O filme já estava quase finalizado, as cenas que restavam gravar foram feitas com a ajuda de um dublê. O diretor Alex Proyas disse que finalizou a obra para homenagear Brandon Lee, a morte do ator fez com que o filme chegasse aos cinemas com um ano de atraso. Com orçamento de US$ 6 milhões, o filme arrecadou cerca de US$ 94 milhões ao redor do mundo.
“Mãe é o nome de Deus nos lábios e nos corações de todas as crianças.”
Na película, Brandon Lee interpreta Eric Draven, um músico que toca em uma banda de rock e está prestes a se casar com Shelly (Sofia Shinas). Na famosa Noite do Demônio, a noite que precede o Halloween, Eric e Shelly são brutalmente assassinados por uma gangue que trabalha para Top Dollar (Michael Wincott), um mafioso que tem planos para tornar a cidade um caos.
Um ano após o crime, nada fora resolvido pela polícia, a gangue continua a solta e Top Dollar está mais poderoso do que nunca. Então Eric Draven é trazido de volta do mundo dos mortos pelo corvo, para realizar sua vingança e assim poder finalmente descansar em paz.
“A infância acaba no momento em que você sabe que vai morrer.”
Com visual dark e frases marcantes, o filme funciona quase como uma poesia gótica noir, quase sempre está chovendo, a fotografia de Dariusz Wolski é escura, estilizada, dando vida a uma cidade caótica, as únicas luzes e cores mais fortes são das explosões e da cidade em chamas.
O roteiro é recheado de flashbacks, são através deles que compreendemos o que houve com Eric e Shelly um ano atrás, o personagem principal volta dos mortos sem saber ao certo o que houve, aos poucos ele vai lembrando do ocorrido e descobrindo o motivo de ter voltado junto com o espectador. Porém, tudo acontece de forma apressada, a personagem Shelly por exemplo não tem quase nenhum tipo de desenvolvimento.
A direção de Alex Proyas é ágil e aproveita ao máximo o roteiro que tem em mãos. As cenas de ação são boas, com direito a perseguições frenéticas e muitos tiroteios. O tom melancólico e fúnebre é maximizado com a utilização de uma trilha sonora com melodias tristes e muito rock ‘n’ roll, com músicas de bandas como Stone Temple Pilots, Nine Inch Nails e Rage Against The Machine.
O elenco é formidável, a maioria dos atores cumprem bem o papel proposto. O grande vilão Top Dollar é interpretado de maneira estupenda por Michael Wincott apesar do pouco tempo de tela. Sophia Shinas (Shelly) não tem muito a oferecer, o roteiro não favorece a personagem. Ernie Hudson (Albrecht) está muito bem como o policial que ajuda Eric em sua jornada. Rochelle Davis (Sarah) rouba a cena todas as vezes em que parece, ela tem uma relação muito bonita com Eric e tem a melhor frase do filme. O grande destaque é a atuação pura e emotiva de Brandon Lee, o seu personagem tem muita dor dentro de si e demonstra isso de maneira impecável, foi uma perda gigante, com certeza uma das piores tragédias de Hollywood.
“E o demônio envergonhou-se ao sentir o quanto a bondade pode ser terrível…”
O Corvo pode ser considerado um dos melhores filmes da temática vingança, tem um protagonista forte, história envolvente, boas cenas de ação, frases memoráveis, trilha sonora marcante, fotografia dark e um final emocionante e satisfatório.
“Se as pessoas que amamos são tiradas de nós, o jeito de mantê-las vivas é continuar amando-as. Os prédios queimam, as pessoas morrem, mas o amor verdadeiro é pra sempre.”
Título Original: The Crow
Direção: Alex Proyas
Duração: 102 minutos
Elenco: Brandon Lee, Rochelle Davis, Sofia Shinas, Ernie Hudson, Michael Wincott, Bai Ling, Anna Levine, Tony Todd, David Patrick Kelly, Michael Berryman, Henry Rollins, Michael Massee
Sinopse: Um ano após ter sido assassinado juntamente com sua noiva por uma gangue, Eric Draven (Brandon Lee), um músico de rock, retorna da sepultura com a ajuda de um misterioso corvo, com a intenção de se vingar de seus assassinos.