Crítica: The Blacklist – 6ª e 7ª Temporada (2019, de Bill Roe, Daniel Willis entre outros)


Realmente a criatividade da produção é louvável. Quando você, aí sentado, acha que mais nada pode ser tão surpreendente que ainda não foi visto ou dito, eis que a 6ª temporada vem com luvas de pelica e dá na sua cara! O roteiro ainda não caiu no limbo da repetição mesmo após tantas temporadas e seguindo a mesma linha desde o início. Optei por fazer uma critica conjunta das temporadas, por dois motivos, elas literalmente se interligam e a sétima, graças ao Covid-19, teve suas gravações canceladas, resultando em poucos episódios. Mesmo assim a equipe se esforçou para nos entregar um último episódio e não deixar os fãs nas mãos, com criatividade e paixão tivemos uma temporada de tirar o fôlego. Infelizmente terei que citar alguns acontecimentos e caso você não tenha assistido tudo, corra daqui! Porque os spoilers vão rolar! Confira o que achamos das últimas temporadas de The Blacklist, todas as temporada estão disponíveis na Netflix


Tanta coisa aconteceu que me fez duvidar da minha capacidade de assimilar informações. Caso você queria relembrar ainda mais, leia a nossa crítica da 5ª temporada da série! 

Então vamos com calma e por partes, primeiro vamos recapitular os episódios sofridos, em que Raymond (James Spader) estava preso e pronto para ser morto na “cadeira elétrica” justamente por culpa da Elizabeth (Megan Boone) que achou que, assim, ele revelaria seu grande segredo. Porém só serviu para mostrar à ela o quanto os sentimento que ela tinha por ele era algo grande e acima de qualquer história do passado, e após uma reviravolta, ele é salvo, claro. 






Após ser preso, Red fica obcecado em descobrir quem o traiu e Dembe (Hisham Tawfiq) fica entre a cruz e a espada, por ter que esconder de Raymond a verdade, já que ele sabe quem foi e quando finalmente ele descobre, Dembe que paga o pato. Por um minuto passou pela minha cabeça que ele teria o mesmo fim que a Mr. Kaplan mas, por fim, ele foi perdoado, assim como Elizabeth, o que não me agradou. Consigo entender o lado dela, já que sua vida é cercada por mentiras e mais mentiras, porém Raymond já se provou digno de confiança e tudo que recebe de volta é traição. O que me leva a segunda parte da 6ª temporada, onde a equipe do FBI começa a investigar um atentado em território nacional e o pior, o governo está envolvido. 


Acredito que esse contexto foi apenas para trazer à tona a personagem fantasma que cerca a série desde os primórdios, Katarina Rostova (Laila Robins); já que essa temporada foi como todas as outras, cheia de reviravoltas, mas o que realmente surgiu daí foi a descoberta de que, Katarina está viva. 

Elizabeth estava finalmente aceitando sua vida, suas escolhas e sua família quando conhece sua nova vizinha, dentre tantas mentiras, saber que Raymond teve outra identidade não chega a ser algo tão devastador como eu imaginava, porém a grande sacada da direção é usar essa informação para nos confundir, fazendo close no personagem como se ele tivesse uma nova perspectiva agora que sabemos a “verdade”. E acredite, isso nos causa um certo desconforto à principio, mas não chega a atrapalhar nosso carinho por ele, até que mais uma vez, somos jogados dentro do passado e descobrimos que talvez Katarina estivesse certa em querer se vingar! 


Não contente percebemos que Raymond nos enganou muito mais do que parecia, já que, na verdade sua identidade continua um mistério. E é nesse momento que percebemos algo quebrar na relação dele com Elizabeth, que assim como nós, somos bombardeados de informações. Por um lado temos sua “mãe” (coloquei em aspas porque, depois de 30 anos ela aparece reivindicando o posto) e faz ela ter duvidas, ao ponto que, ela continua ajudando Raymond. Ou seja, ao meu ver, quando Elizabeth decide salvar sua mãe das mãos do FBI ela escolheu um lado ali.
Raymond sempre foi a segunda escolha após aquilo e isso é algo muito absurdo, já que ela “criou” um laço com a “mãe” muito rápido e pior, virou as costas para sua família. Pior que por a lealdade do espectador em cheque, é fazer com que Elizabeth se volte contra seu protetor e fique do lado de uma mãe que ela NÃO CONHECE e que nitidamente é a pessoa mais manipuladora do universo, com esse papo de proteção e amor, Elizabeth caiu na teia dessa mulher e é nítido que Raymond já suspeitava que isso aconteceria, e mesmo assim, ele ainda fica do lado dela.
Raymond, ou seja lá quem ele já foi, mais uma vez confia em Elizabeth, e percebemos que isso acontece num momento em que ele está fraco e dá a entender que a ligação da mãe e filha está aparecendo bem nesse momento de crise. Infelizmente, Elizabeth não sabe para que lado sambar, hora confia em um hora em outro, criando um conflito. Porém, nunca gostei dela e acredito que no fundo ele sabe que Katarina vai trair ela também, mas em todo o caso, a sua curiosidade e necessidade de conhecer seu passado ultrapassa qualquer limite que ela possa ter. 


Vejo que a série tenta nos mostrar os limites que cada personagem é capaz de ultrapassar e nos mostra que todos já chegaram ao seu, mas que continuam com seu senso moral e ético intacto. Mas isso é ambíguo em relação a Elizabeth, sempre tem um meio termo e sempre tem uma desculpa para suas ações. Ainda acho que ela pode virar de lado e acabar no submundo, assim como sua mãe e Raymond, deixando de lado a vida como policial. 
A direção como sempre mescla as cenas de ação com todo o drama que os personagens estão vivendo. Como a “caça” de Katarina a seu pai, e como Raymond, Dom e Dembe lutaram bravamente – e com muitos tiros – pela própria sobrevivência, ou as cenas que contam a trágica adolescência de Ressler, toda ação dessa temporada teve um porquê e isso é muito significativo para a história. Não é apenas mais um vilão da lista de Red; essa temporada foi muito mais sobre vida e morte, amizade e moral do que qualquer outra temporada até agora conseguiu explorar dos personagens. Entramos de corpo e alma na cabeça e pensamentos deles como nunca antes e isso ao meu ver é uma evolução e tanto no roteiro.

E infelizmente, por conta  da pandemia, a série teve um corte nos episódios e graças à excelente equipe de produção e direção, eles fizeram de tudo para que nós, os telespectadores, tivessem um desfecho e um episódio final, criando assim cenas como se fossem um quadrinho animado. Achei lindo e de grande importância, pois coloram os fãs em primeiro lugar apesar de tudo. 

Tivemos também mais arcos com os personagens secundários, conhecendo seus segredos, seus medos, seus fantasmas e sua lealdade. Foi interessante conhecê-los melhor e ver como eles mudaram nesses anos. A série continua excelente, sem defeitos e apesar dessas reviravoltas, Raymond continua sendo o pilar da série e a liga entre as história, em resumo: voltamos a odiar a Keen.


Título Original: The Blacklist

6ª Temporada:

Direção: Bill Roe, Daniel Willis, John Terlesky, Kurt Kuenne, Lin Oeding, Michael Caracciolo, Terrence O’Hara

Episódios: 22

Duração: 45 min aprox. 

7ª Temporada:

Direção: Andrew McCarthy, Bill Roe, Daniel Willis, Mahesh Pailoor, Michael Caracciolo, Tessa Blake, Victor Nelli Jr

Episódios: 19

Duração: 45 min aprox. 

Elenco: James Spader, Megan Boone, Benjamin Thys, Amir Arison, Brett Cullen, Brian Dennehy, Diego Klattenhoff, Fisher Stevens, Harold Surratt, Hisham Tawfiq, Laila Robins, 

TRAILER:

6ª Temporada


7ª Temporada


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