Especial: Franquia Alien

Essa semana, estreia Alien: Covenant, novo filme de Ridley Scott, que dá continuidade aos eventos de Prometheus e faz uma ponte que começa a guiar o caminho para o começo da franquia Alien.

Se você é fã dos filmes, sabe que ali já teve muita história, muito gênero diferente e muita divisão de público e crítica. O que acha de darmos uma repassada nos filmes, que se iniciaram lá em 1979 e continuam aqui em 2017?

Só aviso ao leitor que não considerarei os crossovers com o Predador, já que, por enquanto, são ignorados no cânone oficial (ainda bem).


Alien – O 8º Passageiro
(1979, de Ridley Scott)



Alien – O 8º Passageiro foi lançado nos cinemas em 1979,
época em que o gênero da ficção científica vinha sofrendo crescente influência
de 2001 – Uma Odisseia No Espaço. Isso significa que as abordagens clássicas
estavam ficando para trás enquanto davam lugar às narrativas que se preocupavam
em discutir grandes ideias, em vez de somente prezar por aventuras situadas no
espaço. Os “filmes de monstro” também estavam presos a uma fórmula muito
restrita na área do filme B, dentro do gênero de terror. Era usual que esses
dois gêneros, quando eram trabalhados juntos, geralmente resultavam em obras
que usavam um deles para ser o principal, enquanto o outro servia apenas para
pincelar a narrativa pontualmente. O filme de Ridley Scott realiza uma junção,
tanto em atmosfera quanto em narrativa, desses dois gêneros, criando uma
experiência angustiante e tensa que influenciou o cinema até nos dias de hoje.

A história começa com a nave mineradora Nostromo em seu
caminho de volta para Terra, quando recebe um sinal desconhecido de um
asteroide. Em consequência, seu sistema acaba por acordar a tripulação em
hibernação. Eles decidem investigar o local quando são atacados por uma forma
alienígena, que se instala em um dos tripulantes e acaba indo parar dentro da
nave.



Se jamais tivéssemos conhecido esse filme, poderíamos
facilmente encaixar essa premissa numa produção barata da década de 50, ou
talvez num episódio de Além da Imaginação, mas o que Ridley Scott faz é levar a
sério a proposta de construir uma experiência memorável. Ao invés de nos
sentarmos na cadeira para ver uma aventura genérica, nos deparamos com uma
história pausada, crescente e tensa.


Logo nos instantes iniciais, a câmera de Scott espreita os
corredores e compartimentos da nave lentamente, indicando que o ambiente onde
ocorrerá a ação é claustrofóbico por natureza. Ao longo do filme, nota-se que a
concepção visual da Nostromo remete a um ambiente opressor, com locais sujos e
desorganizados, que em alguns momentos, lembra uma grande fábrica abandonada.
Há uma contraposição clara com o compartimento onde os tripulantes aparecem
juntos em hibernação ou fazendo uma refeição. Ali eles são limpos e
aconchegantes, e esse fator desempenha grande impacto narrativo quando servirá
para evidenciar o choque da invasão do alien na vida dos sete passageiros (e do
gato).



Trata-se de um filme que aproveita o seu
tempo para construir suas expectativas para depois transformá-las em clímax. É
interessante observar que a mudança nos rumos da história, quando ela passa a
ser uma corrida dos personagens pela vida, é tratada pelo roteiro de Dan
O’Bannon e Ronald Shusett com inteligência. A primeira metade do filme se
empenha em estabelecer a relação entre os personagens e o caráter exploratório
da expedição ao local de origem do sinal. Quando Kane (John Hurt) é atacado por
uma espécie estranha de vida, o espectador julga que aquela é a ameaça do
filme, mesmo que ela aja de maneira misteriosa. Assim, quando o verdadeiro
vilão do filme é revelado, o impacto causado é muito mais eficiente e
inesperado.




O visual e a aparição do antagonista são um capítulo à
parte. A criatura foi idealizada pelo artista plástico suíço H. R. Giger, que
imprimiu suas conhecidas características calcadas no surrealismo e no horror,
no visual bizarro do alienígena. Seu corpo errático, sua baba contínua, aliados
à decisão de quase nunca mostrá-lo por inteiro, levando o poder da sugestão e a
ameaça a níveis maiores, são fatores que o tornaram um dos grandes monstros da
ficção científica e do terror. A sequência de seu “nascimento” é sublime e se
tornou uma das mais icônicas do gênero, servindo de referência a várias outras
obras futuras. É preciso ressaltar que a cena funciona tão bem devido ao
magnífico trabalho de efeitos práticos do Departamento de Arte e de Maquiagem
do filme, e da maneira como ela é conduzida por Ridley Scott.



Essa sequência, aliás, ocorre num momento de descontração
dos personagens, que forma uma bela rima temática e visual com outra sequência
semelhante no início do filme. A diferença é que na segunda, o comportamento
dos personagens desenha com sutileza o caminho que a história seguirá dali para
frente. Até certo momento, o espectador é levado a crer que o protagonista da
história será Dallas (Tom Skerritt), o superior hierárquico da nave. Ripley
(Sigourney Weaver) é retratada como uma personagem neutra, mas que é trabalhada
de maneira crescente pelo roteiro para se tornar gradativamente a origem das
ações e do comando da nave. Sua coragem e seu instinto sobrevivente vão surgindo
aos poucos, até que ela se torne a heroína do filme, e posteriormente, uma das
mais icônicas do cinema.


Também é interessante notar as táticas que o filme usa para
aumentar a sensação de vulnerabilidade das vítimas. Em certo momento,
descobre-se que um dos tripulantes é um androide, Ash (Ian Holm, ótimo), que
foi mandado para a nave com o propósito de proteger o espécime alienígena sob
prioridade máxima. É mencionado que ele está sob as ordens da “companhia”, que
é citada vagamente, mas que consegue convencer o espectador de que deve se
tratar de um grupo poderoso, que não se importou em descartar uma tripulação
inteira para resguardar uma criatura desconhecida. O próprio androide refere-se
a ela com admiração, que acaba invariavelmente se transformando em fascínio por
parte do espectador.



O primeiro filme da futura e famosa franquia Alien consegue um misto perfeitamente eficiente do visual e da atmosfera de ficção científica com a urgência e tensão de um filme de terror, principalmente em seu terceiro ato. É um filme memorável que ainda sobrevive nos dias de hoje, gerando frutos (uma ótima continuação de 1986, de James Cameron) e influenciando cineastas que se preocupam em criar uma experiência legítima na tela.




Título Original: Alien
Direção: Ridley Scott
Elenco: Sigourney Weaver, Tom Skerritt, John Hurt, Veronica Cartwright, Harry Dean Stanton, Ian Holm, Yaphet Kotto
Sinopse: Nave espacial, ao retornar para a Terra, recebe estranhos sinais vindos de um asteroide. Ao investigarem o local, um dos tripulantes é atacado por um estranho ser. O que parecia ser um ataque isolado se transforma em um terror constante, pois o tripulante atacado levou para dentro da nave o embrião de um alienígena, que não para de crescer e tem como meta matar toda a tripulação.
Trailer



Aliens – O Resgate
(1986, de James Cameron)


5 anos após o lançamento de Alien – O 8º Passageiro, um certo
James Cameron, que já tinha dirigido O Exterminador do Futuro, foi escolhido
para comandar a sequência do filme. Indo contra o que muitos imaginavam na
época, o cineasta não seguiu pelo caminho do gênero puro do terror.
Aproveitando a onda de filmes de ação que estavam no auge nessa época, Cameron
deu uma repaginada no retorno de Ripley e transformou a história do Xenomorfo
num exemplar de ação com a cara e alma de sua época. Inclua aí: heróis de boa
alma lutando contra corporações, um grupo de militares brutamontes dos mais
estereotipados como só essa década permitiu e um diretor muito competente com
uma visão acima da média para a ação e a tecnologia no cinema.

A história acontece depois de Ellen Ripley passar 57 anos
vagando pelo espaço em estado criogênico até ser resgatada por uma nave da
corporação Weyland (a mesma do androide Ash). Depois de descobrir que o planeta
onde tinha estado anos antes – e de onde saiu a criatura que exterminou toda
sua antiga tripulação – está agora em processo de colonização, Ripley é
convidada a acompanhar um grupo de militares ao local para investigar uma perda
recente de contato com a colônia. Lá, encontra um local desolado e repleto de
outros alienígenas iguais ao de antes, agora organizados em bando e se
multiplicando.

Uma das qualidades de Aliens é que, mesmo preferindo seguir
mais com certas convenções pertencentes ao gênero da ação, James Cameron
compreende o conceito de criação de suspense e continua com a máxima de menos é
mais. Ao não escancarar na tela as criaturas durante a maio parte do tempo, o
cineasta sabe conferir um senso de ameaça constante no longa. A época não
permitia o uso de CGI e isso certamente fez com o Desing de Produção e os
efeitos especiais trabalhassem o máximo para a verossimilhança, fazendo com que
o Xenomorfo continue sendo um vilão palpável e com aquela característica de
frieza que vimos no primeiro filme.

Fora que o roteiro, também escrito por Cameron, juntamente
com Walter Hill e David Giler, ainda consegue construir e expandir uma certa
miologia própria para a raça dos Xenomorfos. A ideia de introduzir o ciclo de
vida e a organização daqueles predadores faz com que sua existência pareça não
só aceitável, mas também intrigante aos olhos do espectador. Se devemos aos
roteiristas de o 8º Passageiro e a Ridley Scott a apresentação a esse
fascinante universo, devemos agradecer a Cameron e seu time por ampliá-lo e
deixá-lo definitivamente no imaginário da cultura cinematográfica.

Não menos importante: foi aqui que a protagonista de Sigourney
Weaver definitivamente se igualou ao extenso grupo predominantemente masculino
de heróis de ação no cinema. Jamais deixando de apresentar características que
a mostravam com dignidade e senso de proteção – como mostra o arco envolvendo a
pequena Newt – Ellen Ripley se consagrou como a imagem da mulher enfrentando
uma rainha alienígena gigante em um robô-cargueiro enquanto carregava uma
criança no colo e dava ordens a homens amedrontados. Nada mais justo, pois o
papel feminino nos filmes de ação foi definitivamente influenciado por ela a
partir daí.

Título Original: Aliens
Direção: James Cameron
Elenco: Sigourney Weaver, Lance Henriksen, Carrien Henn, Bill Paxton, Michael Biehn, William Hope, Daniel Kash
SinopseEllen Ripley (Sigourney Weaver), a única sobrevivente da
nave atacada pelo alien, vai a um planeta distante para combater o monstro que
matou seus companheiros. Alguns colonizadores estão estabelecidos justamente
nesse planeta e Ripley precisa ajudar estas pessoas a escapar da criatura.

Trailer




Alien 3
(1992, de David Fincher)


Se fosse pelo bem da saga – e quando digo isso, me refiro a se
Hollywood obedece às nobres aspirações artísticas somente – a série Alien teria
terminado em seu segundo filme. Foram duas obras memoráveis e muito
bem-sucedidas em seus gêneros. Ellen Ripley já tinha passado o diabo na mão de
Ridley Scott e James Cameron. Já estava na hora da heroína descansar, ainda
mais considerando o final otimista e “família” de Aliens: O Resgate.

Mas acontece que o alienígena cabeçudo já estava famoso
demais e Ripley estava fazendo falta nos cinemas – pelo menos fazia bastante
para os produtores sedentos por mais um sucesso envolvendo Sigourney Weaver.
Nada muito complicado: só trazer a protagonista de volta, afinal, não é como se
ela tivesse morrido (não será problema também futuramente). Agora basta
inseri-la numa continuação com um clima que remete um pouco mais ao suspense
claustrofóbico do primeiro, ambientar o enredo numa prisão e dar um fim épico à
saga, finalmente.

E Alien 3 é até um pouco melhor do que eu me lembrava. É
verdade que é inferior aos antecessores e teve inúmeros problemas na concepção
do roteiro e na equipe de direção, mas ainda é possível notar alguns elementos
interessantes, principalmente na maneira como a ambientação é trabalhada e na
tentativa (nem sempre com sucesso) em adicionar uma camada a mais envolvendo os
personagens secundários. Lembrado que o diretor aqui foi ninguém menos que
David Fincher, só que antes de ser um dos melhores e mais respeitados diretores
do cinema mundial. Na época foi contratado para tomar as rédeas de um projeto
que já estava em andamento e cujo o controle pouco mantinha.

E é possível notar uma certa preocupação quando observamos a
elegância com que a câmera percorre o ambiente. Trabalhando bem os espaços,
Fincher consegue construir um ambiente que sufoca, mesmo que grande em tamanho.
Há um certo esmero na narrativa de Alien 3 que demonstra um jovem diretor
preocupado com a questão puramente cinematográfica, apesar de seu emprego de
mero contratado; isso desde uma montagem que entrega ótimas transições (como a
que envolve um ritual de cremação) até uma boa realização de atmosfera de
suspense que permeia o filme.

Os problemas começam quando prestamos atenção
no roteiro e quando vemos o resultado final (a montagem do filme foi
completamente entregue às cabeças pensantes do estúdio – as mesmas que tinham
modificado o enredo várias vezes antes). Embora o roteiro de David Giler,
Walter Hill e Dan O´Bannon consiga estabelecer alguns personagens secundários
interessantes, e também inserir um subtexto envolvendo a culpa através dos
simbolismos da religião, ele parece simplesmente abandonar tudo no meio do
barco para se entregar à correria da segunda metade. O pior disso tudo é que
até o Xenomorfo perdeu parte de seu charme. Devemos nos lembrar que o início da
década de 90 foi marcado pelo CGI aprendendo a engatinhar em Hollywood. Era uma
novidade com muitas possibilidades novas e rentáveis, mas também acabou
envelhecendo mal para a maioria dos filmes. Tanto é assim que sempre que a
criatura aparece por computação gráfica em Alien 3, nossa reação chega a ser
hilária. O contraste é enorme com as sequências onde os efeitos são práticos; e
nem se fala dos filmes antecessores, que são pré computação e muito mais
críveis que o filme de 1992.  

Ao final, Alien 3 é um filme com virtudes, mas é
visivelmente corrido. Há uma versão do diretor presente no Box especial da
quadrilogia que melhora um pouco o resultado, mas não o suficiente para
considerar um outro filme completamente diferente. (Para mais informações, há o
documentário Destroços e Raiva, de 2003, sobre a conturbada produção do filme).

A trilogia se encerraria aqui, com o fechamento definitivo da
história de Ripley. Só que Hollywood decidiu que ainda não ia abandonar a
franquia…

Título Original: Alien 3
Direção: David Fincher
Elenco: Sigourney Weaver, Charles Dance, Charles S.Dutoon, Lance Henriksen, Pete Postlethwaite, Ralph Brown, Paul McGann
SinopseA tenente Ripley (Sigourney Weaver) vai parar em um planeta que na verdade uma colônia penal de segurança máxima, onde todos os internos são assassinos e estupradores. Lá não existem armas e um lugar totalmente isolado do mundo civilizado. Dentro deste contexto, o alienígena volta a atacar, matando tudo que se move, mas com uma misteriosa diferença: ele não ataca a tenente Ripley.

Trailer




Alien – A Ressurreição
(1998, de Jean-Pierre Jeunet)


“Mataram a protagonista? Não tem problema, a gente traz de
volta! ”


Essa deve ter sido a primeira frase dita na reunião de
produtores quando alguém começou a cobrar a volta dos filmes Alien. Já tinham
passado alguns anos e já estava na hora de reunir um time para bolar a próxima
pedra no caminho de Ripley. Só que dessa não era bem ela. Ou era? Bom, o
importante era colocar de novo o rosto de Sigourney Weaver, agora co-produtora,
em mais uma divulgação daquelas para trazer o público saudoso de volta.


A ideia é o filme se passar 200 anos depois de Alien 3
(porque isso tudo?), quando um grupo de cientistas resolve fazer um clone de
Ellen Ripley – e aqui começa a estúpida ideia de inserir uma “conexão especial”
entre ela os aliens, o que vai de encontro totalmente à ideia de uma heroína
humana, portanto, falha, mas jamais fraca. A premissa do filme em situar a
história numa época onde os humanos procuravam um jeito de domesticar as
criaturas faz todo o sentido, só não precisa deformar a personagem de Ripley e
transformá-la numa espécie de mutante com DNA de Xenomorfo, o que até funcionaria
se o filme fosse declaradamente uma galhofa, mas não, ele se leva claramente a
sério. É a franquia que começou com um exemplar quase perfeito de terror
espacial se tornando uma bobagem que representa o pior do escapismo no cinema.



Joss Whedon (esse mesmo que roteirizou obras como Toy Story,
Firefly e Os Vingadores) parece ter sido obrigado a trabalhar em um material
pré-concebido. A estrutura e o enredo do filme são uma colagem de clichês e
ideias muito melhor apresentadas nos outros filmes da série. O grupo principal
do filme é aquele repleto de estereótipos da década de 90, com direito a um
maniqueísmo bem didático para não dizer que os aliens são os vilões, e sim os
cientistas que dão gargalhadas malvadas. A tentativa de retornar com o dilema do
androide frente à sua própria existência é mais que batida e só uma sobra do
que já tinha sido abordado e outros filmes. Ainda há os diálogos ruins que
fazem Ripley parecer uma total paródia de si mesma, o que me levaria a crer ser
essa a intenção, senão pelo fato do filme, como dito, se levar a sério.


O diretor é Jean-Pierre Jeunet, que, quatro anos depois,
iria lançar um certo O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Ele até que tenta
dar algum estilo para a narrativa – e há uma única sequência onde ocorre uma
perseguição submersa onde vale a pena uma nota – só que não é suficiente para
trabalhar com um enredo pueril. Talvez haja um momento ou outro onde se possa
esquecer um pouco por onde o filme está indo e acabar se entretendo
pontualmente. Mas logo fica complicado, já que a história investe numa
tentativa bizarra de traçar uma moral sobre o “homem brincando de Deus” através
de uma bagunça gráfica, porém desinteressante, que destoa sempre do que a série
tinha sido até então.



A impressão é que Alien – A Ressurreição jamais precisava
ter sido feito se dependesse apenas do nosso coração cinéfilo. Tanto é doloroso
que é melhor acreditar que o filme nem se insere no “cânone” oficial e era
melhor ter terminado em 1992 mesmo. O incrível arco de Ellen Ripley, que tanto
influenciou gerações de filmes de ação e terror, acaba com esse gostinho meio
amargo.


Felizmente, o legado da franquia está aí. Já tivemos um
filme que retorna ao universo em 2012 e outro já chega agora em 2017. Vamos ver
como Ridley Scott planeja fechar esse novo ciclo e, claro, torcer para que faça
jus a tudo!  



Título Original: Alien – Resurrection

Direção: Jean-Pierre Jeunet

Elenco: Sigourney Weaver, Winona Ryder, Dan Hedaya, Ron Pearlman, Michael Wincott

SinopseA tenente Ripley (Sigourney Weaver) se matou para não permitir que o governo levasse um monstruoso alienígena para o nosso planeta. Mas, após 200 anos, em uma nave espacial, ela acorda e descobre que cientistas a ressuscitaram através da clonagem e conseguiram com sucesso retirar a rainha dos alienígenas de seu corpo. A intenção é ter um exército de aliens que, acreditam eles, possam controlar. Durante este processo o DNA da tenente é misturado com o da rainha, o que faz com que o clone de Ripley desenvolva algumas características alienígenas. Os pesquisadores começam a criar os aliens, mas estes logo escapam, provocando terror e morte. Como a nave está rumando para a Terra, eles precisam ser detidos o quanto antes, principalmente pelo fato da rainha ter tido uma nova ninhada, que poderá significar o fim dos humanos. Neste contexto, apenas a tenente e alguns contrabandistas, que se encontram na nave naquele momento, podem impedir esta tragédia.

Trailer





Prometheus
(2012, de Ridley Scott)


15 anos depois de encerrada a franquia do nosso saudoso
Xenomorfo, Ridley Scott finalmente anunciou seu
retorno ao material no qual tinha trabalhado inicialmente 33 anos antes. Não é
preciso nem dizer que o hype gerado foi grande, principalmente porque a
estratégia de divulgação adotou a pegada certa desde o início: revelar pouco e
criar muitas expectativas. Os trailers davam a sensação de uma ficção
científica das grandes, com um tom misterioso e um visual que remetia à
grandeza de grandes obras do gênero.


E há o que mais chamava a atenção: não se sabia ao certo se
o filme iria ter relação direta com a criatura da franquia original. Pelas
imagens divulgadas, era possível constatar que se tratava do mesmo universo,
mas foi contado pouco sobre a sinopse. De um lado, alguns ficaram animados com
o mistério. Talvez fosse bom justamente um filme que explorasse outras ideias
ao invés de apenas repetir o que outros quatro já haviam feito antes. De fato,
Prometheus é um filme que, em tese, é louvável por não querer depender somente
do subgênero de terror espacial, mas sim enveredar por caminhos mais
convergentes com a ficção científica, principalmente por tocar em questões
sobre a origem da vida e relação criação x criador. O problema é que um filme
não sobrevive só de premissa e, infelizmente, seu recheio apresenta um roteiro
muito problemático e uma narrativa que se deixou depender demais de suas
futuras continuações.



O filme se passa no ano de 2093 (29 anos antes de Alien – o
8º Passageiro
), quando a nave Prometheus está a caminho de um planeta no qual
se acredita estar os “engenheiros”, seres que teriam sido responsáveis pela
origem da raça humana. O fato parte de uma descoberta realizada pela Dra.
Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e seu parceiro Charlie Holloway (Logan
Marshall-Green) que, junto com a tripulação chefiada por Meredith Vickers
(Charlize Theron) e auxiliada pelo androide David (Michael Fassbender), chegam
ao planeta e acabam descobrindo outros segredos e perigos inesperados.


Basicamente, a narrativa de quase todo o filme se baseia na
mitologia dos engenheiros e sua relação com a criação da raça humana. O
mistério é o que serve de motivação para a maioria dos personagens, com ênfase
no casal principal. Só que o roteiro, escrito por Jon Spaiths e Damon Lindelof,
se esqueceu de aspectos básicos, principalmente na questão de construção de
personagem e nos diálogos. A tripulação da Prometheus é um festival de
unidimensionalidade, desde o alívio cômico da dupla composta por um geólogo e
biólogo, sendo que este ficou famoso por agir da maneira mais estúpida possível
frente a uma serpente alienígena desconhecida, até a vilã digna de novela
interpretada de maneira canastrona por Charlize Theron, que teve seu momento de
reconhecimento quando correu em linha reta de um objeto circular que despencava
lentamente sobre ela.



E o problema não é nem que os personagens sejam rasos, é que
suas ações são dispersas e incoerentes, o que acaba prejudicando imensamente a
coesão no enredo. Assim, apesar de entendermos as motivações de Shaw, fica
difícil acreditar na inconstância de Charlie frente às descobertas que acabou
de fazer. Em um momento, o sujeito fala apaixonadamente de como dedicou parte
de sua vida na busca dos engenheiros para, em seguida, agir como se estivesse
absolutamente decepcionado, e o pior, totalmente indiferente porque descobriu
que os antigos habitantes do planeta já estavam mortos (porque pouco importa
ter acabado de descobrir toda uma civilização que existiu há anos e foi
provavelmente responsável por nos criar). Em uma cena, o rapaz aparece bêbado
enquanto os cientistas dissecam a cabeça de um ser que representa uma das mais
importantes descobertas da história da humanidade, mas ele está chateado como
se tivesse batido com o dedinho do pé na quina do sofá.


Todo esse problema acaba refletindo na maneira como o
espectador participa dos dilemas propostos pelo filme. Se os personagens, que
são os responsáveis por externalizar as emoções para o público, são
inconstantes na tarefa, o filme perde força e começa a ficar genérico demais. O
único personagem que se salva em meio a isso tudo é David, que, interpretado de
maneira excepcional por Michael Fassbender, é o único que acaba apresentando
várias camadas e se torna o mais interessante de acompanhar. Suas reflexões
sobre como se relacionar com seus criadores (os humanos) serve como ponte para
que o filme consiga salvar um pouco de suas pretensões em adentrar em terreno
filosófico.



Prometheus é um filme que dividiu bastante público e
crítica. No final das contas, mesmo que seja positivo o fato de Scott não ter
se apoiado totalmente nas mesmas histórias contadas na franquia original, o
resultado é um filme com um bom visual, mas problemático e incapaz de
satisfazer a grandeza que se propôs a construir.



Título Original: Prometheus

Direção: Ridley Scott

Elenco: Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron, Idris Elba, Guy Pierce, Logan Marshall-Green

Sinopse2089. Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) são exploradores que encontram a mesma pintura em várias cavernas na Terra. Com base nisto, eles desenvolvem uma teoria em que a pintura aponta para um lugar específico do universo, que teria alguma relação com o início da vida no planeta. A dupla convence um milionário, Peter Weyland (Guy Pearce), a bancar uma cara expedição interestelar para investigar o assunto. Desta forma, Elizabeth e Charlie entram para a tripulação da nave Prometheus, composta pelo robô David (Michael Fassbender), a diretora Meredith Vickers (Charlize Theron), o capitão Janek (Idris Elba), entre outros. Todos, com exceção de David, hibernam em sono criogênico até que a nave chegue ao objetivo, o que acontece em 2093. Encantados com a descoberta de um novo mundo e a possibilidade de revelarem o segredo da origem da vida na Terra, Elizabeth e Charlie não percebem que o local é também bastante perigoso.

Trailer


Agora é ir conferir a estreia de Alien: Covenant e ver como Ridley Scott dará continuidade a essa icônica saga!

Gostaram do especial? Comente e deixe suas impressões e seus favoritos da franquia.




Deixe uma resposta