Crítica: Drive (2011, Nicolas Winding Refn)



Drive
é a junção de diversos elementos de estilos e clichês que são tão bem
amarrados a ponto de tornar o filme inspirado no livro homônimo de James
Sallis uma experiência cinematográfica interessante, trazendo consigo
uma complexidade emocional grande de seus personagens.

Logo no inicio do filme, somos apresentados ao nosso personagem principal, um misterioso motorista (Ryan Gosling) que durante a noite dirige para assaltantes e criminosos, enquanto que de dia vive uma vida pacata como mecânico e dublê. Percebemos também que, mesmo parecendo interessante o que ele faz, vivendo essa vida que aparentemente é excitante, ao passar do filme vemos que tudo o que ele tem é uma vida rotineira e maçante. Demonstrada pela falta de feições, suas falas que são pouquíssimas e curtas, sem contar que nunca sabemos o que exatamente passa em sua mente.


Então ele conhece sua bela vizinha, Irene (Carey Mulligan) que parece conseguir tirar ele dessa apatia que vive. Com o marido preso e tendo que criar um filho pequeno, nosso motorista cria um laço afetivo com eles muito rápido e aos poucos, conseguimos notar uma certa mudança em sua atitude. Mas a alegria não dura muito, porque o marido de Irene sai da cadeia e volta para casa. Mesmo não gostando disso, já que suas expectativas são jogadas por água a baixo, ele continua ajudando a família e é ai que tudo começa a dar errado para todo mundo.



Gabriel Standard (Oscar Isaac) deve dinheiro a criminosos que voltam para cobrar assim que ele é solto. Achando que seria mais um roubo simples, o Motorista se prontifica a ajudá-lo. Entretanto as coisas saem de controle e ele se vê no meio de uma guerra pelo dinheiro. Eis aqui que começamos a entender um pouco nosso personagem principal. Pois ao mesmo tempo que ele é correto em alguns momentos em outro ele é completamente o contrário. Mostrando-se violento e em até certo ponto, muito frio em relação ao problema que em que se meteu. Ryan Gosling constrói um anti-herói que muitos comparam com outro motorista famoso, o insano Travis Blicke de Taxi Driver. Pois trata de um homem que está o tempo todo vivendo na adrenalina, mas por ela ser para ele um lugar-comum, algo rotineiro, não o excita. Daí podemos entender o porque da calma e da frieza dele com certos acontecimentos no filme.



Aqui o estopim de tudo é a família de Irene, personagens chave para o nosso Motorista deixar tudo tão pessoal, quando antes tudo o que ele fazia era dirigir e se manter no anonimato. Irene e seu filho Benício parecem ser os únicos a criarem uma relação concreta com o Motorista, os únicos talvez que ele já se preocupou. Um misto de violência e romance. Suspense e thriller psicológico muito bem amarrados, personagens secundários muito bem interpretados e com personalidades muito fortes. Com um cenário oitentista e extravagante, Drive é de encher o olhos.


Direção: Nicolas Winding Refn.

Elenco: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston, Albert Brooks, Oscar Isaac, Christina Hendricks, Ron Perlman.

Sinopse: Durante o dia, um misterioso e soturno motorista (Ryan Gosling) trabalha como mecânico e dublê automobilista de filmes de Hollywood. À noite, ele se dedica como piloto de fuga de bandidos e mafiosos. Este motorista também é vizinho de Irene (Carey Mulligan), uma solitária garçonete que é casada e tem um filho com Standard Gabriel (Oscar Isaac). Ao aproximar-se da moça e da criança, o motorista começa a criar um forte relacionamento com ambos até a volta de Standard, que acaba de sair da prisão. Percebendo a situação difícil de Standard, o motorista se dispõe a ajudá-lo num assalto que pagaria sua dívida aos criminosos. Entretanto, o golpe dá errado e mostra uma incrível reviravolta, colocando em risco as vidas do motorista, Irene e seu filho.

Trailer:




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