Especial: Os Melhores Episódios Pilotos de Séries da Década

O episódio piloto de uma série não é decisivo, afinal é mais do que comum séries começarem mornas e terem um desenvolvimento excelente ao decorrer de seu percurso como, por exemplo: Seinfeld, The Office e Bojack Horseman. Mas um primeiro episódio competente, que envolve o público em seus primeiros minutos, aumenta consideravelmente as chances da produção se tornar um sucesso. E aqui listei 10 episódios pilotos da década de 2010 que considero ser excelentes.


A lista a seguir não terá uma ordem qualitativa e obedecerá os seguintes critérios: 1) Só entraram séries que estrearam nessa década a partir de 2010, então séries como Modern Family e Breaking Bad não se encaixam; 2) Minisséries e antologias também foram deixadas de fora, então séries como American Crime Story e Fargo também não entraram.



Days Gone By – The Walking Dead





Antes de se tornar um eterno exercício em futilidade narrativa, The Walking Dead agraciou o público em 2010 com o que talvez seja uma das maiores produções audiovisuais da televisão norte-americana. Days Gone By é  um maravilhoso exemplo de como introduzir um enredo e construir personagens de forma eficiente e profunda. Dirigido pelo talentosíssimo Frank Darabont (A Espera de um Milagre e Um Sonho de Liberdade), o episódio primogênito da famosa série de zumbis se tornou um grande marco na TV americana introduzindo o que seria eventualmente uma das produções mais bem sucedidas do canal AMC. Em uma hora e sete minutos a série conseguiu adaptar eficientemente o começo da HQ, respeitando seu material de origem e dando profundidade aos seus personagens. O episódio se destaca por habilidosamente fazer o público se sentir no lugar do Rick: perdido, assustado, confuso e acima de tudo, sozinho.


What a Wonderful World – Broad City





Quem já assistiu Broad City sabe que a comédia do Comedy Central além de uma das melhores produções lançadas na década, é também uma das comédias mais autênticas já produzidas pela TV americana. Com um senso de humor bem específico e timing cômico pontual, BC se estabeleceu como uma série irreverente e relevante. E desde seu episódio piloto fica clara a proposta da série, algo que muitos seriados de humor não conseguem fazer. É difícil para alguns sitcoms já estabelecerem seu tom cômico desde o principal, mas para Broad City isso não foi uma tarefa complicada. What a Wonderful World introduz perfeitamente o que Broad City se propõe a ser: uma comédia feminista extremamente engraçada que não tem medo de debater sobre tabus.



Piloto – The Leftovers





O piloto da obra de Damon Lindelof (Lost e Watchmen) chegou empurrando a porta no chute. The Leftovers é uma série absolutamente catártica que leva seu público a uma descarga de emoções a cada episódio e o primeiro não é exceção. Desde a cena da partida repentina até o primeiro tumulto causado pelo Remanescentes Culpados, toda construção de tensão é feita minuciosamente, nos introduzindo ao caos daquele mundo criado por Lindelof e Perrota. A produção da HBO nos apresentou a um universo de personagens quebrados buscando por algum resquício de significado em um mundo inconstante. The Leftovers pode ser considerada quase uma experiência espiritual, embora a série esteja longe de ser religiosa.


Episode One – Fleabag




Phoebe Waller-Bridge é sagaz ao construir uma história sobre uma personagem extremamente problemática, mas igualmente relacionável. É impossível acompanhar Fleabag sem se enxergar pelo menos um pouco nos altos e baixos da vida de sua protagonista, e torcer o tempo inteiro por ela mesmo em seus piores momentos. O piloto da série cumpre perfeitamente sua função em nos introduzir tanto à complicada vida de sua personagem principal, quanto sua personalidade irreverente e sarcástica. Fleabag é quase uma anti-heroína no nível de Don Draper e Bojack Horseman: falha, imoral, mas acima de tudo melancólica.




eps1.0_hellofriend.mov – Mr. Robot





Desde a direção angustiante de Niels Arden Oplev, o roteiro preciso de Sam Esmail e a atuação intensa de Rami Malek, tudo se conecta perfeitamente na obra de arte que é Mr. Robot. A série nos introduz sem pressa ao mundo sombrio da internet e a psiquê de seu protagonista, fazendo um estudo profundo de personagem e obrigando o público a caminhar com Elliot em uma jornada confusa, mas extremamente envolvente. Os planos longos, os enquadramentos não convencionais e os personagens excêntricos compõem as peças de uma narrativa que não se preocupa em seguir um caminho linear, e que se compromete muito mais com o desenvolvimento de seus personagens do que em avançar em algum enredo específico. Mr. Robot talvez seja demasiada para alguns, mas para quem se propõe a acompanhar Elliot, a satisfação é garantida.


Somebody’s Dead – Big Little Lies





Somebody’s Dead é um exemplo perfeito de episódio piloto que envolve facilmente o telespectador, o colocando em uma posição privilegiada quase que espionando a vida de seus personagens. Toda a introdução daquele universo glamouroso e afluente de Monterey capta rapidamente a atenção do público que sente quase uma necessidade de acompanhar os episódios seguintes para descobrir o que acontecerá com a vida dessas mulheres. A montagem rápida com flashbacks e flashfowards perfeitamente equilibrados entre as cenas do presente ajudam o telespectador a adentrar a narrativa desse incrível drama da HBO.



Josh Just Happens to Live Here! – Crazy Ex-Girlfriend





Uma comédia musical sobre uma advogada levemente psicótica que se muda para o outro lado do país para se reconectar com um ex-namorado relâmpago da adolescência tinha absolutamente todo os elementos para dar errado, mas surpreendentemente Crazy Ex-Girlfriend funciona. Desde sua primeira cena, a série convida o público para entrar nessa excêntrica jornada com Rebecca, deixando claro que a série não se preocuparia em trilhar caminhos comuns. Misturando um humor ácido e auto-depreciativo com momentos genuinamente comoventes, a série de Rachel Bloom entrega um dos enredos mais originais e interessantes dessa última década, além de algumas performances musicais que dariam inveja nas produções da Broadway.



Hard Facts: Vandalism and Vulgarity – American Vandal





A comédia da Netflix conseguiu inovar o gênero de “mockumentário” trazendo um enredo tão absurdo e inesperado que acabou se tornando uma das comédias mais interessantes da plataforma de streaming. O tom de seriedade que a série emprega a um tópico tão banal quanto vandalismo na escola traz um nível cômico surpreendente para a série. E além do texto ágil com piadas impensavelmente inteligentes, a atuação descontraída de Jimmy Tatro como o baderneiro Dylan Maxwell completa a pérola que é essa produção da Netflix.


Offred – The Handmaid’s Tale





Apresentar ao telespectador o contexto de um mundo distópico pode ser uma tarefa desafiadora, mas o primeiro episódio de The Handmaid’s Tale a cumpre brilhantemente, estabelecendo de maneira eficaz a atmosfera da série e todos os elementos que compõe o universo sombrio e cruel de Gilead. O roteiro denso, a direção detalhista e a fotografia escura integram partes importantes do conjunto que forma o drama da Hulu, mas tudo isso é segurado pela atuação intensa e comprometida de Elizabeth Moss que com apenas um olhar, consegue apresentar ao público o estado emocional de June.











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