Crítica: A Jornada de Vivo (2021, de Kirk DeMicco)

O longa A Jornada de Vivo é uma das mais novas animações de 2021 da Netflix, com uma trama muito bem humorada e que emociona o espectador desde a primeira cena. O longa traz mais uma característica das mais recentes animações lançadas neste ano, o fato de trazer uma ambientação distinta, apresentando ao público cenários e países nunca antes introduzidos nas animações atuais, tal como fez o filme Luca, da Pixar ao nos apresentar a Riviera Italiana. Agora, A Jornada de Vivo nos transporta para a cidade de Havana, em Cuba.

Tal como o cenário, o filme traz ainda os trajes típicos e a música do local, encantando o público amante de música, desde a primeira cena. Porém, se tratando da jornada física de um personagem, não se passa totalmente em Cuba, mas nos leva por cidades e florestas dos Estados Unidos, mostrando ao mesmo tempo as diferenças culturais e de gostos musicais, bem como um sonho pode nos levar muito mais longe do que esperado.

O filme inova ainda ao colocar como protagonistas personagens negros, abrindo os olhos do espectador para as diversidades artísticas, musicais, culturais, já introduzindo uma lição contra o racismo que nunca é mencionado.

O designer da animação combina com toda essa diferenciação, com traços mais fortes e retos e personagens completamente distintos uns dos outros, compondo um tipo de rosto agradável raramente visto, e introduzindo neste características nos personagens mais comuns, como mãe, avô, pai, como também os mais diferenciados, como de cabelos coloridos, famosos e muitos outros.

A trilha sonora do filme porém, claramente é seu ponto mais forte, apresentando contraposições de estilos e uma comunicação verbal e não verbal dos personagens humanos com os animais. É sem igual, emocionando e nos transportando para a ambientação da trama, e tirando lágrimas mesmo dos espectadores mais racionais, trazendo músicas diferentes umas das outras, lindas cada uma a sua maneira, sem deixar de introduzir o ponto máximo que é a importância de correr atrás de seus sonhos e de ser você mesmo, com seus próprios gostos.

O filme traz ainda mais uma mensagem sobre como devemos respeitar os animais e valorizar seus animais de estimação, dado o fato de que VIVO, é na verdade um Jupará.

Fica claro na trama porém, a maestria de seus criadores, ao conseguir com apenas uma única animação trazer diversas mensagens importantes para o lar das crianças. Ir para dentro de todas as casas emocionando tanto as crianças em suas músicas animadas como os adultos em suas cenas fortes e extremamente dramáticas, é um grande feito. 

Para quem não assistiu ao filme Vivo, é uma animação maravilhosa que vale seu tempo e se encontra hoje no catálogo da Netflix. 

Título Original: Vivo

Direção: Kirk de Micco, Brandon Jefferds

Duração: 99 minutos

Elenco: Lin-Manuel Miranda, Ynairaly Simo, Zoe Saldana

Sinopse: O jupará Vivo e o seu dono Andrés passam seus dias tocando música para uma multidão em uma praça animada. Embora possam não falar a mesma língua, Vivo e Andrés são a dupla perfeita por meio de seu amor comum pela música. Quando Andrés recebe uma carta da famosa Marta Sandoval, convidando-o para o seu show de despedida com a esperança de se reconectar, cabe à Vivo entregar uma mensagem que o seu amigo humano nunca poderia: Uma carta de amor para Marta, escrita há muito tempo, na forma de uma canção. No entanto, para chegar até ela, o jupará precisará da ajuda de Gabi – uma adolescente enérgica.

Trailer:

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