Crítica: Penny Dreadful (2014 – 2016, de Coky Giedroyc, J. A. Bayona, James Hawes, Paco Cabezas, Toa Fraser)

‘Penny Dreadful’ é uma série complicada. Não no sentido de difícil, porque a atmosfera gótica é complexa, mas não indecifrável, sabe? Por ser labiríntica e mexer com fenômenos perturbadores, foi o que a tornou um seriado para poucos. Tudo o que acontece tem um motivo obscuro, passado e presente se interligam e cada coisa desencadeia outra. No episódio 9 do último capítulo eles capricharam em tudo, afinal, após ele, chegaria o triste “The End”. Com 3 temporadas exibidas, infelizmente anunciaram seu cancelamento, mas não por baixa audiência. O motivo foi outro, porém “prefiro não comentar”. Como uma vez ouvi me dizerem: “Vamos por partes, que nem Jack, o estripador”.

1ª TEMPORADA:

A temporada inicial teve uma recepção positiva pelos críticos especializados. Misturando lobisomens, vampiros, bruxas, monstros e outras criaturas clássicas, a série optou por apresentar distinções entre os contos e não se manter nas histórias originais. Esse foi um aspecto positivo que curti, a tática que os produtores tiveram em reinventar essas obras conhecidas por nós. Nas primeiras cenas do episódio piloto, temos Ethan Chandler, perito em revólveres que foi contratado por Sir Malcolm Murray e sua auxiliar Vanessa Ives. Eles enfrentam vampiros escondidos no porão de uma antiga casa em Londres e já presenciamos a primeira emboscada de várias. Sustos são o que não faltam! Ainda assim, os primeiros episódios não são tão bons, começa a melhorar do 3º para o 4º, mesmo que aqui é composta somente por 8. Com tramas paralelas, algumas pontas soltas são deixadas para serem solucionadas com mais detalhes depois. Na minha opinião foi a 2ª melhor temporada das 3.

2ª TEMPORADA:
Aqui, o 2º ano da série já começa tentando explicar dúvidas deixadas nos episódios anteriores. Alguns deles são esclarecidos, mas mesmo assim, novos problemas ocorrem sem ser finalizados em 10 episódios; o que irá, claro, resultar em uma 3ª temporada. Temos rostos novos no decorrer da trama, como o retorno do enigmático Dorian Gray, indistinto rapaz que teve sua atuação exuberante, mas exagerada de certa forma, pois comete uma loucura atrás da outra. Temos também o retorno de Madame Kali, mulher misteriosa que tem planos para Vanessa, já que ambas passaram por uma experiência sinistra juntas. Além, é claro, o retorno de Brona Croft, meretriz que após morrer de tuberculose, é ressuscitada por Frankenstein e se torna Lily. Diria que essa foi a temporada mais chata, eventos medonhos que no meu ver, tornaram a série mais obscura do que aparentava ser.




3ª TEMPORADA:
Eis a temporada final, que conta com toda a sucessão de cenários maravilhosos da Inglaterra Vitoriana e novos personagens. Deixo o destaque para os figurinos que também são lindos. Afirmo que se ela veio com a promessa de exercer o gênero de terror, conseguiu. Visual e psicologicamente falando, é tanta “treta” atrás da outra, que o público fica curioso para ver o que irá acontecer, se realizações serão conquistadas, conflitos serão resolvidos e inimigos serão derrotados. Com apenas 9 episódios, temos aqui o destaque de Drácula, que ao conhecer Vanessa, pretende transformá-la em vampira; embora não vai ser nada fácil. Além disso, contamos com a presença do pai de Ethan, Kaetenay, que cruza o seu caminho nas cenas do deserto. No geral, confesso que esperava mais do desfecho. Tão triste, gente. Foi prova aqui de que “nem toda história tem um final feliz”. Com o seu cancelamento, muitos fãs enlouqueceram, mas o diretor explicou que o destino da personagem principal precisava chegar ao fim, afinal, tudo se tratava da luta que Srta. Ives enfrentava com sua fé.

Pra resumir, recomendo ela para amantes do gênero! Advirto que a trilha sonora é pesada e a fotografia quase sempre escurecida, mas perfeita para a época. O elenco está de parabéns, todas as atuações conseguiram impressionar, principalmente a de Eva Green. Que baita atriz! Fez um trabalho sublime como Vanessa e mostra que tem potencial para abalar o espectador.


Realço ainda que ela foge dos padrões convencionais de crônicas de lobisomens, feiticeiras e vampiros, com momentos de tensão bem bolados. É uma pena que tenha acabado, somando 27 episódios no total; muitos certamente ficarão revoltados, é a prova de que não apenas pessoas, mas séries também têm a capacidade de nos decepcionar. Lembro que quando comecei a ver, foi episódio atrás de episódio; até pensei em parar, mas devido ao fato de eles terem usado e abusado dessa técnica de deixar o melhor para o final, não parei de acompanhar até chegar ao fim.



Nota: 8


Direção: Coky Giedroyc, J. A. Bayona, James Hawes, Damon Thomas, Paco Cabezas, Toa Fraser.

Elenco: Evan Green, Josh Hartnett, Billie Piper, Harry Treadaway, Reeve Carney, Rory Kinnear, Timothy Dalton, Alex Price, Alun Armstrong, Anna Chancellor, Olivia Llewellyn, Helen McCrory, Wes Studi, Jessica Barden, Shazad Latif, Patti LuPone, Christian Camargo, Sarah Greene, Samuel Barnett, Simon Russell Beale.

Sinopse: Na série, alguns dos personagens mais famosos e assustadores da literatura mundial, como o Dr. Frankenstein e sua criação, o eternamente jovem Dorian Gray e icônicas figuras do romance Dracula, estão todos vivendo nos cantos obscuros de Londres Vitoriana. Com toques extranaturais, a história trata de personagens clássicos e como seus contos de horror, origem e formação se misturam à narrativa dos protagonistas. É a aposta do gênero terror e suspense e tem uma abordagem diferente na trama de monstros e criaturas.


Trailers:

1ª Temporada:
2ª Temporada:
3ª Temporada:
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