Crítica: Procurando Dory (2016 de Andrew Stanton e Angus MacLane)





Para aqueles que assistiram o filme ‘Procurando Nemo’ ha 13 anos e estavam loucos pela continuação, a espera acabou e ‘Procurando Dory’ chegou as telonas. ‘Procurando Dory’ estreou nos Estados Unidos já fazendo sucesso: bateu recorde de estreia para filme de animação, que antes pertencia a ‘Shrek 3’. 


Com certeza a espera pelas crianças dos anos 90 foi um dos motivos para o grande fuzuê que esse filme criou, mas será que ele supre as expectativas?  
Vamos começar pelo começo: o título do filme não faz muita menção a história ali contada. Não vamos soltar spoilers aqui, mas vocês irão entender o que estou dizendo quando chegarem nas salas de cinema. 


O filme entrega a nostalgia do anterior que todos estavam procurando mas temos alguns pontos que precisamos falar. Primeiro: os personagens coadjuvantes de ‘Procurando Dory’ não são tão legais quanto o de ‘Procurando Nemo’. O personagem Hank, dublado pelo ator Antonio Tabet, supre bastante o lugar que a Dory tomava no primeiro filme, mas não com tanto carisma e sucesso quanto ela. O trio principal (Marlin, Nemo e Dory) funciona muito bem, porém faltou um destaque e uma interação maior dos personagens de apoio. 






A Pixar, que possuí certos padrões de filmes, conseguiu entregar aquela “moral” que sempre procura oferecer. Para quem ainda não sabe ou nunca viu um filme da Pixar, acredite, ele nunca vai ser SÓ sobre o peixe perdido no mar. Acredito que essa seja uma das maiores belezas da Pixar, sempre tem algo por trás da história e ele sempre te da uma oportunidade de diversas interpretações. Em certos momentos o filme acaba se tornando um pouco depressivo, até. Em horas que Dory parece estar esquecendo de alguma coisa – para quem não viu ‘Procurando Nemo’, ela sofre de perda de memória recente – ela sempre nada até o espaço mais vazio da cena, como se ela estivesse literalmente nadando até o esquecimento de algo. Mas uma coisa muito bem trabalhada em Dory foi a sua ligação com os personagens do primeiro filme. 


Durante todo o longa, acontece momentos em que Dory começa a esquecer de coisas antes deles, mas a ligação que foi criada entre Nemo, Marlin e ela, durou e fixou em sua mente de uma maneira fofa que só a Pixar consegue entregar. É muito interessante ver essa conexão que foi criada entre os personagens, pois, de certa forma, foi isso que a fez exercitar sua memória. Se você quiser ser um pouco mais pessimista, pode colocar que a Dory buscou nos seus amigos uma forma de fugir da depressão. Com a sua memória instável e um trauma de infância terrível, tendo que se virar sozinha pelo oceano, quem não cairia? E por incrível que pareça, o tempo todo a personagem se demonstra feliz e contente, tentando não ligar para os fatos de sua vida. 






Em outra mão, ‘Procurando Dory’ mostra muito mais a sua tristeza do que ‘Procurando Nemo’, afinal, a história gira em torno dela mas eles procuram quebrar esse lado da tristeza com alguns personagens, como por exemplo, o leão marinho Geraldo e a ave Beca, dois destaques que ganharam o coração do público e que acaba sendo a carta atrás da manga da Pixar. Ambos os personagens possuem um humor “errado” e são aqueles que não possuem fala. Eles simplesmente estão ali para te fazer rir e funciona. O tubarão baleia e o golfinho que apoiam a Dory durante sua jornada também são bons personagens, mas não se destacam tanto quanto os anteriores. O polvo Hank, ajuda a dar certo o balanceio entre a alegria de Dory, e uma coisa que dá para destacar dentre as características dessa peixinha, é que ela consegue quebrar a dureza de Hank com seu jeito amoroso como quebrou a do Marlin. 






Falando da produção do filme, acredito que uma animação nunca foi tão bem feita. É claro que a computação evoluiu muito desde 2003, mas é incrível ver o mar de uma forma tão aperfeiçoada, mesmo sendo computadorizada. Todos os detalhes ficaram impecáveis. Os dubladores foram escolhidos de forma certeira e nenhum decepciona.  Resumindo: ‘Procurando Dory’ entrega o que os fãs de ‘Procurando Nemo’ estavam almejando. Traz a emoção, a nostalgia e o conforto de voltar em um mundo que estavamos a tanto tempo longe, mas não consegue ser um filme de história original, apenas uma continuação.






Nota: 8,0


Título Original: Finding Dory


Direção: Andrew Stanton, Angus MacLane

Elenco: Ellen DeGeneres, Albert Brooks, Idris Alba, Kaitlin Olson, Ed O’Neill, Eugene Levy, Diane Keaton, Ty Burrel

SinopseUm ano após ajudar Marlin (Albert Brooks) a reencontrar seu filho Nemo, Dory (Ellen DeGeneres) tem um insight e lembra de sua amada família. Com saudades, ela decide fazer de tudo para reencontrá-los e na desenfreada busca esbarra com amigos do passado e vai parar nas perigosas mãos de humanos.


TRAILER:












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