Crítica: A Noviça Rebelde (1965, de Robert Wise)

* alerta spoiler.

A Noviça Rebelde, ou The Sound Of Music, é um clássico musical que conta uma história inspirada no livro de memórias The Story of the Trapp Family Singers, de Maria Von Trapp. O site Cinema Clássico nos cita algumas mudanças bem significativas entre a vida real e a fictícia, quais incomodaram bastante a família na época, mas isso tudo porque a história real não era tão doce quanto o musical e talvez não fosse agradar tanto ao público caso adaptações romanceadas não fossem feitas.

O filme em si é baseado no musical que estreou primeiramente na Broadway, qual teve mais de 1400 apresentações. Porém e apesar de tudo, não foi apenas o musical que fora um sucesso, o filme também, ocupando a 5ª posição da lista das maiores bilheterias mundiais. Além disso, no Oscar de 1966, o filme ganhou 5 estatuetas pelas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora e Melhor Mixagem. 


Ao dar play passaremos a acompanhar a vida de uma noviça chamada Maria, uma mulher que tem um espírito tão leve e livre e por isso não consegue se ajustar aos costumes do convento. As freiras se remetem à ela cantando “Como pegar uma nuvem e pregá-la ao chão? Como pegar a lua em sua mão?” E não há definição melhor para descrevê-la. Logo a Abadessa não quer que o convento sirva de prisão para Maria, por mais que ela esteja lá por vontade própria, e a manda para uma casa qual será governanta de sete crianças aparentemente insuportáveis, filhos de um viúvo Capitão da Marinha. 

Ao chegar na casa, Maria rapidamente percebe que o Capitão trata seus filhos como se estivessem em um regimento, com muito rigor e disciplina, logo ela passa a entender o porquê da fama ruim que as crianças têm: falta de amor, então fazem o que fazem para chamar a atenção do pai. Maria é uma mulher encantadora, feliz, bondosa, carismática, adora crianças, adora a vida e as coisas simples, adora cantar, então não demora muito para que as crianças caim de amores por ela e comecem a deixar de serem tão pestinhas. O Capitão percebe a mudança drástica de seus filhos e adora, por mais que muitas de suas normas tenham sido desobedecidas; ele adora o fato de aquela mulher ter trazido cor e música para aquela casa que há muito já estava tão silenciosa e sem vida. 


Foi quase inevitável para o Capitão não se apaixonar por Maria, mas estava noivo de uma baronesa que não via a hora de casar-se com ele e mandar as crianças para um colégio interno. Eventos acontecem e levam a noviça de volta para o convento, as crianças ficam inconsoláveis e o Capitão percebe que sua futura esposa e mãe de seus filhos não leva jeito nenhum com eles, e esse conjunto de fatores o deixam bastante inquieto.

As freiras se preocupam com tamanha infelicidade com a qual Maria retorna e não aceitam que ela busque refúgio no convento quando lhe bem convier, pois aquelas paredes não servem para afastá-la dos seus problemas. Sem demora, a mandam novamente para a casa do Capitão e é após isso que temos o primeiro final feliz. 


Engana-se quem pensa que o filme acaba por aqui. O plano de fundo da história se passa na Áustria em seus últimos dias da década de 30, logo depois o país foi dominado pelos nazistas e o Capitão é chamado para servir a Marinha quase que imediatamente. Porém, nem ele e nem ninguém de sua família compactuavam com o regime nazista, além disso, ele havia acabado se casar, tinha se reaproximado dos filhos, sua vida estava nos eixos, então se viu obrigado a tomar medidas drásticas em busca de um segundo final feliz para ele e sua família. 


Toda parte técnica que envolve esse filme é sensacional. Assim que ele começa já se percebe que estaremos prestes a assistir um dos melhores filmes da nossa vida. O que mais se destaca no filme, além da atuação impecável de Julie Andrews como Maria e das atuações e do enredo, é a fotografia, a trilha sonora e soundtrack, as coreografias, as locações; também há uma apresentação de marionetes que é simplesmente encantadora, que mostra uma das músicas mais conhecidas do filme, qual você provavelmente já ouviu alguma vez e não fazia ideia de onde saiu. Confira:


Pela breve resenha citada anteriormente é possível perceber que o enredo possuí várias camadas, e todas são muito bem desenvolvidas, executadas e muito bem atuadas. A Noviça Rebelde é um filme extremamente cativante, emocionante, engraçado, tudo na medida certa! As músicas são lindas, os atores incríveis, uma pena ter apenas 174 minutos. Sobre esse filme eu tenho duas certezas, a primeira é de que ele é perfeito em todos os sentidos, e a segunda é que após assisti-lo você irá perguntar a si mesmo como demorou tanto para assisti-lo.





Título Original: The Sound Of Music


Direção: Robert Wise


Duração: 174 minutos

Elenco: Julie Andrews, Christopher Plummer, Charmian Carr, Heather Menzies, Kym Karath, Nicholas Hammond, Debbie Turner, Angela Cartwright, Duane Chase, Eleanor Parker, Daniel Truhitte e mais.


Sinopse: No final da década de 30, na Áustria, quando o pesadelo nazista estava prestes a se instaurar no país, uma noviça que vive em um convento, mas não consegue seguir as rígidas normas de conduta religiosa, vai trabalhar como governanta na casa do capitão Von Trapp, que tem sete filhos, ele é viúvo e os educa como se fizessem parte de um regimento. Sua chegada modifica drasticamente o padrão da família, trazendo alegria novamente ao lar da família Von Trapp e conquista o carinho e o respeito das crianças, mas ela termina se apaixonando pelo capitão, que está comprometido com uma rica baronesa.


Trailer:

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