Quem nunca pensou “o que eu estou fazendo da minha vida? ” e sentiu vontade de desistir de tudo para viajar o mundo? Quem nunca se perguntou ou jogou no Google “dá para viajar o mundo sem dinheiro? ”
As pessoas têm essa tendência a se sentirem agoniadas quando se sentem estagnadas, quando percebem que sua vida está indo para um rumo não desejado, ou até mesmo, rumo nenhum. Algumas pessoas são mais sensíveis que outras, menos tolerantes que outras, e essas diferenças fazem com que as nossas atitudes sejam diferentes – radicais ou não – sobre determinados acontecimentos da vida.
Nos filmes listados abaixo, sendo a maior parte deles, biografia, irão contar histórias e estórias de pessoas que estavam cansadas desse mundo que acabou se tornando superficial demais, onde todos os valores se mostram invertidos, e rotinas tão tóxicas que acabam tornando difícil lidar com a própria família, amigos, trabalho, e, pior de tudo, consigo mesmo.
Aproveite as indicações, deixe que elas te inspirem, te renovem e te façam ter uma nova visão de mundo. E, principalmente, que te deem coragem para mudar de vida caso o seu único empecilho seja o medo do novo, do diferente, do desconhecido.
Tracks
(‘Tracks’, 2013, Dir: John Curran)
Sabe aquele tipo de filme que você gosta tanto a ponto de ficar completamente influenciado e sem palavras para descrevê-lo de tanta coisa que teria para falar sobre e simplesmente não sai? Parece que nada será suficiente o bastante para expressar o quão bom ele é.
Porém, uma coisa é fato, pessoas que esperam algum tipo de ação que já não é esperada pelo roteiro, ou um plot twist completamente exagerado ou surreal à história, definitivamente estão acostumados demais com à ficção. Lembrando que esse filme é uma biografia, sendo, então, um filme de reflexão, um filme de alma. Um filme para você sentar e aproveitar o deleite. Sem pressa. Sem adrenalina. Apenas com emoção.
O filme conta a história fantástica de Robyn Davidson, interpretada por Mia Wasikowska (Alice no País das Maravilhas, Um Ato de Liberdade, Segredos de Sangue), seus quatro camelos e sua cachorra. A jovem decide largar tudo e embarcar sozinha em uma viagem de aproximadamente três mil quilômetros pelo deserto de Alice Springs, Na Austrália, de ponta a ponta.
Mia impressiona em sua atuação, conseguindo passar todas as emoções, até mesmo cansaço físico. Ela consegue passar tamanha coragem e ousadia para o telespectador, pois a vontade que dá, é de dar pausa no filme, arrumar a mochila e ir para o deserto com ela. Embora ela fosse reprovar, pois quer viajar completamente sozinha! E isso será muito enfatizado pela viajante no enredo. Todo percurso tem muito sentimento, feliz e triste, mostrado por uma fotografia espetacular. Tem que ficar se controlando para não dar pausa o tempo todo só para apreciar as paisagens.
É um filme para você tentar absorver o máximo de coisas possíveis de tudo que ele tenta lhe mostrar/ensinar, para depois você abrir sua janela, abrir sua geladeira, abrir a porta do seu carro, abrir sua garrafa de água, e passar a dar mais valor a tudo que tem, e perceber como é fácil conseguir as coisas no mundo de hoje, embora achemos que não. E de como esse mundo está tão superficial que a vontade mesmo que dá, é de fugir para o deserto e morrer de sede!
Aposto que se você se simpatizar com o estilo de filme, ele irá mudar sua vida assim como mudou a minha.
Livre
(‘Wild’, 2014, Dir: Jean-Marc Vallée)
Como a maior parte dos filmes desse top 5, esse é outra biografia, que conta a história de Cheryl Strayed, interpretada por Reese Witherspoon (A Boa Mentira, Águas para Elefantes, Legalmente Loira 1 e 2, Psicopata Americano) que após uma vida de comportamento inconsequente, vício em heroína e a destruição de seu casamento, ela decide fazer a trilha do Pacific Crest Trail, do México ao Canadá, sendo 2.700 quilômetros, sozinha para se reconectar consigo mesma. Quer dizer, sozinha entre aspas, porque junto dela embarca a Monstra, sua mochila, que por ser tão grande e pesada parece mesmo outra pessoa indo com ela em suas próprias costas.
Filmes dessa temática tendo protagonistas mulheres é muito interessante, quebra um pouco o clichê de somente o homem ser aventureiro, corajoso e ter a ousadia de viajar sozinho em percursos difíceis e perigosos. É um filme que acaba por mostrar que os humanos podem assustar mais que qualquer outra ameaça da natureza.
Não vale mencionar o roteiro, pois esse é a própria vida de Strayed, que não acabaria se tornando um filme caso não fosse, no mínimo, interessante, e Jean-Marc Vallée quando teve essa história passada por suas mãos, conseguiu deixá-la ainda mais interessante e intensa. Assim como TRACKS, teve sua fotografia muito bem feita, valorizando cada cena e paisagem.
WILD é um drama bem reflexivo, mostra como os humanos são falhos em vários aspectos, muitas vezes são fracos, mas, que é possível sim voltar a seu equilíbrio sem precisar de bens materiais, outras pessoas, ou qualquer outra coisa além de si mesmo.
Uma Caminhada Na Floresta
(‘A walk in the woods’, 2015, Dir: Ken Kwapis)
Esse é um dos filmes mais leves desse Especial, o que não o torna raso ou superficial de forma alguma. É divertidamente reflexivo. O filme possui um elenco muito carismático, dando-nos o prazer de ver Robert Redford (Capitão América 2: O Soldado Invernal, O Grande Gatsby (1974), A Menina e o Porquinho) e Nick Nolte (Hotel Ruanda, Poder Além da Vida), assim como outros rostos conhecidos como Nick Offerman (Parks and Recreation, Entre Segredos e Mentiras, Miss Simpatia 2) e Emma Thompson (A Bela e a Fera, O Bebê de Bridget Jones, Eu Sou A Lenda).
Bill Bryson (Robert Redford) mostra que não existe nada que quem está na terceira idade não possa fazer, e mesmo todos achando loucura e impossível, ele não se deixa abalar pela falta de apoio moral da família e amigos e embarca na trilha dos Apalaches, que tem mais de 3 mil quilômetros, com um velho amigo, Katz (Nick Nolte), que, assim como ele, não acha que a idade ou certas condições físicas lhe impedirão de fazer o que o corpo de um jovem de 20 anos é capaz.
As trapalhadas e filosofias desses senhores irão de fazer rir e refletir! Prepara a pipoca porque vale a pena!
Na Natureza Selvagem
(‘Into the Wild’, 2007, Dir: Sean Penn)
Este belíssimo filme dirigido por Sean Penn, com uma trilha sonora própria de Eddie Vedder (Pearl Jam), conta a inspiradora história real de Chris McCandless, que no filme é interpretado por Emile Hirsch (Show de Vizinha, Bonnie & Clyde (2013), A Autópsia).
Chris é a pessoa que é tudo e tem tudo que as pessoas lutam e trabalham arduamente para ser e ter. Ele tem uma boa família, amigos, um carro, tem boa condição financeira. Mas, ao se formar na faculdade e perceber que não é nada daquilo que quer, que não é aquela vida que quer ter, resolveu largar tudo para trás e viajar sozinho pelo Alasca.
Se você ainda não conhece a história pode pensar que será muito fácil uma viagem desse porte para alguém tão bem sucedido, mas quando eu disse que ele largou tudo para trás, é exatamente tudo mesmo! Inclusive seu dinheiro. Ele vende tudo que tem e doa o dinheiro, iniciando sua viagem com nada além de sua mochila. Isso tudo porque ele realmente quis se desapegar de tudo que lhe prendia no “mundinho” em que estava acostumado a viver. Queria uma vida natural em meio à natureza. Queria se sentir vivo.
É praticamente um clássico dos filmes sobre viagens inspiradoras! Vale conferir!
Tudo Acontece em Elizabethtown
(‘Elizabethtown’, 2005, Dir: Cameron Crowe)
Por último, mas não menos importante, e diferente das quatro indicações anteriores, esse é o único filme que não tem ninguém se arriscando e aventurando em uma trilha completamente sozinho, ou quase. Tudo Acontece em Elizabethtown conta a estória de Drew Baylor, interpretado por Orlando Bloom (Senhor dos Anéis, Piratas do Caribe), um homem que teve várias tragédias acontecendo em sua vida simultaneamente, o levando ao ápice do sofrimento que chegou a levá-lo a uma tentativa de suicídio.
O drama/comédia/romance é sobre como superar seus fracassos pessoais, profissionais e principalmente familiares, e tudo isso em uma viagem praticamente de carro e praticamente acompanhado de uma mulher, Claire, interpretada por Kirsten Dunst (As Virgens Suicidas, Homem-Aranha, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças) que é o tipo de pessoa que todos querem ter como amiga, e que irá ajudá-lo a superar de todas as formas que puder! A proposta do roteiro é muito boa, não pude contar muito porque tudo estava muito sujeito a spoilers, mas confia em mim e assiste! Você não se arrependerá!
E aí, curtiu as indicações? Não deixe de assistir e voltar aqui no blog para deixar seu comentário!