Crítica: Alien: Covenant (2017, de Ridley Scott)



Alien é possivelmente a franquia cinematográfica que melhor abordou o medo do homem diante da possibilidade de vida alienígena. É interessante citar que a franquia ganhou diversos capítulos, mas ao contrário de outras sagas, cada novo capítulo trazia um estilo diferente, reinventando-se (para o bem ou para o mal). Depois da “morte” da franquia e do retorno a este universo em Prometheus (uma obra com aspirações filosóficas), Alien: Covenant chega para dar sequência aos acontecimentos de Prometheus, ao mesmo tempo em que liga pontos ao original Alien, O Oitavo Passageiro. O que dizer desta obra? 



Confira nossa crítica do sensacional 1° filme aqui!


E também fizemos um especial de toda franquia aqui! 


Difícil falar dos erros e acertos da produção. Por um lado, Covenant traz o que faltou no filme anterior, mostrando que estúdio e diretor escutaram as críticas. Apesar de algumas questões existencialistas ainda estarem presentes – afinal é a busca de quem nos criou que move os novos filmes -, o longa fica em um terreno firme ao não inventar demais, mantendo-se mais simples, com um roteiro mais enxuto. O problema é que este mesmo roteiro simplista, torna a obra clichê, igual a outras produções espaciais, sem nada que de fato brilhe. Assim, o roteiro torna-se uma via de mão dupla: é direto e sem voltas, mas comum demais. Foca-se então em criar um clima de suspense e terror a moda antiga, tentando se aproximar e referenciar o primeiro filme da saga. Em parte até consegue, mas em tempos modernos é difícil conseguir se criar tensão. A verdade é que o público, a muito tempo já abandonou a ideia de filmes de terror, de sentir a sensação do medo e calafrio no cinema, um pouco devido aos excessos hollywoodianos. Daí a falha maior de Covenant: apostar alto no sangue, sem criar uma trama nova ou interessante. E a direção de Ridley Scott é apenas ok, não erra, mas também não faz nada além do comum.





Outro ponto desfavorável é o elenco, cheio de ótimos atores conhecidos, mas muito mal desenvolvidos e utilizados. Katherine Waterston não dá conta do recado, falta-lhe carisma e força. Outros atores como Danny McBride, Demian Bichir e James Franco são fantasmas, somem dentro do filme. Michael Fassbender até que se sai melhor, mas ainda nada que impressione. Junte este descuido com as personagens e o roteiro simples demais, e temos aí um filme nada marcante. 


Mas nem tudo é ruim. Os aspectos visuais são bons. Mesmo que com algumas cenas exageradas, o uso do CGI é correto. A trilha sonora é boa e temos algumas faixas que remetem a melodia do filme original. O uso do gore em cenas sangrentas e de ferimentos (alguns feitos com maquiagem) é um outro acerto. Na verdade é esta aposta em um terror cheio de mortes, que salva um pouco a produção. Temos algumas cenas bem gráficas e fortes, agradando os fãs do gênero. A criatura título ainda assusta e aparece ameaçadora, sendo o real motivo de você ver o filme. A metade final da produção guarda algumas boas cenas, que ajudam um pouco no saldo geral.


Covenant ainda tem espaço para diversas referências ao próprio universo, note que há recriações de cenas dos dois primeiros filmes (os melhores). Mas estamos na era das referências no cinema e isso já não salva filmes. Falta um bom protagonista. E embora ter um roteiro mais simples e limpo seja bom, pecou-se por ser simples demais. Poderiam ter feito algo melhor, mais envolvente. No geral, Alien: Covenant agrada a quem procura e gosta de um terror espacial, é mais pé-no-chão do que Prometheus e entretém fácil, afinal a mitologia proposta na franquia é ótima. O gore e o visual é bom e nestas questões temos algumas surpresas. Mas não é uma obra marcante, devido a falta de carisma da mesma. Em vez de se procurar os “criadores”, Ridley Scott e a sua equipe deveriam procurar uma maneira de levar a saga a novos patamares.





Título Original: Alien Covenant



Direção: Ridley Scott



Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup, Danny McBride, Demian Bichir, Carmen Ejogo, Jussie Smollett, Callie Hernandez, James Franco, Noomi Rapace, Guy Pearce.



Sinopse: 2104. Viajando pela galáxia, a nave colonizadora Covenant tem por objetivo chegar ao planeta Origae-6, bem distante da Terra. Um acidente cósmico antes de chegar ao seu destino faz com que Walter (Michael Fassbender), o andróide a bordo da espaçonave, seja obrigado a despertar os 17 tripulantes da missão. Logo Oram (Billy Crudup) precisa assumir o posto de capitão, devido a um acidente ocorrido no momento em que todos são despertos. Em meio aos necessários consertos, eles descobrem que nas proximidades há um planeta desconhecido, que abrigaria as condições necessárias para abrigar vida humana. Oram e sua equipe decidem ir ao local para investigá-lo, considerando até mesmo a possibilidade de deixar de lado a viagem até Origae-6 e se estabelecer por lá. Só que, ao chegar, eles rapidamente descobrem que o planeta abriga seres mortais.



Trailer:






Imagens:







  








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