Naruto Shippuden: Crítica e lições aprendidas com a Saga.

Nunca entendi perfeitamente o universo de mangás e animes, apesar de ser fã dos Cavaleiros do Zodíaco na minha infância.

Sempre que acompanhava este meio, ficava intrigada com os seguidores de Naruto, principalmente os cosplays de outro personagem da série, um “rapaz de cabelo branco espetado, com um lenço na boca e parte de um olho vermelho aparente”, que depois, entendi ser o personagem denominado Kakashi. Não conseguia compreender o que realmente os fascinava nesta estória.



Ao assistir ao anime, praticamente obrigada à acompanhar o marido, não esperava o quanto me apaixonaria pela personalidade dos personagens. 


Logicamente, se você ainda não assistiu a série, recomendo que assista antes de ler este artigo, já que estará lotado de óbvios spoilers.



Naruto, apesar de ser uma estória fantasiosa, improvável e muitas vezes bizarra, possui uma poeticidade e um desenvolvimento que envolve quem assiste. 
A
saga tem a grande maioria de personagens bem construídos, subtramas e conflitos que vão resenhando o molde de cada personalidade e o por que de suas atitudes. 


Afinal, quem é Naruto? Naruto é um adolescente que desde que criança serviu de cárcere para uma Kyuubi (besta de 9 caudas que foi “selada” dentro do seu corpo para proteger a cidade). Órfão desde pequeno, tinha desaprovação total da vila em que morava, por temerem o seu poder adormecido.

Naruto nunca foi inteligente, porém, era um rapaz dedicado e esforçava-se para atingir seus objetivos, que no caso, o seu foco principal era o de tornar-se Hokage (espécie de líder de sua vila).

Em Shippuden, a estória começa com a volta do garoto após dois anos e meio em reclusão de um árduo treinamento com seu mestre Jiraiya. 

O adolescente queria tornar-se forte e dominar técnicas que tinha dificuldade, após regressar à sua cidade natal Konoha para enfrentar uma organização de ninjas renegados, denominada Akatsuki e salvar o seu melhor amigo Sasuke Uchiha das mãos de Orochimaru, um ninja que realizava experimentos com humanos e sonhava tornar-se imortal para dominar todos os jutsus (técnicas ninjas) existentes.




No desenvolver do enredo, observamos Naruto em busca da redenção de Sasuke, além de querer eliminar o líder da Akatsuki, que ataca sua cidade. Como se não bastasse, Naruto ainda é obrigado a enfrentar grandes ninjas do passado que foram ressuscitados para lutar contra ele, a fim de obter um novo mundo ideal sem guerra.

Fazendo um link com a primeira parte em que Naruto ainda era uma criança rebelde que necessitava atenção e em Shipudden, onde ele se transforma em um adolescente em busca da sua essência e de dominar sua força, criamos afeição com o personagem, sua força de vontade, sua confiança crescente e a incansável dedicação em tornar-se ninja.





Naruto nos transmite várias lições incríveis como:

“Aqueles que quebram as regras e regulamentos são chamados de lixos, mas aqueles que não se importam com seus amigos são ainda piores que lixo.”

Observamos em sua saga, Naruto enfrentar qualquer obstáculo para unir e salvar seus amigos, nem que tenha que morrer para que isso ocorra. Em vários momentos, Naruto consegue cativar quem faz parte de sua jornada com sua determinação, pensamento positivo e companheirismo, criando um laço infindável de amizades e de comprometimento mútuo. Acompanhamos o crescimento do garoto que dizia o tempo todo
Dattebayo (uma espécie de gíria)  ao longo dos capítulos.






“Nunca volto atrás com minha palavra… Esse é o meu jeito!” e “Não importa o quão grande seja a dor, eu continuarei seguindo em frente. “

Como mencionado anteriormente, o protagonista da saga enfrenta qualquer obstáculo para conseguir realizar seu objetivo, ele mesmo que não tenha mais forças, ele honra sua palavra, pois para ele, palavras são como contratos e elas precisam ser cumpridas. 
Há um episódio incrível onde Naruto, paralisado por seu inimigo durante uma luta e aguardando por sua morte, recebe a improvável ajuda de sua amiga Hinata, que mesmo sem nenhuma chance visível contra seu oponente, defende o amigo da morte até não mais aguentar, levantando e voltando várias e várias vezes como escudo, demostrando sua afeição e dedicação ao jovem. Sua força de vontade é incalculável, já que a personagem é vista várias vezes como insegura e tímida.



“Um fracassado vencerá um gênio com muito trabalho duro. “
Um dos personagens, Maito Gai, mostra como seu pai, o ajudou a conseguir realizar seus sonhos, através de sua incansável busca por tornar-se um mestre em artes marciais, já que não conseguia realizar outras técnicas. 

Em um episódio rico, Gai narra como conseguiu superar suas dificuldades, focando em suas habilidades. Há também um outro destaque interessante, no qual muda o senso comum de “rival”, dizendo que as pessoas sempre devem ter um rival e reconhecê-lo como alguém em quem se inspirar, para então supera-lo de um modo positivo, acabando com a ideia de que o rival será sempre um inimigo.

O próprio Naruto conseguiu através de muito esforço, em menos tempo que seu mestre, superá-lo, inclusive fazendo amizade com sua “besta interior”. Todos temos interiormente uma força que precisamos dominar todos os dias, não precisamos calar esta força, mas podemos aprender a canaliza-la para atingir seus objetivos de forma positiva.



”Quando você se machuca, você aprende a odiar. Por outro lado quando você machuca outra pessoa… Você se ressente. Mas também começa a se sentir culpado. 
Entender essa dor permite que você seja gentil com os outros… É isso que nos faz humano. 
É isso “que chamam de ‘‘crescer”.”

Empatia, um ponto fundamental de toda a trama. Muitas das soluções do protagonista se dá em torno deste sentimento, entender a dor do outro, como chegou até ali e por que teve essa atitude, cria então um universo de possibilidades para que ele consiga reverter essa situação, com argumentos favoráveis baseado em sua experiência.


Interessante são as alegorias e simbolismos que são inseridos no contexto, principalmente no fato de entender toda a ideia em volta das “bestas de caudas.” 



O criador da série, Masashi Kishimoto, elaborou em Naruto vários personagens intrigantes, como o estratégico Shikamaru, a personalidade invejável de Kakashi e sua evolução de comportamento, a comicidade de Jiraiya, e a determinação de Sakura, são diversos personagens deste universo que acompanhando suas vidas e seus desafios, evoluem no enredo. Kishimoto não teve piedade durante sua estória, fez com que o espectador criasse laços com determinados personagens e os eliminou para dar coerência ao enredo, mesmo que doloroso para quem acompanhava.

A trilha sonora de Naruto é bem econômica, mas não pobre, onde quem assiste consegue prever o que pode acontecer através dela, mas que também dão ênfase para instigar quem assiste.

A fotografia é bem interativa, visto que através das expressões faciais dos personagens, o espectador consegue identificar os sentimentos dos personagens. 

Muitas vezes, porém, verificamos negligência por parte da equipe gráfica, por meio da “quebra” mesmo que discretas de traços visuais, fazendo com que os personagens pareçam ligeiramente diferentes ou fazendo parte de um novo contexto, de uma temporada para outra. As cores vermelho e azul são bem utilizadas e aproveitadas para demonstrar tensão ou calmaria.



O excesso de “
fillers” (estórias paralelas) incomodam em diversos momentos, muitos delas explicam um contexto que será desenvolvido à frente, mas grande parte são de flashbacks que se repetem muitas e muitas vezes, mesmo que para quem não tenha assistido as primeiras temporadas seja algo interessante, visto que conseguem acompanhar sem problemas os episódios restantes.
Acompanhando 10 anos de série, no geral, apesar de um final incompleto é surpreendente e vale a pena ser assistido, mesmo que seja necessário paciência para se aventurar ao longo de 500 episódios, porém, ao começar a assistir, em pouco tempo estará envolvido com a aventura.

Dica: ao finalizar a série assista ao filme: The Last: Naruto the Movie, feito para comemorar os 15 anos de Naruto, que complementa o final da saga.






Título Original: Naruto Shippuden 

Criação: Masashi Kishimoto 


Episódios: 500 

Duração:
 25 minutos

Elenco:
Junko Takeuchi, Chie Nakamura, Steven Blum, Noriaki Sugiyama, Kazuhiko Inoue. 

Sinopse:
Após treinar fora por mais de dois anos, Naruto Uzumaki,  um adolescente ninja, retorna para casa e une forças com seus amigos para enfrentar uma organização maligna chamada Akatsuki. 

Trail
er:

E aí, leitor? Pretende assistir ou já assistiu? Deixa seu comentário pra gente!

1 thoughts on “Naruto Shippuden: Crítica e lições aprendidas com a Saga.”

  1. Realmente,em Naruto temos lições belíssimas,o universo,os personagens e a história é muito bem construído,mas muito mal desenvolvido, exemplo: O relacionamento entre Naruto e Hinata, personagens com grande potencial,mas que não foram aproveitados como Neji,rock Lee,tenten,temari e etc. A história de Naruto tem vários furos,como o fato do Obito não ficar cego, como Hashirama, Madara, Naruto e Sasuke estavam vivos ao msm tempo. E a animação de Naruto é algo trágico,pq enquanto lançava Naruto Shippuden,tbm lançava Attack On Titan que tem uma animação incrível, enquanto Naruto tinha uma animação horrível. Mas, resumindo tudo oq eu disse,Naruto clássico é um bom anime nota 7,mas o shipuuden não nota 5:

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