Um Olhar Para O Cinema Estrangeiro: Ferrugem e Osso (2012, de Jacques Audiard)

Todos sabemos que o cinema francês é recheado de belas produções que fogem dos padrões hollywoodianos. Em ‘Ferrugem e Osso’, não é diferente. O drama foi ovacionado pela críticas nos festivais em que foi exibido. Com cenas chocantes, o filme é surpreendente e emociona o público com seu realismo presente.



A trama é centrada em Alain Van Versch (Matthias
Schoenaerts), homem que está desempregado e se vê responsável por cuidar
sozinho seu filho de 5 anos, Sam (Armand Verdure). Ele segue para a casa da
irmã, Anna (Corinne Masiero) à procura de ajuda e não demora muito até que
consiga arranjar um emprego como segurança de uma casa noturna. Certo dia, ao
separar uma desordem, ele conhece Stéphanie (Marion Cotillard), uma treinadora
de orcas. Ele a leva para sua casa e deixa seu cartão com ela, se precisar de
mais alguma atividade. O que ambos não imaginavam era que, pouco tempo tempos,
ela sofreria um terrível acidente que mudaria sua vida para sempre.


Nossa, que filme, gente. É arrebatador. O drama vivido aqui
pela fabulosa Marion Cotillard é comovente. Sua força de viver certamente irá
gerar uma reflexão propícia em nós, sobre a condição humana e as atitudes egoístas com
que analisamos nossos problemas pessoais. Qualquer pessoa que
passou por uma situação parecida vai se identificar. A atriz principal (Marion) é conhecida por atuar em ‘A Origem’, ‘Inimigos Públicos’, ‘Contágio’,
‘Meia-Noite Em Paris’, ‘Batman – O Cavaleiro Das Trevas Ressurge’, ‘Era
Uma Vez Em Nova York’, ‘Macbeth – Ambição e Guerra’ e em breve será vista na
adaptação do jogo ‘Assassin’s Creed’. Outro destaque vai para Matthias
Schoenaerts, que interpreta um pai preocupado com o futuro que seu filho terá,
devido as condições em que eles se encontram. Sua performance é clara e
persuasiva.

Contudo, apesar do roteiro ser meio arrastado, é admissível.
O primeiro e terceiro atos (começo e fim) foram superiores comparados com o
segundo (meio). Inclusive, ele foi baseado nos contos ‘Rocket Ride’ e ‘Rust and
Bone’, do livro do canadense Craig Davidson. Em determinado momento, a história
focou mais nas graves sequelas que Stéphanie sofreu e em como Alain se dispôs a
ajudá-la sem pedir nada em troca. Além disso, outro ponto forte que
ressalto foi o choque de realidades. Afinal de contas, antes de Stéphanie ter
sua rotina virada do avesso, ela parecia singela e descontente com o
relacionamento anterior. Entretanto, o romance entre ela e Alain no
decorrer consegue reverter tudo. A relação entre os dois talvez seja um pouco forçada,
com algumas cenas desnecessárias, mas a nudez ali exposta não é vista como algo
impróprio e sim, natural. O diretor está de parabéns ao tratar de mudanças com
relação ao paradigma e um intenso sentimento que envolve amizade, amor e
conforto recíproco.

Na minha opinião, a sua duração está na média. Pode parecer longa para alguns. Porém, acho que foram 2 horas que passaram voando; nem vi o tempo passar.
Embora alguns pensem que foi pouca história para muito tempo, eu não o enxergo
assim. Confesso que me emocionei e fiquei chocado na cena em que ela acorda no
hospital. Afinal nada consegue preparar a audiência para os eventos da
trama e isso é impressionante. Sem dúvidas ele me surpreendeu ao
associar de forma simples o grotesco do convencional, juntando vidas diferentes
e vivenciar fatos incomuns. Indico para aqueles que gostam de ver uma boa
obra estrangeira!

Nota: 8


Direção: Jacques Audiard


Elenco: Marion Cotillard, Matthias Schoenaerts, Armand Verdue, Bouli Lanners,
Céline Sallette, Corinne Masiero, Jean-Michel Correia, Mourad Frarema.

Título original: ‘De Rouille Et D’os

Trailer:
Mais imagens do filme:


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