Crítica: Jack Reacher – Sem Retorno (2016, de Edward Znick)


Jack Reacher – Sem Retorno chegou aos cinemas de todo o Brasil esta semana. Trata-se da sequência direta do filme de 2012 protagonizado por Tom Cruise e dirigido por Christopher McQuarrie. A direção dessa vez ficou por conta de Edward Znick. Eis uma continuação que me deixou muito em dúvida se supera o antecessor e com certeza assim fará com o espectador, levantando a seguinte questão: “será que vale a pena ou é mais do mesmo?”

A história acompanha Jack Reacher, ex-militar que volta à base onde serviu na Virgínia, pois pretende levar uma comandante local para jantar. Porém, assim que chega, descobre que ela foi sequestrada. Não leva muito tempo pra perceber que deverá ser o responsável por salvá-la. A fim de limpar seu nome, ele descobre a verdade por trás de uma grande conspiração do governo. Em fuga como fugitivo da lei, Reacher descobre um segredo potencial de seu passado que poderia mudar sua vida para sempre. É engraçado ressaltar que uma discussão talvez surja entre o público: “ah, eu já vi isso em muitos filmes: o mocinho vai atrás da donzela, a resgata, ambos se apaixonam e têm um final feliz”. Devo informar que não é somente assim que as coisas funcionam aqui.

Primeiro de tudo, não pensem que não teremos momentos de ação, pois eles estão lá; implícitos, mas estão. O cômico é: sabe quando a sua atenção está tão presa nas cenas de diálogos que as reviravoltas acontecem quando você menos espera? Pois bem, isso acontece pelo menos umas duas vezes. Há momentos onde a impressão que dá é de que só vão ficar no “blá blá blá”, mas aí de repente o jogo muda e Tom Cruise para de falar e começa a agir. Em meio a quase 2 horas de socos, tiros e explosões, a bela trilha sonora composta por Henry Jackman e o plausível jogo de câmeras montado por Oliver Wood não poderiam deixar de dar aquele toque especial.

Em contrapartida, a frequência de instantes frenéticos decaiu um pouco se comparado com o primeiro filme. Diria que um elemento essencial é o “X da questão”, a raiz que define o quão bom ou ruim um filme pode ser: o roteiro. Neste caso, faltou ser mais desenvolvido. Não afirmo aqui que a ideia do mesmo é fraca, só mal aproveitada. Confesso que já houveram trabalhos melhores de Edward Znick, tais como Diamante de Sangue e O Último Samurai, cujo ator principal não poderia ser ninguém mais, ninguém menos que o próprio Tom Cruise! Interessante notar como Christopher McQuarrie (diretor do 1 e produtor do 2) também trabalhou com Tom em Operação Valquíria. Às vezes me questiono o que se passa em Hollywood, tanto na cabeça de um ator, baseado na mudança de quem o dirige em uma obra, quanto à de um diretor, com relação aos desafios enfrentados por ele em conduzir um mesmo ator em projetos distintos. Motivos estes que certamente permanecerão um mistério para nós.

Com relação às atuações: a atriz Cobie Smulders – mais conhecida pelos papéis em How I Met Your Mother e Os Vingadores – foi escalada para encarnar Susan Turner, comandante que pede ajuda a Reacher e tem suma relevância na trama. Sua personagem é uma mulher de personalidade forte e ao mesmo tempo, duvidosa. Uma vez que aparenta não saber a diferença de ser tratada como uma mulher e como Major, ela fica sem saber direito o que quer, mas ainda assim sua atuação foi admissível. Já o vilão, vivido por Patrick Heusinger, não se saiu mal não. Claro, não é o melhor inimigo já feito, mas já vi piores. Contamos com a nova adição do elenco: a atriz Danika Yarosh (Heroes Reborn), que interpreta Samantha, a suposta filha de Reacher; ela lembra uma típica adolescente sem-teto, rebelde e que só fica na defensiva, mas foi convincente. Temos por fim atores secundários como Holt McCallany, Jason Douglas e Jack Teague que foram plausíveis, embora não aprofundados o suficiente na história. E o que dizer de Tom Cruise, né? O astro prova que independente de seus 54 anos, ainda é mestre no que faz, pois continua “carregando o peso de performances nas costas” e na maioria das vezes sem nos decepcionar.

Tendo em vista os aspectos observados, a meu ver penso que apesar dos pequenos problemas no roteiro, eles não agravaram tanto o resultado geral a ponto de ser considerado ruim; está longe disso. Sendo assim, confira Jack Reacher – Sem Retorno nos cinemas com a “cabeça fria” e de preferência sem grandes esperanças, que a experiência lhe será menos frustrante.

Título Original: Jack Reacher – Never Go Back

Direção: Edward Znick

Elenco: Tom Cruise, Cobie Smulders, Aldis Hodge, Alexandra Lucchesi, Allyson Leigh Jordan, Anthony Molinari, Austin Hébert, Billy Slaughter, Bob Walker, Danika Yarosh, Divine Prince Ty Emmecca, Dudley Fuqua, Holt McCallany, Jared Bankens, Jason Douglas, Madalyn Horcher, Nicole Barré.

Sinopse: Jack Reacher retorna à base militar onde serviu na Virgínia, onde pretende levar uma comandante local para jantar. Só que, logo ao chegar, descobre que ela foi sequestrada. Não demora muito para que ele assuma a responsabilidade de salvá-la.



Trailer:

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