Crítica: Vai, Anitta – 1ª temporada (2018, de Sam Shahidi)

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Ame ou odeie: a única coisa que ninguém pode questionar é o sucesso de
Anitta. E um sucesso dos grandes, um furacão. Desde que a cantora estourou, em
2013, com o seu hit 
Show das Poderosas, ela nunca mais parou e
gradativamente a sua carreira vem atingindo níveis inimagináveis para um
artista brasileiro. A estreia de uma série exclusivamente sua na Netflix já é
um certificado da grande visibilidade que a cantora vem conquistando. Em
determinada cena, um dos entrevistados ressalta que Anitta é a primeira artista
do Brasil a estabelecer uma carreira internacional desde Carmen Miranda e Tom
Jobim. E ele não está mentindo. Anitta dominou o seu país  e agora quer
alçar voos maiores. Com pouco tempo de estrada, a cantora se apresentou na
abertura das Olimpíadas, foi indicada ao Grammy Latino, lançou vários hits,
clipes muito bem feitos e fez uma mistura sedutora de pop e funk em sua
música. 



Assim como documentário Gaga: Five Foot Twode Lady
GaGa, Vai, Anitta acompanha a rotina da cantora, os bastidores
de seus shows e mais especificamente, o desenrolar de toda a ação comercial
intitulada como CheckMate, o projeto no qual Anitta se comprometeu
a lançar uma música e um clipe novo a cada mês. Vai Malandra Downtown, dois
dos seus maiores hits, saíram desse projeto. Com CheckMate, Anitta
tirou a classe artística brasileira do marasmo no qual ela se encontrava e
inovou o mercado fonográfico brasileiro. Nos quatro meses desse projeto, só se
falava em Anitta nas redes sociais. Cada clipe era uma enxurrada de comentários
e visualizações. Um verdadeiro estouro.




Vai, Anitta segue a cronologia desse projeto – que começa com a música Will
I See You
 – e termina em um de seus últimos lançamentos, a
canção Perdendo a Mão, uma parceria da cantora com Jojo Toddynho e
a dupla Seakret. A série não é exatamente uma biografia. Curiosidades sobre a
vida e a trajetória da cantora são pinceladas na tela sem muita precisão ou
enfoque. Suas histórias vão surgindo aleatoriamente no decorrer da série. Nada
é muito aprofundado. A passagem da cantora  pela Furacão 2000, por
exemplo, é apenas mencionada. E, como a vida de Anitta é extremamente
exposta pela mídia, os fãs não verão grandes novidades na série. 



Em determinado
momento, Anitta revela já ter ficado com meninas e diz já ter tido depressão.
Ambos assuntos poderiam ter sido melhor explorados e deixam o espectador com
uma enorme sensação de vazio no ar. A série não entra em detalhes sórdidos nem
esmiúça muito bem os fatos. É como se Anitta plantasse certas
“polêmicas”, mas não as alimentasse apropriadamente.




Também existe um grande esforço em “humanizar” a figura da
cantora. Coisa que ela faz com extrema facilidade e espontaneidade. Anitta fala
inúmeros palavrões, prega pegadinhas em seus colegas, assume suas plásticas e até conta uma história
embaraçosa de quando fez um show morrendo de vontade de ir ao banheiro. Essas
declarações não parecem forçadas, a cria de Honório Gurgel é realmente uma
figura espontânea, debochada e a série consegue mostrar isso com muito louvor. 

Além da personalidade brincalhona, Anitta é uma artista extremamente visionária
e inquieta. Gestora de sua própria carreira, ela aparece chamando a atenção de
seus funcionários em vários momentos. Em uma cena específica, uma irritada
Anitta solta os leões em cima de sua equipe e desabafa:
“Eu tenho que
cantar, dançar, ficar bonita e ainda preciso lembrar de fazer o serviço de vocês?
Ninguém aqui veio passear em Nova York!”
. Anitta segura as rédeas de sua
carreira e as mantém com muita força e estratégia. 
Os acontecimentos na vida da artista são tão dinâmicos que até deixam o
seriado com um ar de desatualizado. Seu ex-marido, por exemplo, aparece em cena
como se ainda estivessem juntos. A separação nunca é mencionada. O seriado
também não mostra o atual trabalho da cantora no The Voice mexicano, não mostra a polêmica em que ela se meteu nas últimas eleições
presidenciais, não mostra sua indicação ao Grammy Latino e também parece
menosprezar um dos pontos altos de sua carreira: a primeira (e problemática) parceria internacional com Iggy Azalea em Switch e o lançamento estrondoso do
clipe de Sua Cara, a canção dela com o grupo Major Lazer e a drag
Pabllo Vittar. A viagem ao Marrocos e até a provável briga com Pabllo e Azalea nunca são
mencionadas. 


Vai, Anitta é divertido e dosa muito bem a imagem que a cantora
quer passar de si mesma para o público. É uma série que mostra uma diva em
construção, se preparando para alcançar o mundo. E que venham novas temporadas.
Diante dos recentes boatos de que ela fará até uma parceria com Madonna,
material novo é o que não vai faltar. Pode filmar tudo, Netflix. A gente quer
assistir isso, sim!

Título Original: Vai, Anitta

Direção: Sam Shahidi
Elenco: Anitta, J Balvin, Jojo Toddynho e mais.
Sinopse: A ascensão da carreira internacional da popstar brasileira Anitta mostrada por depoimentos de amigos e parentes.

Trailer:




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