Crítica: Cópias – De Volta a Vida (2019, de Jeffrey Nachmanoff)



Não costumo dar spoilers sobre o filme nas minhas críticas mas seria simplesmente impossível descrever o sentimento de incredulidade que eu tive ao assisti-lo sem fazer uso do mesmo. Se você acha que já viu de tudo quando o assunto é filme ruim, prepare-se, você ainda pode se surpreender. Confira o que achamos do filme a seguir.


Em um primeiro momento, o filme me chamou atenção pelo protagonista ser Keanu Reeves, claro que nem todos os filmes dele são excelentes, mas de fato é algo a ser notado. A história apesar de ser interessante foi completamente mal elabora e mirabolante a um ponto extremo de beirar o absurdo, mesmo entendendo que a ideia do filme é ser algo mais científico e porque não, além do nosso tempo. O que poderia ter sido incrível se torna precário para não dizer outra coisa. Personagens rasos, motivação sem a real emoção e principalmente falta algo que dê uma liga na história. A partir daqui, começo a dar spoiler, fique por sua conta e risco. 

  
Willliam (Keanu Reeves) é um cientista que trabalha a muito tempo tentando achar uma solução para um problema nada simples: colocar a mente humana em um robô, falhando em todas as tentativas, sendo inclusive cobrado no serviço para que isso funcione dentro do prazo. Até aí tudo andava bem, de repente, em uma viagem, um acidente horrível acontece e toda sua família se afoga, menos ele, seus 3 filhos e sua esposa morrem no local do acidente, e invés dele procurar ajuda, ele liga para seu amigo e colega de trabalho, Ed (Thomas Middleditch) e pede que ele faça um favor. Quando ele se depara com o que houve, tenta chamar a polícia, mas William o proíbe e diz que tem uma ideia.

Vamos dar uma pausa para respirar e assimilar o que aconteceu até agora. William é um gênio, não há dúvidas, sua pesquisa é sobre como colocar a mente humana dentro de algo não humano, como fazer isso funcionar? Bem, segundo sua esposa, ele não consegue porque humanos tem alma, coisa que ele jamais foi capaz de entender. O que contrasta e muito com os acontecimentos à seguir.


Logo após o acidente, ele leva os corpos de sua família para casa e pede a Ed que ele roube certas coisas da empresa para trazer sua família de volta, mesmo sobre protesto, ele assim o faz. Depois de tirar a consciência de todos, ele pede a Ed que os clone, isso mesmo, os clone ali no porão de sua casa! Porém, ele tinha um problema, somente três poderiam ser salvos e após escolher no papel (!) quem seria o infortunado, ele parte para a outra parte de seu plano, fazer literalmente seus entes queridos do zero, a partir de compostos químicos e biológicos. E em 17 dias ele precisava descobrir como transferir a consciência deles aos corpos, se não tudo seria em vão.


Prontos para mais? Lembram que uma pessoa da família não pode ser refeita, a azarada foi sua filha caçula, ele então resolve apagar todas as memórias dela de seus 2 filhos e sua esposa, simples assim, usando uma versão melhorada da tecnologia que muito me lembrou Minority Report – A Nova Lei, tudo isso acontecendo enquanto ele tinha que lidar com a pressão no trabalho, das pessoas que conviviam com sua família, como amigos, professores e etc, ao mesmo tempo que tinha que cuidar do crescimento dos clones.



  
Milagrosamente ele tem uma ideia que aparentemente é a solução de seus problemas bem na data prevista para a retirada dos clones. Tudo ocorre bem, mas ele não sabe que está sendo observado pelo seu chefe que quer sua descoberta para usar em tempos de guerra, nada mais clichê. E a partir disso temos uma fuga sem fim de William e sua renovada família. 


O que era para ser um filme sci-fi, acaba se tornando algo equivocado e superestimado. Talvez a direção tenha se achado muito inteligente ao colocar tais assuntos como morte e porque não, ressurreição, já que os clones tinham a mesma consciência de antes, mas acaba por ser tão sem fundamento, que a tentativa falha e muito. Ficamos imaginando consequências para William, já que brincar de Deus nunca termina bem, porém não é como imaginamos, se quer passa perto de algum grande plot no final. Tudo é exatamente como aparenta ser, o que é uma perda de tempo. É um filme tão vazio que não consigo pensar em um ponto positivo, talvez os efeitos especiais, poucos, mas bem usados, sendo quem sabe o chamariz para aqueles que estavam em dúvida de assistir. Resumindo, parece um filme de mal gosto da Sessão da Tarde.




Título Original: Replicas


Direção: Jeffrey Nachmanoff


Duração: 107 minutos


Elenco: Keanu Reeves, Alice Eve, Emily Alyn Lind, Thomas Middleditch, John Ortiz, Emjay Anthony





Sinopse: Depois de um grave acidente de trânsito que matou toda a sua família, um neurocientista sente que perdeu o sentido da vida. Utilizando seu meio de trabalho, ele se torna obcecado em trazê-los de volta, mesmo que isso signifique desafiar boa parte do governo e, principalmente, as leis da física.


Trailer:


Com certeza entrou na lista dos piores do ano.

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