WHAT IF…? – T’Challa: O Senhor das Estrelas (Análise do episódio 2)

A semana se torna completa com um novo episódio de WHAT IF…?, a nova série da Marvel Studios totalmente animada, onde segundo os realizadores, promete explorar possibilidades infinitas e novas histórias empolgantes de personagens queridos na trajetória do MCU. Na semana passada fomos recebidos com a entrada desse Multiverso de possibilidades com a primeira história, que foi a introdução da heroína Capitã Carter, e agora seguimos a nossa cobertura semanal do Marvel Studios diante desses grandes lançamentos que irão surgir nesse ano!

Como sempre mencionamos, o nosso intuito é fazer uma análise detalhada do episódio, comentando acontecimentos, caçando referências do MCU ou aos quadrinhos, com a intenção de especular o que podemos ver mais à frente nas futuras produções, seja para cinema ou para streaming, e fazemos no maior agrado para tornar a experiência muito mais rica após assistir o novo episódio semanal!

Então agora se acomode, pois vamos debater o novo episódio de WHAT IF…?

Atenção: Spoilers do episódio da semana!

Muitos comentaram no episódio da semana passada que a história da Capitã Carter foi deveras razoável, devido à falta de criatividade e conceitos transformadores que pudessem explorar novas ideias com os seus novos personagens, porém o que foi visto nessa semana no segundo episódio, mostra o real poder de uma história alternativa e é muito mais abrangente e sem limites do que imaginávamos! A nova história estrelada pelo herói de Wakanda, T’Challa era uma das mais aguardadas pelos fãs da Marvel, pois é tida como a última vez que o ator Chadwick Boseman interpretou o personagem, fazendo a voz da animação, visto que estamos no mês que se faz um ano que o astro faleceu devido a um câncer de colón. E assim, para nos alegrar, a segunda história de WHAT IF…? consegue nos divertir e, ao mesmo tempo, nos emocionar com a nossa despedida do querido ator.

O conceito dessas histórias é mostrar situações totalmente inesperadas com personagens que gostamos nos quadrinhos para ver o que aconteceria se eles estivessem numa situação que quebrasse o que conhecemos, e nada mais justo do que vermos o nosso soberano de Wakanda, uma nação africana, sendo levado ao contexto cósmico e intergaláctico. Respeitando a essência do personagem, o episódio conseguiu dar um ótimo exercício de como seria o nosso querido T’Challa, uma pessoa nobre e justa, se aliando aos Saqueadores, que vimos ser introduzidos no primeiro filme dos Guardiões da Galáxia, e se tornando um justiceiro benevolente que luta pelos oprimidos na galáxia.

Respeitando a regra que nosso apresentador dublado pelo Jeffrey Wright, O Vigia, apresentou, onde de uma pequena mudança nos acontecimentos do MCU surge uma nova realidade diferente e totalmente desconexa do que já tínhamos concebido, nessa semana nós vimos a mudança ocorrer pelo fato de Yondo, o líder dos Saqueadores, que, relembrando os acontecimentos desse universo, ele tinha a missão de abduzir o filho do celestial e planeta-vivo Ego, Peter Quill e entrega-lo com segurança ao celestial, porém nessa linha alternativa que acompanhamos, vimos que Yondo mandou os seus capangas fazerem isso, o que consequentemente, levaram ao erro de pegar ao invés de Quill, o pequeno T’Challa. E assim toda a história da galáxia se reestrutura como não imaginávamos.

Visto que o príncipe de Wakanda, tendo uma personalidade mais parcial e aberta a diálogos, diferente de Quill que era mais impulsivo e infantil, a figura de Senhor das Estrelas finalmente se torna a grande figura lendária que o Peter sempre sonhava ter nos filmes dos Guardiões. Isso fica bem evidenciado com a recriação da primeira cena do filme dos Guardiões, onde antes Quill chegava ao planeta Morag para pegar o Orbe que continha um das Joias do Infinito, que no caso era a Joia do Poder, para vender para alguém com o melhor preço, até ser abordado pelo Korath que queria a joia para o vilão Kree Ronan, O conquistador, e não reconhecendo a tal figura de Senhor das Estrelas. Mas nessa realidade vemos que as atitudes de T’Challa tornaram o nome conhecido, e na mesma situação, quando ele parte para pegar o Orbe (contudo desta vez em prol de motivos mais humanitários), não só é reconhecido pelo Korath, mas é endeusado ao longo do episódio inteiro.

A história se desenrola quando nós somos integrados a mais membros desse contexto cósmico, ao vermos Yondo, Kraglin e Korath, que se aliou ao grupo, cuja fala dele sobre um certo assalto num planeta denominado Tarnax IV, esse local é importante mencionar, pois, se trata do planeta natal da raça Skrull, raça que se tornará crucial no futuro do MCU em vista da futura série Invasão Secreta, mas a mais surpreendente é que quem está no lado do herói é ninguém menos que o grande vilão do MCU, o titã louco Thanos. É tão inusitado e surpreendente que nós nos reencontramos com o grande vilão que foi construído a quase uma década e era tido como a maior ameaça ao universo inteiro, e agora é tido como uma pessoa legal e amigável aos nossos olhos. É nisso que o contexto do WHAT IF…? atinge o seu potencial, ao vermos uma nova versão alternativa de um personagem que antes olhávamos um lado só e vemos outra forma que ainda assim nos cativa, isso nos deixa mais ansiosos com as possibilidades infinitas que podemos ver nas próximas semanas.

Retomamos ao Thanos, que rapidamente é explicado que o T’Challa conseguiu convencer, através do diálogo e bons argumentos, que a sua obsessão do Titã de destruir metade da vida no universo não era o caminho certo para a prosperidade, e assim o vilão se tornou um forte aliado e consequentemente levou a novos desdobramentos nessa realidade, onde, por exemplo, o Drax, um dos principais personagens de Guardiões da Galáxia, não se tornou um assassino, pois o seu planeta e sua família foram salvos pelo T’Challa, mas principalmente é que a grande ameaça que Thanos representava agora se encarna na figura do Taneleer Tivan, o Colecionador, que virou um impiedoso soberano do crime na galáxia.

E assim a trama toda se encaixa na missão de invadir o domínio pessoal do Colecionador para estar de posse de uma especiaria vegetal que o nosso herói deseja possuir para acabar com a fome no universo, tudo isso numa pegada de trama de assalto, com o fato de uma moça entregar a missão dada, a filha adotiva de Thanos, Nebula, que nessa realidade, pelo falta de maldade de seu pai, não ser tornou uma ciborgue e também é aliada ao Senhor das Estrelas.

Além disso, podemos ver muitas reviravoltas típicas de história nessa pegada, com o planejamento, a execução e o final, porém as possibilidades nessa nova realidade se desdobram ainda mais quando vemos que outros aliados do antigo Thanos, A Ordem Negra, que era constituída pelos servos poderosos como Fauce de Ébano, Próxima Meia-Noite, Corvus Glaive e o Estrela Negra estão servindo ao Colecionador e aumentando o desafio. É importante ressaltar que o clima despretensioso da animação ainda continua em seu segundo episódio, com piadas mais físicas e referências legais a cultura POP do nosso mundo, como, por exemplo, em que o Yondo chama T’Challa de um lendário herói do seu mundo, Robin Williams, saudoso astro da comédia, que na verdade, o herói se referencia ao lendário salvador Robin Hood. Esse humor é algo que está cada vez mais constante, e isso pode dividir alguns espectadores que procuravam algo mais sério nessa produção.

Quando retornamos ao cenário da grande coleção do Taneleer Tivan, somos novamente captados pela chuva de referências ao universo Marvel, entre elas vendo novamente um elfo negro, inimigos de Thor: O Mundo Sombrio, e a mais divertida volta até então, do Howard o Super Pato, e diversas naves referentes à eventos antigos do MCU, como a nave de festa do Grão-Mestre do planeta Sakaar visto em Thor: Ragnarok, além da própria nave vinda de Wakanda, surpreendendo ainda mais T’Challa, visto que nessa realidade ele acreditava que fora destruída, coisa que veremos ser muito importante no final.

O grande momento climático do episódio é quando o Colecionador consegue capturar o T’Challa e tenta capturar a sua equipe, essa cena do herói preso ainda consegue ter um bom contexto para a figura da representação negra que o personagem é constantemente relembrado mesmo após a morte do ator, onde ele se refere a pessoas inocentes presas em jaulas fazendo uma analogia a escravidão na África, mesmo que seja muito pequeno, é algo importante a ser referenciado na figura do nosso saudoso Pantera Negra. Até que finalmente vemos o grande combate, com a tropa do Senhor das Estrelas derrotando a Ordem Negra e vemos o nosso protagonista enfrentar o Colecionador, assim observamos o real valor da sua coleção, vendo que Tanarlee Tivan utiliza um punho de rocha que segundo ele, foi retirado de um kroniano tagarela. Se relembramos no contexto do MCU, é óbvio que esteja se referindo ao querido Korg, personagem aliado de Thor. Mas de todas as armas vistas no seu arsenal, as principais armas do MCU, como o escudo do Capitão América, o martelo do Thor, o elmo de Hela, a deusa asgardiana da Morte, e por fim a mais surpreendente, a espada simbionte de Gorr, o Carniceiro de deuses, que será o vilão do futuro filme Thor: Love And Thunder e será interpretado pelo ator Cristian Bale.

Assim que o vilão é derrotado e toda estrutura do local é destroçada pela especiaria vegetal liberada por Nebula, a história tem o seu encerramento quando T’Challa decide encerrar contas do seu passado e assim ele acaba o episódio como um grande herói no universo, principalmente para o seu povo de Wakanda e ao seu pai rei Pantera Negra T’Chaka. Até sermos encerrados com uma cena final que pode ser considerada sombria, já que vimos que muito dessa realidade foi criada pelo fato do Senhor das Estrelas original Peter Quill não foi para o espaço, não conheceu os Guardiões e então não teve aquelas aventuras onde evidentemente salvou o universo, e vimos no encerramento a maior consequência, onde o celestial planeta vivo Ego vai atrás de Quill pessoalmente. Todos nós podemos imaginar o que pode se gerar a partir daí: sem o apoio de Yondo e dos Guardiões, Quill será certamente manipulado pelo pai e assim cumprirá o destino sombrio que Ego queria para o filho em Guardiões da Galáxia Vol. 2 e isso causará o fim do universo. Pode até ser um gancho para outro episódio, contudo é importante saber que nem tudo é ligado a gancho, onde muito dessas histórias alternativas encerravam com alguma catástrofe, então é evidente que o seriado da Marvel está respeitando as suas origens.

Sem dúvida pode ser algo muito bonito a se pensar geralmente, visto que o nosso querido astro Chadwck Boseman nos deixou muito cedo, esse episódio de WHAT IF…? serviu como uma bela homenagem e despedida do ator ao personagem, considerado o maior salvador do universo, derrotando o maior vilão do MCU, visto que o herói Pantera Negra buscava ser uma solução diplomática, com diálogos e honra, o que ator buscava apresentar no seu personagem, é uma analogia carinhosa para relembrarmos o nosso querido Chadwick, que onde quer ele esteja, sabe que ainda é muito querido pelos fãs do MCU. Afinal como diz a homenagem final ao ator no encerramento do episódio 2: ele foi um amigo, uma inspiração e um herói.

Assim encerramos o episódio da semana de WHAT IF…? que demonstrou o grande potencial narrativo que essas tramas alternativas podem abordar, e ficaremos de olho no que veremos nas próximas semanas, que segundo muitos que já viram antecipadamente, é apenas o começo dos desdobramentos chocantes do MCU, e estaremos de olho nas análises das próximas semanas!

WHAT IF…? é uma produção original do Marvel Studios e é exclusiva do streaming Disney+.

O que achou da nossa análise? Gostou do T’Challa como o Senhor das Estrelas? Se emocionou com o final?

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