Foram anos e anos sendo ridicularizado por todos aqueles que assistiam o desenho da Hanna Barbera. O mal aproveitamento de Jason Momoa, no controverso Liga da Justiça, só contribuía para que os fãs e críticos voltassem a ter aquela “pulga atrás da orelha” após o anúncio do filme solo. Passando por decepções atrás de decepções – exceto Mulher Maravilha – a DC tenta se reinventar mais uma vez dentro de seu Universo Cinematográfico. Aquaman chegou e podemos dizer que sim, agora temos respeito por você, Aquaman! Com a direção de James Wan (Invocação do Mal) centralizada para a trama do herói, deixando de lado a extensão do Universo DC, o resultado foi além do esperado, tornando Aquaman o melhor filme da DC até o presente momento.
Depois de saber que seu irmão, o Príncipe Orm (Patrick Wilson), deseja unir os sete reinos para incitar uma guerra contra os humanos, Arthur Curry (Jason Momoa) precisa entender o seu propósito dentro de Atlântida e decide lutar pelo seu lugar ao trono de Rei, ao mesmo tempo que tenta impedir uma vingança pessoal de Black Manta (Yahia Andul-Mateen II) que o jura de morte.
Consolidado no mundo do terror e suspense, James Wan cria um universo totalmente fora dos padrões recentes que a DC tentou empregar. O sombrio é descartado, as cores reluzem o ambiente subaquático dando a visibilidade necessária que a trama precisa, criando uma Atlântida rica em vida e ao mesmo tempo misteriosa pelos anseios egoístas que o vilão propunha à trama. As transições, os jogos de câmeras e a profundidade da luz natural dão um charme a mais para a película que usa a “breguice” de cores exacerbadamente. A escolha de apresentar a evolução do personagem título durante os diálogos dão mais fluidez à história sem fazer rodeios. O entendimento é o caminho que o público irá distinguir. Externamente, a aventura é um contemplo à arte com a fotografia excelente extraída de lugares paradisíacos como a Sicília, na Itália e o deserto do Saara. Tudo isso maquia o roteiro simplista, porém eficaz em suas ações.
O uso do CGI se contradiz dentro da trama. Se por um lado ajuda a criar composições sólidas no design dentro da água, por outro lado implica visualmente nas cenas fora dela, mas nada de tão impactante. O que é recorrente mesmo nos filmes da DC são decisões desleixadas dos personagens. Como dito anteriormente, Jason Momoa pouco foi explorado em Liga da Justiça, talvez até insignificante para a importância da história. Em Aquaman, quem sofre desse mal é Yahia-Mateen II e seu Black Manta totalmente desprezado na trama, – mesmo que tenha apresentado o sentido de sua sede de vingança – apenas jogado para construir uma ponte para o próximo filme. Diferentemente de Patrick Wilson, egocêntrico e com pensamentos totalmente assemelhados na figura de um ditador socialista, com o seu Orm, entende que precisa fazer algo para o bem de seu povo, mas se precisar passar por cima, ele vai!
Jason Momoa é irreverente, usa o bom humor que já é conhecido e mostra a capacidade do arco dramático de Arthur Curry em se tornar alguém maior do que ele é. Ao mesmo tempo, cria uma sinergia grandiosa com Amber Heard, a Mera. A dupla é a responsável por conduzir brilhantemente toda essa jornada vivida de Aquaman. Willem Dafoe é categórico como Vulko colocando Arthur em seu propósito de vida. Nicole Kidman e Dolph Lundgren mesmo com o pouco tempo de tela, também merecem o destaque positivo dentro do filme.
Com uma direção de arte fantástica, se arriscando demasiadamente nas composições de cores totalmente “bizarras” e passeando por diversas referências dentro da trama, do POP aos quadrinhos, Aquaman puxa a maré para um novo ciclo, com o olhar clínico grandioso de James Wan. Se esse será o próspero caminho, só o tempo irá dizer. A fórmula para o sucesso já se faz presente, mesmo com alguns pequenos desleixos em sua composição e Aquaman consegue sim se tornar a melhor obra da DC até o momento. Nos resta saber o que esperar de Shazam!
Título Original: Aquaman
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