Crítica: Vidas à Deriva (2018, de Baltasar Kormákur)

Vidas à Deriva (Adrift) é uma cinebiografia que irá relatar um período traumático da vida de Tami Oldham Ashcraft e Richard Sharp, quando, no início de uma nova viagem à bordo de Taiti a San Diego eles são pegos pelo furacão Raymond e ficam à deriva por 41 dias. O filme é baseado no livro de Tami, intitulado Red Sky in Mourning: A True Story of Love, Loss, and Survival at Sea [Céu Vermelho em Luto: uma verdadeira história de amor, perda e sobrevivência no mar]. O causo fora em 1983, quando ela tinha apenas 24 anos, ele, 33; o livro fora publicado 15 anos mais tarde, em 1998, e ganhou sua cinebiografia em 2018.

O filme intercala cenas do passado, quando Tami e Richard começaram a se conhecer, e do presente, mostrando a, talvez, última viagem dos dois. Nessa jogada de passado e presente, o diretor opta por começar o filme já mostrando o caos causado pelo furacão, com Tami acordando após mais de 24 horas inconsciente na cabana inundada do barco, cercada por escombros, e tomando-se por conta de que está sozinha. É aí que o desespero e a luta pela sobrevivência começam. 


Ser pego numa situação assim não lhe dá tempo para sofrer. A sua sobrevivência depende apenas de seus próximos atos. Tudo que se faça ou que se pense em fazer deve ser muito bem calculado, caso contrário, não se resiste. Shailene Woodley interpreta com maestria todo o desespero vivido por essa história, ela consegue dar o peso necessário para que o espectador consiga pelo menos entender uma fração do desespero e sofrimento que fora para Tami e Richard experienciarem isso de verdade.


Devido a muitos flashbacks e flashforwards, ficou confuso entender por quanto tempo aquele casal já estava junto antes da tragédia acontecer, e isso, para alguns, pode distanciar um pouco quem está assistindo. No entanto, eu acho que só não há empatia de quem não quer, pois mesmo se fosse um namorico de semanas ou poucos meses, é nessa fase onde somos mais bobos, brincalhões, cegos de paixão e etc. Também não dá para descartar o fato de que ambos estavam vivendo uma lua de mel antecipada, basicamente, tendo o mundo e várias aventuras como pano de fundo para sua história de amor, então é completamente compreensível o romance à flor da pele e toda a dor esmagadora e maturidade que viera depois. Não achei forçado ou exagerado, como muitos disseram.



Por conta dos ocorridos, o papel de Sam Claflin acaba não exigindo muito dele, o deixando bastante confortável onde está. Ele entrega uma ótima atuação mas nem de longe poderia ter o reconhecimento que damos à Shailene, que só não vou dizer que levou o filme nas costas porque seria injustiça, mas foi quase isso. Ela simplesmente conseguiu nos convencer de que estava ali naquela situação mesmo, tentando se manter sã para que ela e Richard pudessem sobreviver.




Essa história tem um plot que nos faz sofrer, principalmente ao pensar que o que acabamos de assistir é real e fora 1000x pior. A direção e toda a sua equipe estão de parabéns, se gravar um filme já não é algo fácil, gravar em alto mar é menos ainda. Valeu a pena todos os equipamentos perdidos para a mãe natureza, para que assim mais pessoas tivessem a oportunidade de conhecer esse evento trágico na vida de ambos, mas que nunca fora capaz de impedir que Tami continuasse velejando mundo afora.




Título Original: Adrift


Direção: Baltasar Kormákur


Duração: 105 minutos


Elenco: Shailene Woodley, Sam Claflin, Elizabeth Hawthorne, Jeffrey Thomas e mais.


Sinopse: Tami Oldham (Shailene Woodley) e Richard Sharp (Sam Claflin) velejam pelo Taiti quando são atingidos por um furacão. Passada a tormenta, ela se vê sozinha na embarcação em ruínas e tenta encontrar uma maneira de salvar a própria vida e a do parceiro.


Trailer:
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