Crítica: Independence Day: O Ressurgimento (2016, de Roland Emmerich) Os Alienígenas retornam 20 anos depois!




Faz 20 anos em que entrei pela primeira vez no cinema para assistir ao primeiro ‘Independence Day’, um marco de 1996 e que influenciou o cinema dali em diante. Me tornei o cinéfilo que sou hoje trazendo estes textos para vocês e na semana passada revisitei o primeiro filme, trazendo a crítica dele aqui! Bem, neste final de semana saiu mundialmente a aguardada continuação, pegando carona nesta onda de continuações tardias que andam saindo (‘Mad Max’, ‘Exterminador do Futuro’, ‘Jurassic Wold’, ‘Star Wars’). Se em 1996 meus pais me levaram para assistir ao filme, em 2016 o ciclo se refaz, porém quem levou minha família (esposa, pais e outros membros) fui eu. E é justamente na lembrança, na família dos personagens do filme original, na nostalgia; que este ‘Independence Day: O Ressurgimento’ se apega. A notícia ruim é de que o filme não tem o impacto do primeiro, a notícia boa é de que diverte.

20 anos depois e hoje o mundo do entretenimento é mais exigente, cobrando-se não apenas efeitos especiais e ação, mas acima disto um bom roteiro e algum sentido. Lá em 1996 bons efeitos especiais (revolucionários na verdade) bastaram para tornar o original um clássico noventista, mesmo que com todo discurso patriota e ufologista. O que já não colou mais nesta sequência, que já vem sendo criticada. Bem, vamos falar dos defeitos, a começar pelo elenco. O astro Liam Hemsworth vem tentando emplacar nas superproduções, mas sem muito sucesso. Falta-lhe o carisma e o porte que seu irmão Chris Hemsworth (o ‘Thor’) possui. O jovem ator até tenta, mas não emplaca como herói. O tempo de duração de 2 horas é outro fator que pode ser negativo. O primeiro teve 2 horas e meia para apresentar os personagens, criar o suspense, causar o impacto das cenas das naves e daí partir para as chocantes destruições. Já este segundo deveria ter seguido o mesmo caminho, mas embutir o filme em 2 horas tirou um pouco a construção das personagens e da tensão. Mesmo que frenético, pareceu apressado demais, tendo uma edição razoavelmente boa, mas podendo mostrar mais. “Picotar” o filme em 2 horas pode ter sido uma má decisão.





Sobre o roteiro, há um excesso de personagens em cena, não desenvolvendo todos corretamente. Fora o herói forçado de Liam Hemsworth que não convence, o restante do elenco está bem nos papéis, porém mau desenvolvidos. São tantos arcos e personagens em cena que seria realmente necessária mais uma meia hora para usá-los melhor, até mesmo na ação. O roteiro apresenta diversos clichês piegas, que você já viu em diversos filmes e que funcionou no primeiro, mas aqui soam um tanto forçados. Também senti que as mortes de importantes personagens foram tratadas de maneira banal e pouco emocionantes, eles mereciam desfechos melhores, ao menos mais sentidos. E mesmo que visualmente belo, é fato de que o filme não causa o mesmo impacto que o original. Os tempos são outros, hoje temos ‘Avatar’, ‘Gravidade’ e outras pérolas visuais que nos impressionaram e aqui temos só mais um blockbuster com boa computação, mas nada muito além disso.

Nos aspectos positivos, dentre o elenco novato a atriz
Maika Monroe (de ‘Corrente do Mal’) e o ator Jessie Usher (o personagem é filho
do personagem de Will Smith no primeiro) tem as performances razoáveis e de
potencial. Mas é no elenco da “velha guarda” que o filme se sustenta.
O jeito sarcástico de Jeff Goldblum, a seriedade de Bill Pullman, as piadas de
Judd Hirsch e de Brent Spiner; esta é a “cereja do bolo” de ‘O
Ressurgimento’. E ainda temos a adição de 
Charlotte
Gainsbourg, uma atriz sempre competente. Pena que estes astros não ficaram
tempo suficiente em tela. O roteiro traz diversas cenas com estes personagens
que deverão trazer a nostalgia de quem tem bem vivo o primeiro filme na cabeça.
O roteiro também acerta em colocar-nos em um futuro avançado, graças ao uso da
tecnologia alienígena. Temos algumas cenas que quase emocionam, mais um pouco e
seria mais marcante. E a história toma rumos mais puxados para um ‘Star Wars’
ou ‘Star Trek’, o que pode botar um terceiro filme em outro rumo, com viagens
intergaláticas.


Embora visualmente não tão marcante, a computação é ótima. E para provar isso, o cineasta Roland Emmerich não tem medo de trazer diversas cenas de dia, algo arriscado pois é na claridade do dia que defeitos na computação aparecem mais. Porém Emmerich é competente no quesito efeitos visuais e faz aqui um trabalho de respeito. O alien gigante no final é muito bem criado e realista. A trilha sonora ressalta-se pouco, mas quando faz remete a emocionante trilha sonora do original. Algumas batalhas são explosivas e as cenas finais empolgam. Embora algumas piadas bobas tirem a seriedade da produção, notamos o objetivo do diretor e do estúdio em trazer um filme família, divertido e que segue a linha ‘Vingadores’ (ação + piadas).

‘Independence Day: O Ressurgimento’ pode decepcionar um pouco por não ser tão marcante, ter um roteiro raso e não desenvolver bem o bom material em mãos. Perdeu-se a oportunidade de se fazer algo grandioso e épico. Mas talvez esta nunca fosse a intenção. Talvez a equipe e o diretor aceitem que o original é único e o que quiseram aqui nesta sequência foi apenas revisitar a saga, colocando em um novo nível e trazendo um pouco de nostalgia, apresentando velhos rostos. É um filme propositalmente bobo, perfeito para uma ‘Sessão da Tarde’, uma produção de orçamento A, mas planejadamente com um enredo B. É um filme para os fãs da saga, que não será um dos melhores do ano, mas que diverte sem compromisso. Desligue o cérebro, compre a pipoca e vá aos cinemas assistir a ‘Independence Day: O Ressurgimento’. Não espere um épico clássico, mas um bom e velho filme de discurso ufólogo, com teorias da conspiração, naves gigantes e diversão no estilo B. Mesmo que esperando bem mais, valeu a pena vê-lo na telona. E para matar a saudade do melhor, sempre terei o original para revê-lo, ele sempre será o primeiro filme que vi no cinema!

NOTA: 7




Título Original: Independence Day: Resurgence

Direção: Roland Emmerich

Elenco: Jeff Goldblum, Jessie Usher, Liam Hemsworth, Maika Monroe, Sela Ward, Angela Baby, Bill Pullman, Brent Spiner, Charlotte Gainsbourg, Chin Han, Deobia Oparei, Gbenga Akinnagbe, Grace Huang, James A. Woods, Joey King, John Storey (I), Jonathan Buckhouse, Judd Hirsch, Lance Lim, Mckenna Grace, Nicolas Wright, Patrick St. Esprit, Ron Yuan, Ryan CartwrightSam Quinn, Travis Tope, Vivica A. Fox, William Fichtner, Zeb Sanders. 

Sinopse: David Levinson (Jeff Goldblum) é o diretor da agência de defesa espacial humana. O grupo trabalha sem fronteiras, já que todos os países do planeta se uniram contra a ameaça alienígena. Ward será a presidente Lanford, com uma personalidade mais agressiva do que a do ex-presidente Whitmore (Bill Pullman, cuja participação no longa não foi especificada). Já Jessie Usher será Dylan Hiller, o filho de Steven Hiller, personagem de Will Smith no primeiro filme. Dylan terá crescido à sombra do pai, um herói que salvou a Terra. Patricia Whitmore (Maika Monroe), a filha do ex-presidente Whitmore, também terá os mesmos conflitos, apesar de trabalhar como uma agente especial da presidente Lanford. Por último, Liam Hemsworth vive Jake Morrison, um órfão e ex-piloto que cometeu um erro e, por isso, acaba trabalhando na Lua.


Trailer:




Fotos do filme:



























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