A Equipe Comenta: The Witcher – 1° Temporada (2019, de Lauren Schmidt)

Oh valley of plenty, oh oh oh.

Lançada no final de 2019, The Witcher fora uma das séries mais esperadas do ano passado. Narrando a história de Geralt de Rivia, membro de uma raça mutante de guerreiros que caçam criaturas, encontra seu destino entrelaçado com o de uma jovem princesa, em um mundo de fantasia pintado com tons sombrios e cruéis. Pela expectativa da série e sua repercussão, alguns membros da equipe reuniram-se para fazer este especial, comentando suas impressões e opiniões sobre a produção.  

Amanda Mergari:

É compreensível que The Witcher seja o novo queridinho, já que todos os nerds estão órfãos de Game of Thrones. Então sendo assim a coisa mais próxima desse universo místico medieval, a galera se debruça sobre esta nova história, que derivou de um livro e que também se tornou jogo. 


No entanto, como série tem muitos problemas. Apresenta problemas de continuidade, de falhas no roteiro que deixam as coisas um pouco jogadas como muitas ações dos personagens, principalmente as de Geralt, o suposto protagonista. Mas na verdade ele acaba dividindo isso com outras duas personagens femininas, e ainda bem porque para mim elas sim é que deixam tudo mais interessante. Apesar de termos Henry Carvill como Geralt, que é sem dúvidas um apelo atrativo e bom ator, não acho que o personagem tem o apelo que deveria ter. As outras duas personagens femininas têm suas personalidades muito mais definidas e suas ações são claras, têm justificativa, fazem sentido sempre. Além, claro, das suas histórias acabarem sendo mais interessantes/intrigantes de serem seguidas. 


Outro ponto fraco que quase me fez desistir da série foi que, lá pelo terceiro episódio, teve uma criatura criada digitalmente que, honestamente, qualquer um faria melhor. Ficou claramente falso. Mal feito mesmo. O que é uma pena porque a série em si tem ótimas paisagens criadas digitalmente, e aí chega no principal que são as criaturas e acabam derrapando feio neste momento específico. Que eu me lembre foi só esta criatura, que no caso era tipo um fauno, mas mesmo assim né? A Netflix se propõe fazer uma série de fantasia no estilo medieval e que lida com monstros e me vem com essa??? Espero que levem mais a sério na segunda temporada. 

Outro erro, agora do departamento de arte, é que muitas vezes a caracterização dos personagens, mas principalmente de Geralt fica muito “over”. Exagerada mesmo. O cara já usa uma lente amarela, e aí as vezes isso é muito ressaltado. Muitos personagens secundários ficam péssimos utilizando perucas que, de fato, parecem ser perucas! São erros que te tiram da hipnose gostosa que é a de embarcar numa série. Não dá pra quebrar essa magia. Tudo deveria parecer real sempre.


Agora os pontos positivos: a atuação e a trilha são as únicas coisas que ninguém pode botar defeito!!! Uau, que incrível! 


A série acaba valendo a pena porque você fica curioso para saber como se desenrola a história dos personagens. E o mais legal é que sempre procuram quebrar o maniqueísmo. E eu estou de acordo! Então continuem firmes e fortes, porque apesar de muitas coisas, a série vale a pena sim.

Nota: 7,5



Igor Motta:

Antes de tudo, é bom ressaltar que qualquer comparação com Game of Thrones
faz parte de um marketing meio descabido, pois embora sejam enredos
plantados dentro de um mesmo terreno, a fantasia, são árvores
completamente diferentes.

The Witcher
é uma série totalmente inserida no que há de melhor, mediano e pior
do gênero fantástico; então é relativamente normal pessoas
estranharem olhos coloridos,
sociedade de magos, dragões dourados e etc (mas também é inegável
má figuração dos elfos que, sinto em dizer, parecem mais uma fantasia barata de eventos de RPG). O mundo de The Witcher
é extremamente rico, explorando elementos da mitologia polonesa que, consequentemente, vão muito além das mais
tradicionais nos enredos do gênero, como a mitologia grega e celta.

A produção tinha uma tarefa relativamente complicada, de basear seu
repertório em duas fontes diferentes (livros e os jogos), ou seja,
manejar duas fanbases diferentes.  Lauren Schimidt tomou a escolha certa em preferir os livros, material original, e deixar singelas homenagens aos gamers. Esse ponto de equilíbrio,
que de certa forma agradou aos fãs no geral, deixou os marinheiros
de primeira viagem à deriva (ou literalmente boiando). 

Falta algum tipo de inserção para os novos fãs, principalmente àqueles que nem de fantasia gostam, prova disto está na estranheza com Geralt. O protagonista da saga, em todas as mídias que circundam o enredo, possui uma personalidade ríspida, irônica e nada cativante, ouso até a dizer que a única atração de Geralt, nesse momento, é por conta de Henry Carvil. O ator é, inegavelmente,  a representação de todos os padrões de beleza existentes, mas carrega a mesma sina do personagem quando o quesito é expressão de sentimentos. O que vem direto na principal questão da série: o protagonista não é cativante.

Dos três arcos apresentados, apenas Yennefer carrega essa capacidade.  A história da maga é de longe a mais interessante, não somente pelo contato direto com a magia e a forma de captar a energia do caos e transformá-la em poder, mas na constante busca da personagem em sempre querer aquilo que não pode ter. Yennefer é uma personagem com profundidade e menos maniqueísta, consequentemente mais humana, deixando suas motivações mais críveis e mais empáticas. Não há como sentir alguns arrepios quando sua tutora diz: deixe seu caos explodir. É com certeza o melhor momento da temporada, e dá para sentir que grande parte do orçamento da série fora todo para a guerra entre os magos (o que não reclamo). Sem Yennefer, provavelmente não teríamos uma segunda temporada.



Por fim, a trilha sonora mais do que excelente. Poderia me alongar falando da excelente ambientação “medieval”, ou de como a trilha da abertura é excelente, mas nada se compara ao som mais pegajoso de todo audiovisual desde Let it Go.  Vocês sabem do que estou falando.

Sou suspeito em comentar qualquer coisa sobre qualquer história de fantasia pois é meu gênero preferido, mas The Witcher é, no geral, uma boa série. Claro, com seus altos e baixos.

Nota: 7,5


Natália:
Muito se tem dito sobre a série The Witcher que, sem dúvida, foi um grande marco na Netflix graças ao elenco e o pesado trabalho de marketing em cima do que ainda nem tinha sido lançado. Em todo o caso a série chega a ser simples, Gerard (Cavil) é um bruxo habilidoso e conhecido – para o bem e para o mal – sobre as suas habilidades de caçar e matar monstros, notamos que ele segue um senso moral próprio independente da vontade de terceiros e principalmente do poder deste, que vai desde pessoas simples até rainhas… 


Em todo caso, a série foi muito bem feita mas nem de perto lembra a grandeza de G.o.T, já que segundo algumas pessoas, ela seria feita para os órfãos da série, um tanto forçada a comparação tendo em vista a primeira temporada que, apesar de ter sido boa, ainda falta algo, seu potencial não foi devidamente mostrado e apesar do grande elenco, ela é quase insossa. Problemas na narrativa, sequência de fatos e ritmo  são algumas das coisas que poderiam ter sido melhores trabalhadas para não tornar a série tão arrastada. Falo isso como mera telespectadora já que nunca joguei os jogos, então, espero estar errada e ter uma ideia melhor da série na segunda temporada.

Nota:6,5 
 



Léo Costa:
Baseada na obra literária e saga de games, a nova série vem com a promessa de ser a nova Game of Thrones, uma tentativa da Netflix de suprir a lacuna deixada pela lendária obra da HBO. Conseguiu? Não, mas merece reconhecimento.

The Witcher é imperfeita, contém uma edição e montagem de cenas e episódios estranha, custamos um pouco a entender que se passa em diversos tempos e em forma não linear. O roteiro de modo geral é genérico e algumas atuações são ruins, especialmente os personagens coadjuvantes masculinos. Falta aprofundamento no protagonista de Henry Cavill, que parece estar ali apenas para ser o herói, mas ao menos ele desempenha esse papel com vigor e eletricidade, ele está à vontade no papel. De forma geral, as mulheres em cena brilham muito mais, especialmente Anya Chalotra como Yennefer, personagem ambígua que transita entre ser apagada e ter ambição, entre se sentir insegura quanto a aparência e explodir em uma sensualidade ímpar, dentre outras camadas. 





Os aspectos técnicos estão bons, especialmente aqueles que se apegam a um lado mais sombrio, mais próximo do terror e das batalhas épicas. Algumas situações episódicas (tipo: enfrentar o “monstrinho da vez”) e outras mais cômicas tiram um pouco o peso da série, que precisa comer muito “arroz e feijão” se quiser debater intrigas políticas, mas ao menos a trama é autoconsciente e brinca consigo mesma, até mesmo através das canções ou em diálogos sarcásticos. The Witcher ainda precisa crescer, amadurecer a ideia de onde a série irá querer chegar, mas ao menos esta 1° temporada foi divertida, fácil de maratonar e se envolver.

Nota: 7

Média geral da equipe:

Título Original: The Witcher
 
Direção: Lauren Schmidt

Episódios: 8

Duração: 50 minutos

Elenco: Henry Cavill, Anya Chalotra, Freya Allan e Joey Batey.


Sinopse: Geralt de Rívia (Henry Cavill), um solitário caçador de monstros, luta para achar seu lugar num mundo onde pessoas se provam mais perversas do que criaturas. Mas quando o destino o leva à uma poderosa feiticeira (Anya Chalotra) e uma jovem princesa (Freya Allan) com um segredo perigoso, os três precisam aprender a navegar pelo Continente juntos.
Trailer: 

E vocês, gostaram de  The Witcher? Deixem nos comentários o que acharam e não deixem de seguir a programação do Minha Visão do Cinema

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