Crítica: Camelot (2011, de Chris Chibnall, Michael Hirst)

Sabemos que muitas são as adaptações já feitas do Rei Arthur. Seja na literatura, televisão ou cinema, as lendas medievais dele e seus cavaleiros encantam a todos os espectadores com os mistérios que seu reinado tinha. A cada nova tentativa de recontar essa história, os produtores fazem de tudo para manter a história o mais fiel possível. Infelizmente foi nesse quesito que eles pecaram.

Lançada há 5 anos atrás e com pouca divulgação em massa, a série ‘Camelot’ foi lançada na TV a cabo, distribuída pela ‘Starz’, mesmo canal de televisão de ‘Spartacus’. Composta por 10 episódios de 45 a 50 minutos, ela dividiu opiniões, mais negativas do que positivas. A versão dublada chegou a ser exibida no canal da Band ano passado, inédito na TV brasileira até então.


No piloto, somos surpreendidos pela morte repentina do Rei Uther, o que fez com que a Grã-Bretanha vire um caos. O feiticeiro Merlin, interpretado pelo ótimo ator Joseph Fiennes, de ‘Lutero’ e ‘Ressurreição’, prevê que seu não tão conhecido filho, que foi criado como um plebeu, Arthur, irá se tornar Rei. Porém, sua meia-irmã tem outros planos em mente nada agradáveis. Com o passar do tempo, Arthur enfrenta tempos difíceis, pois está apaixonado por Guinevere (Tamsin Egerton), que está prestes a se casar com Leontes (Philip Winchester), um de seus melhores guerreiros. Inúmeros trechos são bizarros e desnecessários.

O principal defeito da produção foi em escalar o ator Jamie Campbell Power, de ‘A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2’, ‘Anônimo’ e ‘Os Instrumentos Mortais – Cidade dos Ossos’ como Rei Arthur. Para um seriado de televisão, especialmente para aqueles que pretendem adaptar uma lenda com tamanha força, escalar um ator inexperiente e muito novo foi um erro. Ele é tão insatisfatório em sua atuação, que acabamos sendo mais atraídos pela personagem de sua irmã, interpretada pela sublime Eva Green de ‘Penny Dreadful’, ‘Sombras da Noite’, e ‘007 – Casino Royale’. Ela foi o ponto forte da série, mulher extraordinária, que dá um show de interpretação em todos os seus personagens e quem mais merece a admiração por sua beleza e domínio.


Joseph Fiennes por outro lado, teve a chance de interpretar Merlin melhor, em várias cenas eles realmente ficou insosso. Algumas de suas atitudes causam raiva ao espectador, especialmente o fato de se recusar a usar magia.  Um mago que não usa magia não pode ser chamado de “mago”! Às vezes ele é tímido e frouxo e raramente foi obrigado a usar seus poderes por questões essenciais para a história. Já houveram trabalhos bem melhores. Certos episódios ele atua bem, entretanto boa parte é regular.

Morgana, portanto, tem mais devido respeito neste sentido por fazer uso de magia (negra) para atingir seus objetivos. Vivian (Chipo Chung), também teve seu destaque merecido como atriz coadjuvante, pois seu personagem é de suma relevância. Além de Morgana, existe outra personagem que nos chama a atenção pela força de sua performance que é a da freira Sybil, interpretada pela belíssima Sinéad Cusack, de ‘Jekyll & Hyde’ e ‘V de Vingança’.  Quem teve uma boa, porém curta participação foi a rainha Igraine (Claire Forlani), mãe de Arthur, que tem um papel importante para o desenvolvimento da trama, e está presente nos momentos-chave mais tensos.


A trilha sonora foi um dos itens técnicos que por incrível que pareça ficaram muito bons, tendo os irmãos ‘Jeff e Mychael Danna’ como responsáveis. Sua indicação ao Emmy (acredite se quiser) mesmo não tendo levado o prêmio, foi honrada. O figurino também foi outro detalhe que é impossível passar despercebido de tão belos que eram as vestimentas daquela época. Isso não ficou feio.

Ao chegarmos no último episódio, vemos o quanto as coisas poderiam ter dado certo. Se não fosse a decaída que teve do primeiro para os segundo episódio, e assim por diante, o resultado de ‘Camelot’ ainda poderia ter sido bem mais eficiente. Tanta preciosidade que eles tinham em mãos, não foi o suficiente. Além do mais, não se trata de um seriado totalmente descartável, só não cumpriu com todos as expectativas que se gera ao ver o trailer. O final de temporada (a segunda foi cancelada por falta de audiência e agenda dos atores) pode te dar nos nervos, você com certeza sentirá aquele gostinho de “quero mais”, e imaginar o que irá acontecer e porque seu desfecho foi tão inconclusivo. No geral, confesso que curti a série sim, já vi piores, e essa está longe de ser ruim em todos os aspectos.

Nota: 7,5

Direção: Chris Chibnall, Michael Hirst

Elenco: Jamie Campbell Bower, Joseph Fiennes, Eva Green, Tamsin Egerton, Claire Foltani, Peter Mooney, Philip Winchester, Diarmaid Murtagh, Clive Standen, Jamie Downey, Chipo Chung, Sinéad Cusack, Sean Pertwee, James Furefoy, Sebastian Kosh, Liam Cunningham, Vincent Regan.

Sinopse: Com a morte súbida do Rei Uther, o caos ameaça engolir a Grã-Bretanha. Quando o mago Merlin tem visões de um futuro sombrio, ele ajuda o jovem e impetuoso Arthur, um jovem que desde o nascimento é criado como um plebeu e que tem total desconhecimento de sua linhagem real, para tomar a coroa. Mas a fria e meticulosa meia-irmã de Arthur vai lutar até o fim, convocando forças não naturais para reivindicar a coroa nesta batalha épica pelo trono.

Trailer:

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