Crítica: Batman (2022, de Matt Reeves)

A versão atualizada de Batman é provavelmente um dos filmes mais aguardados desse ano, sendo o primeiro blockbuster da temporada entre tantos outros que estão por vir. Inclusive, quando o assunto é super-heróis, a lista é extensa. Mas sobre Batman (2022), quem dá vida ao órfão bilionário Bruce Wayne é Robert Pattinson, que no longa se divide entre ser investigador da polícia com seu traje de Homem-Morcego e o solitário homem milionário que vive em uma torre na escura Gotham City, que quando aparece em público dá o que falar.

Comparado ao Batman de Tim Burton dos anos 80 ou a franquia de Batman: O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan dos anos 2000, será possível perceber que os filmes e os elementos da história não se divergem muito, até porque não tem como, uma vez que Batman já é um velho conhecido dos fãs de quadrinhos e super-heróis.

Nesse remake, o que veremos são personagens clássicos dos filmes dos anos 80/90, como: Pinguim (Colin Farrell), Charada (Paul Dano), Mulher-Gato (Zoe Kravitz) e os velhos parceiros de Batman, como o seu mordomo Alfred (Andy Serkis) e o detetive Gordon (Jeffrey Wrigth). Esses últimos que aparecem também nas sequências de O Cavaleiro das Trevas. Falando dos filmes do Nolan, o que se assimila entre os dois longas (Cavaleiro das Trevas e Batman de 2022) é justamente o cenário mais obscuro e mais dramático.

Justamente para assumir esse formato mais obscuro e dramático que o diretor Matt Reeves deve ter sido escalado, cineasta que carrega em seu currículo longas-metragens como: Cloverfield, o Monstro (2008), Deixe-me Entrar (2010) e os dois últimos Planeta dos Macacos: O Confronto (2014) e A Guerra (2017). No caso, um veterano em filmes que envolvem suspense, drama e ação, e tudo isso se faz muito presente em Batman.

O roteiro é assinado por Matt Reeves e Peter Craig, baseado na obra de Bob Kane e Bill Finger, criadores do Batman. No novo longa, o espectador já é inserido em uma história em movimento, com uma investigação em andamento, mas com elementos que ao mesmo tempo que envolvem Batman, eles contam a sua história. Como por exemplo, o filho do prefeito Mitchell (Rupert Penry-Jones) que ficou órfão e precisa lidar com a perda do pai e ao mesmo tempo a pressão dos holofotes da imprensa. O ponto é que Bruce Wayne é órfão e o público já sabe, não é necessário demonstrar isso novamente, mas aqui o diretor e roteirista optou por colocar através do fator “se colocar no lugar do outro”. Não é apenas nesse momento que isso acontece, mas em outro momento chave do filme que não dá para falar, se não seriam muitos spoilers.    

O filme tem quase 3 horas de duração, mas já dá para adiantar duas coisas: não cansa, pois são muitas sequências de ação de tirar o fôlego e possui uma “cena” pós-créditos, que não dá bem para chamar assim. De fato, o filme manda tão bem na ação que faz medo sair para ir ao banheiro e perder detalhes importantes, pois a todo momento surgem novos desdobramentos nas investigações e nas ações do vilão que se você perde, quando volta pode ficar confuso. Aliás, como já é de costume os vilões do Batman são quem mais se destacam aqui, é o caso de Paul Dano como o Charada que é uma grata surpresa como vilão e tem uma excelente entrega ao personagem; e Colin Farrell como o Pinguim que está irreconhecível no papel do vilão caricato.

Falando em interpretações e elenco, a pergunta que todos fazem é: como Robert Pattinson se sai como Batman? A resposta é que cada um pode tirar sua própria conclusão, a questão é que o ator tem o estigma de ter interpretado o vampiro Edward na franquia de filmes da saga Crepúsculo e por isso tem dificuldade de desvincular sua imagem do personagem. Mas, tem trabalhos anteriores ao Batman em que o ator se destaca por sua interpretação, como: Tenet (2020), O Farol (2019) e Lembranças (2010). Mas, como Batman não dá para dizer que é a interpretação mais brilhante do ator, acredito fortemente na sua entrega no quesito físico e nas cenas de ação que o personagem exige. Entretanto como Bruce Wayne a impressão que dá é que o ator não sai muito da sua zona de conforto.

Há personagens como Alfred que talvez merecessem ter recebido mais destaque diante a sua relevância para a história, ele até recebe mais já da metade para o fim do longa-metragem. O mesmo acontece com a Mulher-Gato, mas o que seria explicado para ela não ter uma apresentação mais detalhada é justamente a narrativa da história que já parte da premissa de que o público sabe quem é cada um deles e suas histórias.

Com todos os argumentos básicos e que podem ser mencionados sem dar spoilers, o que posso falar é: corra para o cinema e vá assistir esse espetáculo de filme. É um pouco mais do mesmo, o que vão sentir de diferente é justamente a narrativa, mesclando elementos do clássico e do contemporâneo, claro que com o morcegão inserido na era tecnológica. Aliás, é outro ponto que vale destacar, temos vilão e herói bem high-techs. E terá muita, mais muita ação, do início ao fim.

Título Original: The Batman

Direção: Matt Reeves

Duração: 176 minutos

Elenco: Robert Pattinson, Paul Dano, Zoe Kravitz, Colin Farrell, Peter Sarsgaard, John Turturro, Andy Serkis, Jeffrey Wright, Jayme Lawson, Rupert Penry-Jones

Sinopse: Batman segue o segundo ano de Bruce Wayne (Robert Pattinson) como o herói de Gotham, causando medo nos corações dos criminosos, levando-o para as sombras de Gotham City. Com apenas alguns aliados de confiança – Alfred Pennyworth (Andy Serkis) e o tenente James Gordon (Jeffrey Wright) – entre a rede corrupta de funcionários e figuras importantes da cidade, o vigilante solitário se estabeleceu como a única personificação da vingança entre seus concidadãos. Mas em uma de suas investigações, Bruce acaba envolvendo o Comissário Gordon e ele mesmo em um jogo de gato e rato ao investigar uma série de maquinações sádicas, uma trilha de pistas enigmáticas, revelando que Charada estava por trás disso tudo. Porém, a investigação acaba o levando a descobrir uma onda de corrupção que envolve o nome de sua família, pondo em risco sua própria integridade e as memórias que tinha sobre seu pai, Thomas Wayne. Conforme as evidências começam a chegar mais perto de casa e a escala dos planos do perpetrador se torna clara, Batman deve forjar novos relacionamentos, desmascarar o culpado e fazer justiça ao abuso de poder e à corrupção que há muito tempo assola Gotham City.

Trailer:

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