
Para os que acompanharam o lançamento da série no final de 2020, a primeira temporada teve um ritmo mais lento, sendo a adaptação do primeiro livro O Duque e Eu, tratou a história de Daphne, a mulher mais velha dos Bridgerton, em busca de um casamento, também foi a temporada em que todos se encantaram com a trama e com o jornal de fofocas da Lady Whistledown, que trouxe ainda mais uma trama de suspense e tensão combinada à trama clichê e previsível de romance, de forma que o público não consegue tirar os olhos da tela, tornando a produção, uma série extremamente possível e gostosa de ser maratonada.

Após a descoberta de quem é Lady Whistledown no fim da primeira temporada, porém, a dúvida se viria uma segunda parte foi grande, mas ela chegou trazendo um outro aspecto de Bridgerton, onde o público agora é cúmplice da verdadeira escritora e torce por ela do início ao fim, esquecendo-se facilmente de todos os males que cometeu e que podem ser considerados crimes para a época.
Nesta segunda temporada, a trama gira em torno do Visconde Bridgerton, o primogênito da família e o responsável por todos que nela vivem, o momento em que ele decide finalmente sair de sua vida de escritório e farra e encontrar uma esposa, e este momento coincide com o da sua irmã mais nova, Eloise, ao atingir a idade de se casar. Desta forma em uma primeira vista da temporada, pode-se ter a impressão que de os produtores decidiram unir a trama do 2 e 3 livro de Julia Quinn, mas logo fica claro que o foco será em Anthony, mas com uma temporada com muitos outros plots e muito mais complexa dramaticamente, evidenciando novamente as qualidades de direção e roteiro em uma adaptação literária magistral.

Ao mesmo tempo em que insere novos personagens marcantes, como as novas protagonistas as irmãs Sharma, também insere personagens pouco cativantes e que tem sua história concluída na própria temporada, sem promessas de aparecer em uma terceira, que já foi confirmada, como também exclui personagens que o público aspirava muito ver, como o Duque o novo marido de Daphne, como também se aprofunda na personalidade e vida de outros personagens que já existiram, chegando a colocar o público até mesmo contra a Rainha frente aos crimes de Lady Whistledown.
Com uma trama tão complexa e cheia de nuances, o espectador é facilmente transportado para o mundo de Londres do século 19 com uma direção de arte perfeita e claramente extensa e exorbitante em sua variedade de mudanças de locação, quantidade de vestidos e bailes sediados ao longo dos episódios, bem como sua evidente qualidade e atenção que gera desde que já sabemos que a série é mais uma produção da famosa ShondaLand, que já produziu outras séries de sucesso como Greys Anatomy, Scandal, How To Get Away With Murder, entre muitas outras.

Porém, nem tudo na série é perfeito e para os olhos mais atentos dos profissionais dá área, fica evidente que a fotografia e montagem pouco entregam ao público, se mantendo em planos básicos e quando diferenciados aparentemente desnecessários e que cortam a carga dramática, exemplificando uma dificuldade de busca de uma linguagem mais artística, tanto quanto talvez uma falta de tempo e planejamento de produção, ao inserir estes planos na montagem, mesmo quando evidenciam erros de continuidade.
Para a sorte de Bridgerton e da ShondaLand, estes erros são rapidamente controlados pela forte caracterização e personalidade dos personagens, que possuem carisma de tal forma, com a narrativa intrigante, que mesmo com os estranhamentos fotográficos, que podem ser considerados sutis, apesar de presentes, o espectador realmente não consegue tirar os olhos da tela até o último momento do ultimo episódio, mesmo muitas vezes já sabendo como a jornada de Antony terminará. Mas essa é uma clara evidência de que não importa o final e sim a jornada e que o multiplot gera ainda mais questionamentos que devem ser resolvidos nas próximas temporadas, prendendo ainda mais o público à trama que pode chegar a ter 9 temporadas, assim como a saga de livros.
Para os que amaram a 1ª temporada tanto quanto eu, a segunda parte de Bridgerton está disponível hoje na plataforma de streaming da Netflix.


Título Original: Bridgerton
Direção: Chris Van Dusen, Shonda Rhimes
Episódios: 8 episódios
Duração: 60 minutos.
Elenco: Julie Andrews, Adjoa Andoh, Ruby Barker, Jason Barnett e Sabrina Bartlett
Sinopse: A 2ª temporada de Bridgerton acompanha o Lord Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey) enquanto ele busca pela esposa ideal. A missão parece malfadada até que Kate Sharma (Simone Ashley) e sua irmã mais nova Edwina Sharma (Charithra Chandran) chegam da Índia.
Trailer:
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