Crítica: Obsessiva (2009, de Steve Shill)

A temática da obsessão compulsiva sempre me chamou a atenção pelo fato de não ser algo fictício. Pessoas que sofrem essa doença estão por aí. Mas é claro que as produções Hollywoodianas acabam beirando o extremo e isso muitas vezes estraga a qualidade da película. Foi o que aconteceu neste filme. No longa de Steve Shill estrelado pela diva Beyoncé, mostrou-se uma atriz empenhada com o cinema atuando em filmes como ‘A Pantera Cor-de-Rosa’, ‘Dreamgirls’ e ‘Cadillac Record’. Porém, o mesmo não se pode dizer em ‘Obsessiva’; me arrisco a dizer que foi uma de suas atuações mais fracas.



Na trama, temos Derek, um próspero operador de mercado financeiro, casado com Sharon e pai de Kyle. Tendo toda a sua vida pela frente e seu emprego em ascendência, tudo é destruído quando ele começa a ser perseguido por Lisa, recém-contratada estagiária do escritório. Ela aparenta ser a mulher perfeita: respeita a todos no trabalho e pensa que é a “última bolacha do pacote” com seu chefe. Mas por trás de um rosto bonito, existe outra pessoa; alguém perigoso que está disposto a infernizar o primeiro homem que cruzar o seu caminho. E quem mais óbvio pra cair nessa armadilha? O próprio Derek. Certo dia, Lisa está deprimida no trabalho e Derek, como quem não quer nada, a consola e dá conselhos de como superar momentos difíceis. Nem sabe ele que essa simples conversa desencadeará uma sequência de eventos perversos.


A partir desse momento, os rumos tomam outro caminho, pois Sharon não cai com a cara de Lisa e diz que ela o bajula muito, enquanto Lisa arma um plano pra persegui-lo a todo custo. Com atitudes são bizarras, ela banca a doida desvairada, mas ele resiste a todas suas cantadas e isso nos faz lembrar daquele velho ditado: ‘Não se mistura negócios com prazer’. Daí em diante é só tensão, ela irá se vingar dele por Derek tê-la rejeitado várias vezes, agora entrando no campo pessoal, pois ameaça não só a sua vida, mas a de sua esposa e filho.


As atuações são bem água com açúcar, a melhor é a de Idris Elba, que dá um show ao interpretar o marido injustiçado; conseguimos sentir a sua angústia quando tudo desmorona. Quanto a atuação de Ali Larter, conhecida por seus papéis em ‘A Confissão’, ‘Um Momento Pode Mudar Tudo’ e ‘Heroes’, é sinistra, pois ela nos entrega uma personagem totalmente “fora da casinha” e sua loucura chega ao ponto do sadismo. Finalmente, falemos de Beyoncé: ressalto que ela já fez filmes melhores, o que mais curti foi ‘A Pantera Cor-de-Rosa’, no qual ela inclusive cantava e tudo mais. No entanto aqui sua função foi incorporar a mulher que descobre o que está acontecendo com seu marido de maneira inconveniente. Muitos dizem que ela só faz parte do elenco porque seu pai, Matthew Knowles, é o produtor da fita. Nisso concordo plenamente! Toda a tática do diretor junto com Matthew foi escalar sua filha para que o marketing focasse demais dela.

A história no geral também não é inteiramente descartável. Sim, ficou a desejar, mas não chega a ser péssima. Já vi filmes com atores de peso, porém sem história nenhuma. Por fim, notei que devido a tanta coisa acontecer, o curioso espectador vai fazer aquela pergunta: “Como é que isso vai acabar?”. Para isso, sugiro que você confira este suspense de cabeça fria; desligue um pouco seu cérebro pra curtir a experiência. Mesmo que recheado de ideias apresentadas em outros filmes, ele ainda é entretenimento pipoca. Eu em particular acho a Beyoncé incrível, mas ela podia ter feito melhor. Tanto potencial desperdiçado em um thriller que prometeu muito, mas cumpriu pouco.
No fim das contas, Lisa sente na pele a revidação de Sharon, radicalmente. O comum “facão” vai aparecer nessa parte, garanto. Concluindo, a cena final da luta entre as duas é no mínimo risível! Entre socos e puxadas de cabelo, o mais cômico foi que a Beyoncé conseguiu correr de salto no sótão (lembram de Bryce Dallas Howard correndo de salto na grama em ‘Jurrassic World – O Mundo dos Dinossauros’?). Foi um defeito bem perceptível, mas que para muitos não será um problema. Entretanto, em desempenho geral, já vi piores. Não é ruim como dizem, só é um filme daqueles que ou você ama ou odeia.

Nota: 7,5

Direção: Steve Chill

Elenco: Idris Elba, Beyoncé Knowles, Ali Larter, Jerry O’Connell, Bonnie Perlman, Christine Lahti, Nathan Myers, Matthew Humphreys, Scout Taylor-Compton, Richard Ruccolo, Bryan Ross, Bruce McGuill, Ron Roggé.

Trailer:


Mais algumas imagens do filme:







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