Especial: Filmes Que Retratam a Depressão

O Setembro Amarelo é o mês que promove a prevenção ao suicídio e tenta dar mais visibilidade e informação sobre os perigos da depressão. Depressão definitivamente NÃO é frescura. E de forma responsável, o Minha Visão do Cinema selecionou alguns filmes que retratam a dificuldade de se viver com a doença. 

Cake – Uma Razão Para Viver







Se você acha que Jennifer Aniston nasceu para fazer comédias, é porque nunca assistiu Cake. Esse filme vem para provar que ela é capaz de fazer qualquer gênero, independente do assunto comédia. O filme foi construído de uma maneira bem simples, mostrando o dia-a-dia da personagem Claire. Apesar de ser um drama, vemos bastante humor nos diálogos proferidos na maioria por Jennifer. Uma outra personagem que tem grande destaque na trama é sua empregada Silvana (Adriana Barraza), que tenta ajudar Claire a superar seus medos e esquecer o passado. O filme tem um ar pesado e carregado, que nos faz lembrar do peso que é viver, assim como nossa personagem tenta todos os dias. Se ainda não assistiu, veja. Vale muito a pena. Caso você tenha interesse, leia a crítica completa!




The Babadook






Me deixou triste saber que muita gente não gostou desse filme pelo simples motivo de não tê-lo entendido. Todos esperavam um filme de terror, que geralmente, é sempre mais do mesmo, mas aqui, temos uma dinâmica diferente ao ver que, na verdade, o monstro que tenta de todas as formas entrar e desestabilizar essa família na verdade é o monstro da depressão. Acredito que esse filme retrata de maneira lúdica e potencializada, aquilo que passamos dia após dia e como é difícil aceitar e lutar contra esse monstro que, muitas vezes, fingimos não existir. Dito isso, assista ao filme com outro olhar. 

Melancolia




Sempre que vejo um filme de Lars von Trier, tenho certeza que tem mais na história do que realmente aparenta. Em Melancolia não é diferente, é uma obra poderosa sobre depressão e como ela afeta a todos ao nosso redor. Kirsten Dunst trabalha de forma impecável ao retratar a personagem Justine, uma bela e bem sucedida publicitária que está se casando com Michael (Alexander Skarsgård), um homem simples e totalmente apaixonado por ela, mas logo de cara vemos que ela não está feliz com isso e acaba fugindo dessa “pressão”, já que todos querem que ela se comporte de maneira “normal”. Melancolia é o nome de um planeta que se chocará com a Terra em pouco tempo, tirando o ar e consequentemente levando todos à morte. Vimos um interessante desenrolar desse conflito pela reação das personagens; Justine, que vivia infeliz passa a aceitar de bom grado o “fim” que se aproxima e sua irmã, que sempre passava uma aparência de felicidade e normalidade, se desespera ao ponto de pedir auxílio à irmã. Esse é apenas um esboço do filme que, de tantas formas, é uma obra prima. Delicado, assustador e ao mesmo tempo real. Poderia falar por horas sobre todas as nuances desse excelente trabalho, mas vou deixar ao encargo de vocês assistirem.




Her




O futuro próximo, neste premiado roteiro de Spike Jonze, revela mais sobre o protagonista do que qualquer outra coisa. Mesmo investindo nas cores quentes, os ambientes parecem melancólicos por causa de Theodore. Logo nos primeiros momentos do filme fica evidente que ele é um sujeito com enorme sensibilidade e empatia. Joaquin Phoenix constrói Theodore da maneira que sempre possamos enxergar quase uma dor física quando é confrontado por algum sentimento mais forte. A necessidade de aproximação é tema constante no filme. Spike Jonze e o diretor de fotografia Hoyte Van Hoytema frequentemente enquadram Theodore de maneira que fique subentendido que a solidão sempre fará parte de sua vida. Por favor, se vocês não viram esse filme ainda, assistam! Se quiser saber mais sobre, veja nossa crítica!



 

O Lado bom da Vida



O filme não é tão dramático quanto alguns listados aqui, ele é engraçado e ao mesmo tempo sensível a questões pessoais e comportamentais dos personagens, misturando assim, vários temas de uma maneira inteligente e tornando a história mais leve de ser assistida. Pat Solatano é interpretado por Bradley Cooper, que é retirado de uma instituição para pessoas com problemas mentais por sua mãe (Jacki Weaver), e vai para casa para conviver com seu pai (Robert De Niro), que tem transtorno obsessivo compulsivo. Logo ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma viúva que também está com problemas para se comportar como a sociedade espera que ela o faça. Em pouco tempo conseguimos ver uma ótima dinâmica entre os dois e, como cada um é capaz de ajudar o outro, apesar de todos os problemas que eles carregam. É uma ótima dramédia, que ao mesmo tempo nos faz rir e pensar em certos assuntos. 




O Palhaço





Apesar da comédia esperada na obra, O Palhaço conta com uma carga dramática muito forte, por conta do personagem de Selton Mello, Benjamin, administrador do negócio, que pertence ao pai (Paulo José), igualmente palhaço. Porém vemos logo de cara que Benjamin está cansado dessa vida de circo e começa a pensar em tudo aquilo que ele poderia estar fazendo. Algo novo, mais excitante, porém não sabe o que, nem como. Selton Mello constrói um personagem muito humano, que começa a se questionar se ele não merece algo melhor ao mesmo tempo que tenta se contentar com aquela vida que, até o momento, é tudo que ele tem. Mesmo tendo sonhos de mudar, ele não consegue sair desse ciclo em que vive, tentando de todas as formas achar algo que lhe dê motivação, prazer ou um pouco de poder. É um filme melancólico, mas muito sensível na forma de passar as incertezas do personagem. Se quiser mais detalhes dessa ótima obra brasileira, veja nossa crítica!




 

As Vantagens de Ser Invisível





O filme retrata, principalmente, problemas psicológicos entre adolescentes, transbordando para outros temas como relacionamentos abusivos, homossexualidade, preconceito e as formas como as mais peculiares diferenças unem as mais diferentes pessoas. Fizemos um especial para falar desse filme, se estiver interessado, leia aqui!


 

Garota, Interrompida



Esse filme talvez seja o mais memorável na minha humilde opinião, pois mostra não só a depressão, mas vários ângulos das consequências que tantas outras doenças psicológicas podem levar o ser humano a fazer consigo mesmo. O filme apesar de ter algumas cenas engraçadas é por si só muito triste. A empatia que sentimos pelas personagens e a necessidade que sentimos em saber que, talvez, elas possam melhorar, é o que nos liga ao filme. Apesar de toda a tristeza e dificuldade que essas mulheres encontram durante a vida, elas continuam tentando vencer esses medos e esses problemas que tanto vimos na sociedade atual. O filme é de 1999 e é baseado em uma história real, mostra o dia a dia de uma instituição psiquiátrica e a interação das internas. Esse é um filme para ser assistido com atenção. É denso, forte, explora as emoções humanas e nos faz repensar muitos aspectos daquilo que chamamos de “conhecido”. Talvez, você conheça alguém com depressão, com ansiedade, com problemas afins, mas, você realmente conhece essa pessoa a ponto de entendê-la? O filme vem com essa dinâmica, tentar desvendar os sentimentos, a importância das pessoas ao nosso redor e a influência que cada um pode exercer nas nossas atitudes e pensamentos.



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