Crítica: Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016, David Yates)


Desde o lançamento do último filme Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte II em 2011, os fãs da saga de magia e bruxaria criada pela escritora J. K. Rolling ficaram órfãos de filmes que trouxessem todo esse universo para as telonas. Até que a adaptação de Animais Fantásticos e Onde Habitam fosse lançada este ano e já tendo a previsão de continuação. Porém, diferente dos outros 7 livros e 8 filmes baseados neles, este não é baseado numa história já pronta. Em Animais Fantásticos e Onde Habitam J.K. Rowling estreia como roteirista, chamando ainda mais a atenção por criar uma história paralela a uma já existente, com riqueza de detalhes e tamanha a perfeição, isso pra já ir direto para os cinemas.

O filme se passa em Nova Iorque em 1926, aproximadamente 70 anos antes de toda a saga de Harry Potter. Neste período o Congresso Mágico dos Estados Unidos já luta para manter em sigilo a sua existência e todo o seu universo de magia e bruxaria, devido ao medo gerado pelo julgamento das Bruxas de Salem e para que possam viver em harmonia com o que aqui eles chamam de não-mag (trouxas ou humanos sem poderes mágicos). Isso até a chegada de Newt Scamander (Eddye Redwayne, ganhador do Oscar e Globo de Ouro pela interpretação de Stephen Hawking em A Teoria de Tudo) o magizoologista, que mais tarde se tornaria autor de um dos livros obrigatórios na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e que dá titulo ao filme Animais Fantáticos e Onde Habitam. Ele chega a Nova Iorque causando uma enorme confusão ao deixar alguns dos seus animais escaparem. Todo o estardalhaço chama a atenção das autoridades não-mag, principalmente a família Shaw (família influente de jornalistas e políticos) e um grupo de extermínio bruxo ‘Second Salamers’ liderado por Mary Lou (Samantha Morton).

Todo o filme começa a se desenrolar a partir dessa confusão, mas a abertura que são várias manchetes de jornais bruxos falando de um bruxo procurado e que gera uma interrogação, que só é desvendada no final do filme que é o paradeiro de Gellert Grindelwald (Johnny Depp), o grande vilão dessa série de filmes.

O filme é composto por muitos efeitos, seja os mágicos ou na construção do
cenário, que retrada uma Nova Iorque dos anos 20. Sem falar no universo do Congresso Mágico e o existente dentro da mala de Newt. Outro destaque nos efeitos do filme é o Obscurus, uma força mágica das trevas que pode se tornar um parasita em crianças que a criam, mas somos surpreendidos quando descobrimos que quem carrega o Obscurus que tem matado e causado grande destruição (cenas contendo ótimos efeitos) é Credence Barebone (Ezra Miller). Ele é um menino excêntrico, mas que durante todo o filme demonstra ter um mistério a ser revelado e nos surpreende no final. O Elenco como um todo foi muito bem selecionado, como já citei, fizeram uma ótima construção dos personagens como a encantadora Queenie Goldstein (Alison Sudol) uma bruxa cheia de charme e que pode ler mentes e o carismático Jacob Kowalski.

Mas, claro, o grande destaque do filme é Eddye Redwayne, apesar de sua interpretação nos fazer lembrar-se dele como Stephen Hawking em A Teoria de Tudo, ele se enquadra muito bem no personagem, o jeito meio excêntrico e desajustado parece ser uma marca do ator e toda a delicadeza e relação com os animais é fascinante.

Entrando nas características gerais do filme ele é muito fiel aos da saga Harry Potter, desde os enquadramentos, paletas de cores e a fotografia de modo geral. É possível notar isso, principalmente, na cena em que Newt é levado pela funcionária do congresso Tina (Katherine Waterston) chegando ao Congresso é possível ver elfos, criaturas mágicas e toda a imensidão do universo bruxo por trás do mundo real humano. O expectador é inserido de uma forma literalmente mágica nesse universo. Isso acontece também quando Scamander leva Jacob Kowalski (Dan Fogler), para dentro de sua mala, que parece outra dimensão e tanto ele como nós, somos apresentados a todos os tipos de criaturas mágicas.

Toda a identificação com os filmes da saga Harry Potter se dá também graças à direção que fica por conta de David Yates, que dirigiu todos os filmes de Harry Potter a partir do quinto filme Harry Potter e a Ordem da Fênix. Por isso é possível ver a semelhança nas cenas de batalhas com varinhas, cenas em que os bruxos aparatam (ato mágico de se teletransportar), as cenas no Congresso Mágico que é idêntico ao conhecido Ministério da Magia, presente nos filmes do bruxo Harry Potter e tudo isso repleto de muita ação, onde é possível notar grande semelhança com o filme Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte II.

Para concluir, além de tudo que já foi citado sobre o filme, considero que outro grande destaque dele tenha sido a ótima construção dos personagens, que foi impecável e que diferente dos outros filmes não teve livros para se basear, apenas o roteiro e saiu tudo perfeito. Falando em personagens não posso terminar sem falar do personagem do Johnny Depp que interpreta o vilão Grindelwald, ele só é revelado no final do filme e tem uma pequena aparição, mas já é algo promissor que nos deixa com boas expectativas para as sequencias do filme.


Titulo Original: Fantastic Beast and Where To Find Them

Direção: David Yates

Elenco: Eddye Redwayne, Katherine Waterston, Dan Fogler, Alison Sudol, Colin Farrell, Ezra Miller, Johnny Depp, Samantha Morton, Carmem Ejogo, Ron Perlman, Jon Voight, Josh Cowdery, Ronan Raftery.

Sinopse: Estreiando J.K. Rowling como roteirista, ‘Animais Fantástico e Onde Habitam’ nos leva de volta ao mundo de magia e bruxaria que a mesma nos apresentou ao escrever a série de livros contando as aventuras do pequeno bruxo Harry Potter. Mas, com uma nova história, num período anterior nos apresentando a várias criaturas mágicas e quem faz isso com maestria é Newt Scamander (Eddye Redwayne).

Trailer:



Se você curte Harry Potter e também se encantou com Animais Fantásticos e Onde Habitam deixe seu comentário, dê sua opinião sobre a crítica, o que achou do filme e também o que espera das sequências!?

Deixe uma resposta